''O símbolo é naturalmente
a linguagem
das verdades superiores
à nossa inteligência.''
Fernando Pessoa
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domingo, 17 de março de 2019
domingo, 20 de janeiro de 2019
domingo, 14 de outubro de 2018
...o sofrimento é um momento muito longo. Não o podemos dividir por estações.
“... o sofrimento é um momento muito longo. Não o podemos dividir por
estações. Apenas podemos notar os seus modos e registar a sua volta. Para
nós o próprio tempo não avança. Revolve. Parece circular em torno de um
só centro de dor. A imobilidade paralisante de uma vida da qual cada
circunstância está regulada segundo um molde imutável, de modo que
comemos e bebemos segundo as leis inflexíveis de uma fórmula de ferro: este
carácter de imobilidade que faz cada horroroso dia no seu mínimo detalhe
como todo outro dia parece transmitir-se àquelas forças exteriores[, e o texto completa-se, de modo pouco legível,] a essência de cuja existência é mudar
incessantemente.”
Fernando Pessoa, Textos Filosóficos, Lisboa, 1968, I, 228
domingo, 26 de agosto de 2018
segunda-feira, 12 de março de 2018
''Pessoa escreveu um poema «O amor é que é essencial», datado de 5 de abril de 1935, onde
os seus versos falam do fenómeno amoroso como a consciência do fracasso:
O amor é que é essencial
O sexo é só um acidente.
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal:
É uma carne inteligente,
Embora às vezes doente. ''
O amor é que é essencial
O sexo é só um acidente.
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal:
É uma carne inteligente,
Embora às vezes doente. ''
domingo, 25 de fevereiro de 2018
“Afirmo por vezes que um poema – eu diria também uma pintura ou uma estátua, mas
não considero artes a escultura e a pintura, apenas trabalho aperfeiçoado de
artesanato – é uma pessoa, um ser humano vivo, pertencente pela presença corpórea e
autêntica existência carnal a outro mundo para o qual a nossa imaginação o projeta e
que o aspecto com que se nos apresenta, ao lermo-lo neste mundo, nada mais é do que a
sombra imperfeita da realidade da beleza que alhures é divina”
Fernando Pessoa, Páginas íntimas e de auto-interpretação. Texto estabelecido e prefaciado por G. R.
Lind e J. do Pardo Coelho. Lisboa, Ática, 1966, p. 139.
sábado, 24 de fevereiro de 2018
Os três princípios do Sensacionismo:
1. Todo o objecto é uma sensação nossa.
2. Toda a arte é a conversão duma sensação em objecto.
3. Portanto, toda a arte é a conversão duma sensação numa outra sensação
(PESSOA, F., 168)
1. Todo o objecto é uma sensação nossa.
2. Toda a arte é a conversão duma sensação em objecto.
3. Portanto, toda a arte é a conversão duma sensação numa outra sensação
(PESSOA, F., 168)
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Fernando Pessoa,
Sensacionismo
«Todas as coisas no mundo exterior têm um paralelo interior. A realidade torna-se
sonho; a acção, inacção; a posse, cansaço; o amor, contemplação. E a forma como o mundo
interior é construído é pelo uso de uma linguagem própria.
O absurdo do mundo é tentarmos perceber o absurdo do mundo. Em vez disso, Pessoa deixa-nos a hipótese de refazermos o mundo, cada um de nós à nossa maneira. Sim, isso implica que nos afastemos do mundo exterior para o mundo interior, mas, no sentido em que nenhum mundo faz sentido, porque é que o mundo exterior é melhor do que o mundo interior?»
Nuno Hipólito.O SENSACIONISMO É UM NÃO-EXISTENCIALISMO (IEMO Grupo Interdisciplinar de Estudos Pessoanos e Modernistas)
O absurdo do mundo é tentarmos perceber o absurdo do mundo. Em vez disso, Pessoa deixa-nos a hipótese de refazermos o mundo, cada um de nós à nossa maneira. Sim, isso implica que nos afastemos do mundo exterior para o mundo interior, mas, no sentido em que nenhum mundo faz sentido, porque é que o mundo exterior é melhor do que o mundo interior?»
Nuno Hipólito.O SENSACIONISMO É UM NÃO-EXISTENCIALISMO (IEMO Grupo Interdisciplinar de Estudos Pessoanos e Modernistas)
Ah, compreendo! O patrão Vasques é a Vida. A Vida, monótona e
necessária, mandante e desconhecida. Este homem banal representa a
banalidade da Vida. Ele é tudo para mim, por fora, porque a Vida é tudo
para mim por fora. E, se o escritório da Rua dos Douradores representa para
mim a vida, este meu segundo andar, onde moro, na mesma Rua dos
Douradores, representa para mim a Arte. Sim, a Arte, que mora na mesma
rua que a Vida, porém num lugar diferente, a Arte que alivia da vida sem
aliviar de viver, que é tão monótona como a mesma vida, mas só em lugar
diferente. Sim, esta Rua dos Douradores compreende para mim todo o
sentido das coisas, a solução de todos os enigmas, salvo o existirem
enigmas, que é o que não pode ter solução .»
(PESSOA, F., Livro do Desassossego p. 350)
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Fernando Pessoa,
Livro do desassossego
Toda a obra de Pessoa é de base ontológica, desde logo porque se baseou na
criação de personagens que não eram ele e que, como ele próprio disse, retiravam dele as
suas qualidades para o deixar como o resto dessa mesma subtracção. Assim escreve Pessoa
a Casais Monteiro no início de 1935:
[…] pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental, vestida da música que lhe é própria, pus em Álvaro de Campos toda a emoção que não dou nem a mim nem à vida. Pensar, meu querido Casais Monteiro, que todos estes têm que ser, na prática da publicação, preteridos pelo Fernando Pessoa, impuro e simples.»
(PESSOA, F., 1935)
[…] pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental, vestida da música que lhe é própria, pus em Álvaro de Campos toda a emoção que não dou nem a mim nem à vida. Pensar, meu querido Casais Monteiro, que todos estes têm que ser, na prática da publicação, preteridos pelo Fernando Pessoa, impuro e simples.»
(PESSOA, F., 1935)
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Fernando Pessoa / heterónimos
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