"Esta é a ditosa pátria minha amada? Não. Nem pátria minha porque o não merece. Nem eu mereço a pouca sorte de nascido nela."
Jorge de Sena
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
(...) « - Minha'alma!... Aqui não há lugar solene p'ra padecer por quem nos envenene! -»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 156
Também as minhas mãos e os meus lábios te desejam. E se imaginam criando em ti um alongar dos teus nervos, um cristalizar dos teus olhos, um espumejar de saliva nos cantos da tua boca entreaberta, um sibilar de língua firme contra os dentes, um latejar de garganta e voz sem fala... Solta a tua vida nas minhas mãos e nos meus lábios e vê, reflectidas no meu rosto, as chicotadas que o teu corpo raivará. 9/7/39 Obras - Vol. 9.º. pág.63.
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 154
«Nada tinha sido verde quanto o verde para cortar em dois os cardumes sem boca.» Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 152
(...) «Lembro-me de mais para que já possa lembrar-me. Sim. E amanhã lembrar-me-ei de menos para que possa acreditar no quanto lembro.»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 148
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 145
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
«(...) Mão inútil dedilhando angústia... Dedos...Dedos... Dedos, para quê?...»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 138
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 135
Se eu visse a cor do eco luminoso levado nas palavras ditas para que a sombra fosse menos negra, Eu... Nós, que nos sentamos loucos deslizando espuma dessalgada sobre papéis culpados de brancura, Nós, olhar igual a móvel doutro século abandonado hoje numa casa para amanhã, Nós - somos o último argumento de ilusão, de liberdade própria, no fundo a renúncia isenta de saudade, a dor voltada bater de asas muito alto, e a renúncia, iguais afirmações dos outros! Porém se eu visse a cor do eco imaginaria outras palavras nem novas nem velhas, possivelmente de silêncio, que seriam o primeiro lado do polígono - - dentro dele o mundo giraria, o último lado no infinito, sim, mas nem por isso menos eu, nosso, não há olhos aqui vendo comigo!... Então cerrem-se as portas e acendamo-nos. Olhemo-nos agora. - É este o nosso corpo ... - Serve. - É esta a nossa alma... - Basta. - Basta e sobra! Imaginas que lá fora. - Não, não imagino nada. O eco... o luminoso! ia dentro da palavra. 29/5/39 Obras - Vol. 9.º, págs. 33-34. Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 133
Palavras soltas que ficaram sem ar sem força de viver... sem força de cair... - Mundos de mim sem força de morrer... Vidas de mim sem força de nascer... - Palavras soltas...soltas... tremendo de estar sós...e de partir... 25/4/39 2 Obras - Vol.9.º, pág.22.
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 123
«(...) Como é ridículo mudar as coisas e as cores e as distâncias para vozes de embalar sozinho, para sons de angustiar sozinho...»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 112
« - não queirais ser o Deus das conveniências nem o Deus das minhas consolações.»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 108
«(...) Se não quis tornar a ver-te foi com medo de mudar - que os olhos que são sofrer-te podem não querer conhecer-te e ver em ti mais que mar...»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 105
«(...) A ferida curada de si mesma... Triste e funda e dolorosa por ser lúcida.»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 93
«(...) E um amor não morre nunca, nunca, nem mesmo sufocado em ódio e em razões, nem mesmo com o haver um outro amor.»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 87
«(...) É uma doença pelo poder com que absorve o pensamento,»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 86
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 79
«(...) e sê-lo-á porque, não sendo nada, será o que quisermos.»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 78
(...) «Lama de sangue...Sangue já em rio... O rio o leva ao mar e o mar não bebe - - o mar conhece a voz da santa guerra, por ordem do poder que o governa dará a rumo e rumo a Rosa eterna e o Mundo nunca mais será o Mundo mas Terra, Terra inteira, livre terra!»
Jorge de Sena.Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 77