domingo, 30 de junho de 2019

estética presencista

«uma verdadeira revolução política é também uma poética»
“Diz-se Revolução
 o Movimento de um Corpo que,
descrevendo uma curva fechada,
passa sucessivamente pelos
mesmos Lugares”».

''viagem por mapas auto-biográficos''

sábado, 29 de junho de 2019

« O nu da mulher foi puríssimo até ao momento em que enfiaram uma liga liga na coxa.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 79

«Mas, lá em baixo, ainda se dividem as doenças em morais e imorais, confessáveis e inconfessáveis. Para mim as enfermidades são simplesmente curáveis.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 79

«A dor e a agonia não têm nacionalidade.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 79

Maria Lamas, Jovem mãe da Castanheira, Serra da Estrela

''a Mulher ajoelhada/ferida que arrasta a perna machucada anda em direção ao centro, segurando a perna com a mão''

Quadro Guernica, Pablo Picasso
''O que vocês pensam que seja um artista? Um imbecil feito só de olhos, se é pintor, ou de ouvidos, se é músico, ou de coração em forma de lira, se é poeta, ou mesmo feito só de músculos, se se trata de um pugilista? Muito ao contrário, ele é ao mesmo tempo um ser político, sempre alerta aos acontecimentos tristes, alegres, violentos, aos quais reage de todas as maneiras.

Pablo Picasso.
“No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo.”

Pablo Picasso, sobre Guernica.
''Ainda quando pequeno desenhava pombas, bonecas, cavalos, árvores e as touradas que costumava assistir com o pai.''

sobre Pablo Picasso

O ARTISTA PABLO PICASSO

''Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria dos Remedios Cipriano de la Santissima Trinidad Ruiz y Picasso nasceu em Málaga, Espanha, em 25 de outubro de 1881. Picasso era o sobrenome de sua mãe e os demais nomes que dão extensão ao seu nome de baptismo fazem referência e homenagem a avôs, tio, pai e padrinho do artista. No entanto, foi como Pablo Picasso que ficou conhecido.''

intertextualidade

narrativa proletária

'' os romanceiros de 30''


“consciência do subdesenvolvimento”

''O que fez do cinema novo um fenómeno de importância internacional foi justamente o seu alto nível de compromisso com a verdade; foi o seu próprio miserabilismo, que, antes escrito pela literatura de 30, foi agora fotografado pelo cinema de 60; e se antes era escrito como denúncia social, hoje passou a ser discutido como problema político. (ROCHA, 2004, p. 65)''

“Estética da fome” // “Estética da violência”

Glauber Rocha

'' a máscara da bondade, as iniquidades, injustiças e opressões do subdesenvolvimento''

«É fácil constatar que a mesma pessoa que recusa, como demasiadamente brutal a aplicação de uma norma legal, e que se presta, por gentileza, a favorecer uma pretensão irregular, encare com insensibilidade notável a mortalidade infantil ou a fome endémica. Assim, a violência é ideologicamente distorcida para dar a impressão de que não exista. (CANDIDO, 1969, p. 416)»
'' A arte é muitas vezes uma solução, um cavalo de Tróia, um pincel que ajuda a retratar e a apagar ditaduras. O seu poder é imenso, ainda que contraditório. A arte pode ser um meio e um fim, pode redimir e condenar. Pode ser um instrumento de subversão e um veículo de consenso, uma expressão de liberdade e rosto do totalitarismo.''
''só se tem uma vida privada quando se dorme. O padrão de um regime totalitarista, é que todas as áreas da vida, e da arte têm de ser controladas, porque são todas perigosas e são''

dito por chefe do partido trabalhista nazi

"Le blé" (ao lado de "Le sel") 
em IMAGES PORTUGAISES, ed. Secretariado da Propaganda Nacional, s.d. (1939), prefácio de António Ferro. in 4º, 72 p.

''Realismo e utopia; cultura popular e cultura erudita''

mimetismo provinciano

círculos intelectuais

“boom literário latino-americano”

 Mario Vargas Llosa, Gabriel García Marquez e Julio Cortázar.

''nas brumas do pós-guerra''

''Um vampiro de longas barbas''

Concórdia

negociante de arte


''campa condigna''

''campos de morte''

LUTADOR com suástica

Max Schmeling


1892, Max Nordau

Médico, activista sionista e co-fundador da Organização Sionista Mundial.

inferioridade racial

estética extremada

obliquamente



Like the beat, beat, beat of the tom-tom
When the jungle shadows fall
Like the tick, tick, tock of the stately clock
As it stands against the wall
Like the drip, drip, drip of the raindrops
When the summer shower is through
So a voice within me keeps repeating you, you, you
Night and day, you are the one
Only you beneath the moon or under the sun
Whether near to me or far
It's no matter, darling, where you are
I think of you
Night and day, day and night, why is it so
That this longing for you follows wherever I go?
In the roaring traffic's boom
In the silence of my lonely room
I think of you
Night and day, night and day
Under the hide of me
There's an, oh, such a hungry yearning burning inside of me
And its torment won't be through
'Till you let me spend my life making love to you
Day and night, night and day
Night and day
Under the hide of me
There's an, oh, such a hungry yearning burning inside of me
And its torment won't be through
'Till you let me spend my life making love to you
Day and night, night and day


Compositores: Cole Porter
Jorge Guerra, 1966 (Col. Fundação Gulbenkian)

sexta-feira, 28 de junho de 2019

quinta-feira, 27 de junho de 2019

[...] as imagens cinematográficas são frases de prosa. Uma imagem que se fixa um pouco mais demoradamente na tela, é um substantivo com adjetivo. Um primeiro plano é um ponto exclamativo, e de facto os primeiros planos ociosos irritam como toda ênfase inútil. A câmera procede como uma máquina de escrever. Mas uma ‘leitura’ demasiadamente tecnicista de um filme, como é aquela adoptada hoje das revistas especializadas, penso que seja frustrante. (CATALANO, 1975, p. XI, )

“[...] le immagini cinematografiche sono delle frasi di prosa. Un’immagine che si ferma un po’ più a lungo sullo schermo, è un sostantivo con aggettivo. Un primo piano è un punto esclamativo, e infatti i primi piani oziosi irritano come ogni sottolineatura inutile. La macchina da presa procede come una macchina da scrivere. Ma una ‘lettura’ troppo tecnicista di un film, come è quella adottata oggi dalle riviste specializzate, penso sia deludente”.

composição fílmica

''abolindo o ego ''

''indissociabilidade entre crítica e história da literatura.''

Paula Regina Siega

Antonio Candido, Eduardo Lourenço e Lino Micciché: a literatura brasileira no circuito da recepção externa do Cinema Novo
«Formulada por Hans-Robert Jauss, a estética da recepção surge no âmbito dos estudos literários e filológicos desenvolvidos na Escola de Constança (Alemanha), nos anos 1960. Ocupando o campo da leitura e dando continuidade à teoria hermenêutica de Hans Georg Gadamer, Jauss (1969; 1988; 1989) dá ulterior desenvolvimento à ideia de experiência estética, à qual conjuga o conceito de horizonte de expectativas, identificando, em ambos, os agentes de formação de um determinado texto ou evento artístico. Desse ponto de vista, no momento do contato com a obra (experiência estética), a reação do receptor dependerá em larga medida de seu horizonte de expectativas, ou seja, do conjunto de conhecimentos prévios (para o qual contribuem experiências estéticas anteriores) que orientarão o seu julgamento crítico. Na teoria jaussiana, portanto, o significado de uma obra literária não se esgota nas intenções autorais ou no texto, mas é dado de vez em vez pela interação entre texto-leitor, situados historicamente. Daí, a conclusão de que as transformações nos modos de percepção estética não dependem somente das obras ou do “gênio”, pois ainda que estes possam alterar um determinado paradigma artístico, a sua aceitação vai depender também do horizonte de expectativas dos receptores, sujeito a contínuas modificações. »

Paula Regina Siega

Antonio Candido, Eduardo Lourenço e Lino Micciché: a literatura brasileira no circuito da recepção externa do Cinema Novo

segunda-feira, 24 de junho de 2019

domingo, 16 de junho de 2019



«No amor verdadeiro, a comunhão dos corpos realiza-se como o coito das flores, como as bodas dos insectos.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 74

guarda-roupa cultural

«Meu irmão segue um regime de solidão para higiene do espírito: impelido pela necessidade de conhecer todos os homens, afastou-se de todos e observa-os de longe; eu, para não conhecer nenhum, para não me afeiçoar a nenhum, procuro aproximar-me de todos. E, desse modo, o solitário misantropo e a irrequieta vagabunda acharam-se de acordo sobre o mesmo ponto, chegando a duas conclusões simétricas e equivalentes; não ver ninguém para conhecer todos, e ver todos para não conhecer ninguém.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 73

''(...) mergulhar na multidão para dominar a própria dor''


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 72

«Explico-te: sou mulher: forte, como mulher, forte para reagir, forte para me defender; mas fraca para reagir contra mim mesma, fraca para me defender da minha melancolia.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 72

''(...) enrolou um cigarro entre as palmas e acendeu-o numa brasa.''


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 72


«Há uma canção que diz: ''À rapariga cigana que se enamorar de um homem de outra raça é como uma pomba errante que procura pousar na ponta de um punhal. Não consegue suster-se e o ferro trespassa-lhe o coração.''»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 71

«Calava a cada passo, pois sabia a graça das pausas e o valor musical do silêncio.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 71

''(...), um jovem que parava, para beijá-la, nas zonas de penumbra,''

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 71

''solitário vendedor de postas de peixe com gosto de azeite e fumaça''


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 70

sábado, 15 de junho de 2019

''escritores caquéticos e leitosos''


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 67

domingo, 9 de junho de 2019


cidade-mar

«Com seu lençol de neve, o inverno for chegando,
Cada postigo fecharei com férreos elos
Para noite erguer meus mágicos castelos.
Hei de sonhar então com azulados astros,
Jardins onde a água chora em meio aos alabastros,
Beijos, aves que cantam de manhã e à tarde,
E tudo o que no Idílio de infantil se guarde.
O Tumulto, golpeando em vão minha vidraça,
Não me fará mover a fronte ao que se passa,
Pois que estarei entregue ao voluptuoso alento
De relembrar a Primavera em pensamento
Em um sol na lama colher, tal como quem, absorto,
Entre as ideias goza um tépido conforto »

Baudelaire
''Em a Paisagem (BAUDELAIRE, 2012, p. 305), ao descrever o cenário urbano, a voz poética nos permite fitar a Paris de então: a quietude das igrejas e a suavidade dos campanários contrastam com a correria dos operários absortos no trabalho braçal na fábrica:

«Quero, para compor os meus castos monólogos, / Deitar-me ao pé do céu, assim como os astrólogos, / E, junto aos campanários, escutar sonhando / Solenes cânticos que o vento vai levando. / As mãos sob meu queixo, só, na água-furtada, / Verei a fábrica em azáfama engolfada.»''

“Só a obra sobra, o resto soçobra”, disse um poeta.

matança civil


«Que marítimos abismos ou que rios ignoram
esta lúgubre guerra? Que mar não foi manchado
 pelo massacre dos Dáunios?
   Que costa não está suja com o nosso sangue?»

Horácio
 «(...)no meio de tanta mortandade causada por um contínuo de guerras e batalhas fratricidas. »

divindades femininas

Almo Sol, que em teu refulgente carro
 o dia fazes surgir e escondes, e que um outro
 embora o mesmo sempre renasces, possas tu    
 nada maior ver do que a urbe de Roma.

 Horácio, Cântico Secular (Carmen Saeculare), 9-12

consciência virgiliana

«Esta cidade floresceu durante muitos anos, até que Mezêncio a submeteu ao seu império soberbo e às suas armas cruéis. Para quê recordar as abomináveis chacinas e as selvagens proezas deste tirano? Que os deuses as façam recair sobre a sua cabeça e a da sua descendência! Ele unia cadáveres a viventes, juntando mãos com mãos e bocas com bocas, tortura medonha, e fazia-os perecer assim, de uma morte lenta, escorrendo sangue e pus em um doloroso amplexo! Mas, um dia, os cidadãos, cansados das atrocidades deste louco, levantam-se em armas, cercam-no a ele e à sua casa, matam os cúmplices e lançam fogo ao  palácio. Ele conseguiu escapar, no meio daquela mortandade, e refugiou-se nas terras dos Rútulos, sob a protecção das armas de Turno, que lhe dá defesa e hospitalidade.»
«Aqui estão os que, enquanto a vida durava, odiaram os irmãos, os que levantaram a mão contra o pai e os que defraudaram um cliente, e aqueles que descobriram riquezas e as guardaram só para si e não deram uma parte aos seus (estes são a maior parte); e aqueles que foram mortos por causa de um adultério, os que seguiram armas ímpias e não temeram trair os juramentos feitos aos seus senhores que [aqui] esperam a sua pena. (....). Aí está sentado, e eternamente estará, o infeliz Teseu; e Flégias, o mais desventurado de todos, adverte e testemunha, em alta voz, através das sombras: ‘Pela força do exemplo, aprendam a respeitar a justiça e a não desprezar os deuses.’ Este vendeu a pátria por ouro e impôs-lhe um tirano; promulgou leis e, por dinheiro, anulou-as; aquele assaltou o tálamo da filha e consumou um himeneu interdito. Ousaram todos um acto monstruoso e dessa ousadia se gozaram.»

teia intratextual

arqui-inimiga

traição política

o lugar da alienação do poeta

O homem fez, o homem desfez.

 «Pois que é Roma senão os Romanos? Não se trata aqui de pedras, ou de traves, de grandes edifícios ou de extensas muralhas. Tudo isto fora construído de modo que um dia haveria de ruir. Quando o homem construiu, colocou pedra sobre pedra, quando destruiu, derrubou pedra após pedra. O homem fez, o homem desfez.»

 August. De urb. Exc.6.6. Trad. de Urbano, Carlota M. (2010) Agostinho, O “De excidio Vrbis”e outros sermões sobre a queda de Roma. Coimbra, CECH., 79

“Foi a minha primeira morte”

«Pois julgais, irmãos, que a cidade se mede pelos seus muros e não pelos seus cidadãos? », perguntava Santo Agostinho, pouco tempo depois do saque de Roma em 410, tentando consolar os Romanos perante a devastação causada pelas tropas de Alarico.
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