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quarta-feira, 17 de agosto de 2011
sábado, 26 de março de 2011
*
O método estrito é apenas estudo,
não devia ser impresso.
Devia escrever-se para o público
num estilo livre, sem peias,
juntando-lhe apenas a demonstração rigorosa,
o desenvolvimento sistemático.
A escrita não devia ser insegura,
feita a medo, confusa, sem fim,
mas determinada, clara, sólida,
com pressupostos apodícticos, tácitos.
Uma pessoa de carácter bem definido
causa também uma impressão
benéfica e decidida e estável.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 77
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Novalis,
poeta e romancista alemão
*
Só saberemos aquilo a que dermos expressão,
isto é, aquilo que soubermos fazer.
Quanto mais completa e diversamente
produzirmos uma coisa, a executarmos,
tanto melhor a conheceremos.
Teremos dela um conhecimento completo
se soubermos comunicá-la e suscitá-la
em toda a parte e de todas as maneiras -
se soubermos produzir, em cada um dos seus órgãos,
uma expressão individual.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 63
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Novalis,
poeta e romancista alemão
*
Só saberemos se fizermos.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 63
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Novalis,
poeta e romancista alemão
quinta-feira, 24 de março de 2011
*
O carácter é uma vontade
perfeitamente formada.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 60
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Novalis,
poeta e romancista alemão
*
Não se perde a autêntica inocência,
tal como não se perde a vida autêntica.
A inocência que conhecemos
só tem uma vida, como o homem,
e, como ele, não tem regresso.
Quem, como os deuses, ama seres virgens,
nunca poderá desfrutar
da segunda inocência como da primeira -
esta é mais do que aquela.
Certas coisas
só uma vez se manifestam,
porque da sua essência
faz parte o único.
a nossa vida é, a um tempo,
absoluto e dependente.
Só morremos até certo ponto,
A nossa vida é, em parte,
parte de uma vida maior
entre outros seres.
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Novalis,
poeta e romancista alemão
*
A necessidade do amor
expõe a cisão que existe em nós.
Toda a necessidade
trai uma fraqueza.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 57
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Novalis,
poeta e romancista alemão
*
Estamos sós
com tudo o que amamos.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 57
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Novalis,
poeta e romancista alemão
quarta-feira, 23 de março de 2011
*
(Toda a cinza é pólen.
O cálice é o céu.)
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 50
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Novalis,
poeta e romancista alemão
*
O destino que nos esmaga
é a indolência do espírito.
Alargando e educando o nosso agir,
transformamo-nos nós próprios em destino.
Tudo parece afluir sobre nós vindo de fora,
porque não há corrente que saia de nós.
Somos negativos porque queremos -
quanto mais positivos formos,
tanto mais negativo será o mundo à nossa volta,
até que, no fim, não haverá negação,
porque nós seremos tudo em tudo.
Deus quer deuses.
Se o nosso corpo mais não é
do que o centro da acção comum dos sentidos,
se dominamos os nossos sentidos,
se temos o poder de os transformar em acção,
de os orientar para a comunidade -
então só depende de nós dar a nós próprios
o corpo que desejamos ter.
Se os nossos sentidos mais não são
do que modificações de um órgão pensante -
do elemento absoluto -
poderemos também, dominando esse elemento,
modificar e dirigir à vontade
os nossos sentidos.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 47/8
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*
Quando se lê como se deve ler,
desabrocha dentro de nós
um mundo real e verdadeiro
feito à imagem das palavras.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 47
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Novalis,
poeta e romancista alemão
*
A arte de nos tornarmos todo-poderosos:
arte de realizar totalmente a nossa vontade.
De dominar corpo e alma.
O corpo é o instrumento
de formação e modificação do mundo,
Temos de ensinar o corpo
a ser um órgão capaz de tudo.
Modificar o nosso instrumento
é modificar o mundo.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p. 45
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excerto,
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poeta e romancista alemão
*
Estamos próximos do despertar
quando sonhamos que sonhamos.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p.40
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excerto,
Novalis,
poeta e romancista alemão
A vida existe para servir a morte.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p.29
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p.29
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Novalis,
poeta e romancista alemão,
verso solto
*
Nunca chegaremos
ao pleno entendimento de nós.
Mas saberemos e poderemos
conhecer-nos para lá do entendimento.
Novalis. Fragmentos são Sementes. Selecção, tradução e ensaio de João Barrento. Roma Editora, Lisboa, 2006, p.27
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Sentenças
“A verdadeira vida é uma enfermidade do espírito”
Novalis
“A verdadeira vida está ausente; não estamos no mundo”
Rimbaud
domingo, 16 de maio de 2010
«Nas cordas do peito sopra uma profunda nostalgia. Em gotas de orvalho me quero deixar afundar e misturar-me com a cinza. Longes da memória, anelos da juventude, sonhos da infância e os breves regozijos e esperanças vãs de toda uma vida tão longa vêem, com as suas vestes cinzentas como a névoa da tarde após o sol posto. A luz descerrou noutros espaços os seus álacres panais. Pois não havia ela de regressar para junto dos seus filhos, que a esperavam há muito com a fé da inocência?
O que é que, de repente, pleno de pressentimentos, brota de sob o coração e sorve a doce aragem de melancolia? Também em nós te comprazes, obscura Noite. O que é que tu guardas debaixo do teu manto, que me toca a alma com uma força invisível? Um bálsamo precioso goteja da tua mão, de um molho de papoilas. Elevas as pesadas asas do nosso ânimo. Sentimo-nos obscuramente, inexprimivelmente comovidos. Vejo, numa crispação de alegria, um rosto grave, que para mim se inclina suave e pensativo, e até mim traz, por entre infinitas madeixas ondeadas, a tão doce juventude materna.»
Novalis. Os hinos à noite. Prefácio e Trad. Fiama Hasse Pais Brandão. 2ªed. Lisboa, Assírio&Alvim, 1998., p 19
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Será necessário que todos os homens sejam
homens? Também pode haver, sob formas
humanas, homens diferentes do homem.
A coesão geral, interior, harmónica, não existe,
mas existirá.
A doença, como a morte, faz parte dos prazeres
do homem.
O mundo é um tropo universal do espírito,
uma imagem simbólica dêste.
Todo o visível adére ao invisível, tudo o que
pode entender-se ao que não se pode entender,
todo o sensível ao insensível. Talvez tudo o que
pode pensar-se ao que não se pode pensar.
Como a doença, a vida nasce de uma paragem,
de uma limitação, de um contacto.
A filosofia não tem que explicar a natureza,
tem que explicar-se a si-mesma.
Tudo acontece em nós muito antes de ter acon-
tecido.
Quem pode criar uma ciência deve poder crear
uma não-ciência. Quem pode tornar uma coisa
compreensível deve poder torná-la incompreen-
sível.
Os corpos são pensamentos precipitados e cris-
talisados no espaço.
O que há de melhor nas ciências é o seu ingre-
diente filosófico, como a vida é o que há de
melhor nos corpos orgânicos. Despojem as
ciências da sua filosofia, que fica? Terra, ar
e água.
O amor é o fim último da história universal.
O amen do universo.
A linha curva é a vitória da natureza sobre a
regra.
O mar é uma essência líquida de rapariga.
Friedrich Leopold Freiherr von Hardenberg dito Novalis in «Fragmentos». Trad. Mário Cesariny. Assírio & Alvim, 1986.
homens? Também pode haver, sob formas
humanas, homens diferentes do homem.
A coesão geral, interior, harmónica, não existe,
mas existirá.
A doença, como a morte, faz parte dos prazeres
do homem.
O mundo é um tropo universal do espírito,
uma imagem simbólica dêste.
Todo o visível adére ao invisível, tudo o que
pode entender-se ao que não se pode entender,
todo o sensível ao insensível. Talvez tudo o que
pode pensar-se ao que não se pode pensar.
Como a doença, a vida nasce de uma paragem,
de uma limitação, de um contacto.
A filosofia não tem que explicar a natureza,
tem que explicar-se a si-mesma.
Tudo acontece em nós muito antes de ter acon-
tecido.
Quem pode criar uma ciência deve poder crear
uma não-ciência. Quem pode tornar uma coisa
compreensível deve poder torná-la incompreen-
sível.
Os corpos são pensamentos precipitados e cris-
talisados no espaço.
O que há de melhor nas ciências é o seu ingre-
diente filosófico, como a vida é o que há de
melhor nos corpos orgânicos. Despojem as
ciências da sua filosofia, que fica? Terra, ar
e água.
O amor é o fim último da história universal.
O amen do universo.
A linha curva é a vitória da natureza sobre a
regra.
O mar é uma essência líquida de rapariga.
Friedrich Leopold Freiherr von Hardenberg dito Novalis in «Fragmentos». Trad. Mário Cesariny. Assírio & Alvim, 1986.
A árvore só pode tornar-se chama florescente,
o homem chama falante, o animal chama
errante.
Um dia, o homem poderá vigiar e dormir con-
tinuamente, simultâneamente. A maior parte do
nosso corpo, da própria humanidade, ainda
dorme um sono profundo.
Tudo é naturalmente eterno. A mortalidade e a
instabilidade são privilégio das naturezas su-
periores.
No mundo há só um templo: o corpo humano.
Nada mais sagrado do que esta forma sublime.
Inclinarmo-nos perante um homem, é render
homenagem a esta revelação na carne. É no
céu que tocamos quando tocamos num corpo
humano.
Todo o objecto amado é o centro de um paraíso.
Nenhuma palavra está completa. As palavras
ora são vogais ora são consoantes, palavras
que valem por si próprias e palavras que valem
por acompanhamento.
Que é o homem? Um tropo perfeito do espírito.
Todos os homens são variações de um indiví-
duo completo, isto é, de uma boda.
Urge que o verdadeiro leitor seja o autor
aumentado.
Friedrich Leopold Freiherr von Hardenberg dito Novalis in «Fragmentos». Trad. Mário Cesariny.
Assírio & Alvim, 1986.
o homem chama falante, o animal chama
errante.
Um dia, o homem poderá vigiar e dormir con-
tinuamente, simultâneamente. A maior parte do
nosso corpo, da própria humanidade, ainda
dorme um sono profundo.
Tudo é naturalmente eterno. A mortalidade e a
instabilidade são privilégio das naturezas su-
periores.
No mundo há só um templo: o corpo humano.
Nada mais sagrado do que esta forma sublime.
Inclinarmo-nos perante um homem, é render
homenagem a esta revelação na carne. É no
céu que tocamos quando tocamos num corpo
humano.
Todo o objecto amado é o centro de um paraíso.
Nenhuma palavra está completa. As palavras
ora são vogais ora são consoantes, palavras
que valem por si próprias e palavras que valem
por acompanhamento.
Que é o homem? Um tropo perfeito do espírito.
Todos os homens são variações de um indiví-
duo completo, isto é, de uma boda.
Urge que o verdadeiro leitor seja o autor
aumentado.
Friedrich Leopold Freiherr von Hardenberg dito Novalis in «Fragmentos». Trad. Mário Cesariny.
Assírio & Alvim, 1986.
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