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domingo, 17 de março de 2019

''O símbolo é naturalmente
a linguagem
das verdades superiores
à nossa inteligência.''

Fernando Pessoa

domingo, 20 de janeiro de 2019

«canonizar» o saudosismo

Fernando Pessoa

''política desnacionalizante''

Fernando Pessoa
«nunca é possível determinar responsabilidades; elas são sempre da 6.ª pessoa num caso onde só agiram cinco»; «refilamos só de palavras.»; somos incapazes da revolta e agitação (Quando fizemos uma revolução foi para implementar uma coisa igual ao que já estava.»

Fernando Pessoa
«Uma nação que habitualmente pense mal de si mesma acabará por merecer o conceito de si anteformou. Envenena-se mentalmente.»

Fernando Pessoa, Análise mental da vida portuguesa

domingo, 14 de outubro de 2018

...o sofrimento é um momento muito longo. Não o podemos dividir por estações.

“... o sofrimento é um momento muito longo. Não o podemos dividir por estações. Apenas podemos notar os seus modos e registar a sua volta. Para nós o próprio tempo não avança. Revolve. Parece circular em torno de um só centro de dor. A imobilidade paralisante de uma vida da qual cada circunstância está regulada segundo um molde imutável, de modo que comemos e bebemos segundo as leis inflexíveis de uma fórmula de ferro: este carácter de imobilidade que faz cada horroroso dia no seu mínimo detalhe como todo outro dia parece transmitir-se àquelas forças exteriores[, e o texto completa-se, de modo pouco legível,] a essência de cuja existência é mudar incessantemente.”

Fernando Pessoa, Textos Filosóficos, Lisboa, 1968, I, 228

domingo, 26 de agosto de 2018

“Procuro encostar as palavras à ideia | E não precisar dum corredor | Do pensamento para as palavras”

Fernando Pessoa, 1972.
 “Digo de mim ‘sou eu’. | E não digo mais nada. Que mais há a dizer?”

Fernando Pessoa, 1972.

segunda-feira, 12 de março de 2018

“toda a arte é a conversão duma sensação numa outra sensação”

Não é no conteúdo da sensibilidade que está a arte, ou a falta dela: é
no uso que se faz desse conteúdo.

Fernando Pessoa  
''Pessoa escreveu um poema «O amor é que é essencial», datado de 5 de abril de 1935, onde os seus versos falam do fenómeno amoroso como a consciência do fracasso:

O amor é que é essencial
O sexo é só um acidente.
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal:
É uma carne inteligente,
Embora às vezes doente. ''

“Cada um de nós não tem de seu nem de real senão a sua própria individualidade.”

 Fernando Pessoa 

domingo, 25 de fevereiro de 2018

“Afirmo por vezes que um poema – eu diria também uma pintura ou uma estátua, mas não considero artes a escultura e a pintura, apenas trabalho aperfeiçoado de artesanato – é uma pessoa, um ser humano vivo, pertencente pela presença corpórea e autêntica existência carnal a outro mundo para o qual a nossa imaginação o projeta e que o aspecto com que se nos apresenta, ao lermo-lo neste mundo, nada mais é do que a sombra imperfeita da realidade da beleza que alhures é divina”


Fernando Pessoa, Páginas íntimas e de auto-interpretação. Texto estabelecido e prefaciado por G. R. Lind e J. do Pardo Coelho. Lisboa, Ática, 1966, p. 139. 

sábado, 24 de fevereiro de 2018

 “Se os limites da minha linguagem delimitam os limites do meu mundo, o meu mundo não tem limites porque se tornou a minha própria linguagem”.

“Vivo-me esteticamente em outro”

Os três princípios do Sensacionismo:
 1. Todo o objecto é uma sensação nossa.
2. Toda a arte é a conversão duma sensação em objecto.
3. Portanto, toda a arte é a conversão duma sensação numa outra sensação

(PESSOA, F., 168)

“liberdade é a possibilidade do isolamento”

«Todas as coisas no mundo exterior têm um paralelo interior. A realidade torna-se sonho; a acção, inacção; a posse, cansaço; o amor, contemplação. E a forma como o mundo interior é construído é pelo uso de uma linguagem própria.

O absurdo do mundo é tentarmos perceber o absurdo do mundo. Em vez disso, Pessoa deixa-nos a hipótese de refazermos o mundo, cada um de nós à nossa maneira. Sim, isso implica que nos afastemos do mundo exterior para o mundo interior, mas, no sentido em que nenhum mundo faz sentido, porque é que o mundo exterior é melhor do que o mundo interior?»


Nuno Hipólito.O SENSACIONISMO É UM NÃO-EXISTENCIALISMO  (IEMO Grupo Interdisciplinar de Estudos Pessoanos e Modernistas)
Ah, compreendo! O patrão Vasques é a Vida. A Vida, monótona e necessária, mandante e desconhecida. Este homem banal representa a banalidade da Vida. Ele é tudo para mim, por fora, porque a Vida é tudo para mim por fora. E, se o escritório da Rua dos Douradores representa para mim a vida, este meu segundo andar, onde moro, na mesma Rua dos Douradores, representa para mim a Arte. Sim, a Arte, que mora na mesma rua que a Vida, porém num lugar diferente, a Arte que alivia da vida sem aliviar de viver, que é tão monótona como a mesma vida, mas só em lugar diferente. Sim, esta Rua dos Douradores compreende para mim todo o sentido das coisas, a solução de todos os enigmas, salvo o existirem enigmas, que é o que não pode ter solução .»

 (PESSOA, F., Livro do Desassossego p. 350)
Toda a obra de Pessoa é de base ontológica, desde logo porque se baseou na criação de personagens que não eram ele e que, como ele próprio disse, retiravam dele as suas qualidades para o deixar como o resto dessa mesma subtracção. Assim escreve Pessoa a Casais Monteiro no início de 1935:

 […] pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental, vestida da música que lhe é própria, pus em Álvaro de Campos toda a emoção que não dou nem a mim nem à vida. Pensar, meu querido Casais Monteiro, que todos estes têm que ser, na prática da publicação, preteridos pelo Fernando Pessoa, impuro e simples.»

 (PESSOA, F., 1935)
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