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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Ah, compreendo! O patrão Vasques é a Vida. A Vida, monótona e necessária, mandante e desconhecida. Este homem banal representa a banalidade da Vida. Ele é tudo para mim, por fora, porque a Vida é tudo para mim por fora. E, se o escritório da Rua dos Douradores representa para mim a vida, este meu segundo andar, onde moro, na mesma Rua dos Douradores, representa para mim a Arte. Sim, a Arte, que mora na mesma rua que a Vida, porém num lugar diferente, a Arte que alivia da vida sem aliviar de viver, que é tão monótona como a mesma vida, mas só em lugar diferente. Sim, esta Rua dos Douradores compreende para mim todo o sentido das coisas, a solução de todos os enigmas, salvo o existirem enigmas, que é o que não pode ter solução .»

 (PESSOA, F., Livro do Desassossego p. 350)

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

"Não fugimos, por mais que queiramos, à fraternidade universal. Amamo-nos todos uns aos outros, e a mentira é o beijo que trocamos"


 Bernardo Soares, Livro do Desassossego.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

«Deixo ao cego e ao surdo
 A alma com fronteiras,
 Que eu quero sentir tudo
  De todas as maneiras.»

...

«E como são estilhaços
Do ser, as coisas dispersas
Quebro a alma em pedaços
E em pessoas diversas.»

....


«Se as coisas são estilhaços
Do saber do universo,
Seja eu os meus pedaços,
Impreciso e diverso.»



Obra em prosa de Fernando Pessoa. Livro do Desassossego por Bernardo Soares 1ª parte. Introdução e nova organização de textos de António Quadros. Publicações Europa-América P. 17

 «A despersonalização imaginativa, onírica e intelectual, é nele permanente: Depois, ao passar diante de casa, chalés, vou vivendo em mim todas as vidas ao mesmo tempo. Sou o pai, a mãe, as filhas, as primas, a criada e o primo da criada...»



Obra em prosa de Fernando Pessoa. Livro do Desassossego por Bernardo Soares 1ª parte. Introdução e nova organização de textos de António Quadros. Publicações Europa-América., p. 17

sábado, 26 de junho de 2010

«Posso imaginar-me tudo, porque não sou nada. Se fosse alguma coisa, não poderia imaginar.»


Bernardo Soares. Livro do Desassossego, in Fernando Pessoa, Obras, II, p.750.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

«Um tão inexplicável excesso de mágoa absurda, uma dor tão desolada, tão órfã, tão/metafisicamente/minha, (...)»

Fernando Pessoa
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