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domingo, 23 de setembro de 2018
«na intelegível voz de uma alma devastada.»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., pp. 53
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verso solto
(...)
«cumprindo enfim o ciclo das breves orgias cristãs.
foi então que a descobriram,
o rosto contraído sob o azul de um céu litoral
que a noite escurecia,
agora que os vermes a procuravam, sedentos de
um corpo triste;»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., pp. 50
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«indiferentes ao mundo, aos sonhos do mundo,»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., pp. 48
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(...)
«marinheiros, sábios, homens do mar que o mar
não devolverá.
quando ele chegou nada disse.
havia uma história de muitas milhas e tanta sede
nos lábios gretados.»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., pp. 47
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(...)
«consultando as profanas escrituras, testamentos e
exercícios sobre a loucura,
noções de orgia e massacre,
pergaminhos que tempo algum destruiria;»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., pp. 39
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(...)
« o coração esmagado por deus,
seduzido pelos frios rostos do passado, pelas
visões incontroladas de poentes vermelhos, após
as dunas.»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 27
« o coração esmagado por deus,
seduzido pelos frios rostos do passado, pelas
visões incontroladas de poentes vermelhos, após
as dunas.»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 27
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sábado, 1 de setembro de 2018
imperceptível, o arado rasga a terra,
o amor dorme,
da árvore pende o mais doce fruto,
a casa é branca, tão branca, penso eu.
que farei deste silêncio e destas feridas,
que profundo desgosto atraiu o olhar,
que ódio mais necessário envolve as mãos?
sou jeremias,
é certo.
o fugitivo, o ermita,
o vagabundo do país de exílio,
da lisboa inerte onde se morre,
sou o louco impossível,
o pastor da noite que nunca chegará,
o avô negro que envelheceu entre as plantações
de algodão no sul,
e através da auto-estrada e do vento da costa,
quando se dirigia para o ocaso,
nas horas de maior calor;
tudo o que amei passou,
como as marés que deixam o
ciclo,
lua cheia e lua nova,
inverno e estio,
tudo o que amei se abandonou,
como náufrago que o mar abandona à praia,
quase morto,
no fim da viagem subitamente interrompida,
agora que o fascínio das noites do sul se perdeu
e o sul se perdeu,
e o cais se perdeu...
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 25/6
o amor dorme,
da árvore pende o mais doce fruto,
a casa é branca, tão branca, penso eu.
que farei deste silêncio e destas feridas,
que profundo desgosto atraiu o olhar,
que ódio mais necessário envolve as mãos?
sou jeremias,
é certo.
o fugitivo, o ermita,
o vagabundo do país de exílio,
da lisboa inerte onde se morre,
sou o louco impossível,
o pastor da noite que nunca chegará,
o avô negro que envelheceu entre as plantações
de algodão no sul,
e através da auto-estrada e do vento da costa,
quando se dirigia para o ocaso,
nas horas de maior calor;
tudo o que amei passou,
como as marés que deixam o
ciclo,
lua cheia e lua nova,
inverno e estio,
tudo o que amei se abandonou,
como náufrago que o mar abandona à praia,
quase morto,
no fim da viagem subitamente interrompida,
agora que o fascínio das noites do sul se perdeu
e o sul se perdeu,
e o cais se perdeu...
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 25/6
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«entretanto
não conheci cidades senão as onde se morre,»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 21
não conheci cidades senão as onde se morre,»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 21
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«pela estrada de pó havemos de chegar à branca igreja»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 16
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«depois, seria amanhã,»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 14
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«venha a mim o reino destruído,»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 11
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« bem aventurados sejam os dias de cólera,»
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., p. 11
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para aqueles cujo coração é o coração da terra e
do vento e do mar
e por isso são filhos da terra e do vento e do mar,
é este livro.
para os que regressam um dia e tudo se perdeu
enlouquecendo depois pelos caminhos do litoral e da
noite,
é este livro.
para eliot e pound, whitman e pessoa, shelley e
algumas gerações,
as belas malditas e perdidas gerações
é este o livro.
para cavalo louco e billy the kid,
vagabundos de sempre bêbedos ternos e
mestre desaparecidos,
cantores dos campos e tocadores antigos,
é este livro.
para ti filho do norte e do sul
de todos os silêncios de todas as casas de todas
as tardes,
irmão do fogo e da flor ardente,
companheiro de setembro e maio e dezembro,
é este livro.
para aqueles que vão sobre as ondas e no deserto e
no azul
perseguindo a nuvem e o sol e a ave,
derradeiros viajantes de muitas migrações,
é este livro,
daqui lisboa onde arde e morre o coração.
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., pp. 7-8
do vento e do mar
e por isso são filhos da terra e do vento e do mar,
é este livro.
para os que regressam um dia e tudo se perdeu
enlouquecendo depois pelos caminhos do litoral e da
noite,
é este livro.
para eliot e pound, whitman e pessoa, shelley e
algumas gerações,
as belas malditas e perdidas gerações
é este o livro.
para cavalo louco e billy the kid,
vagabundos de sempre bêbedos ternos e
mestre desaparecidos,
cantores dos campos e tocadores antigos,
é este livro.
para ti filho do norte e do sul
de todos os silêncios de todas as casas de todas
as tardes,
irmão do fogo e da flor ardente,
companheiro de setembro e maio e dezembro,
é este livro.
para aqueles que vão sobre as ondas e no deserto e
no azul
perseguindo a nuvem e o sol e a ave,
derradeiros viajantes de muitas migrações,
é este livro,
daqui lisboa onde arde e morre o coração.
José Agostinho Baptista. Jeremias o louco. Centelha/Poesia. Coimbra, 1978., pp. 7-8
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