Gentes estranhas com seus olhos cheios doutros mundos quiseram cantar teus encantos para elas só de mistérios profundos, de delírios e feitiçarias... Teus encantos profundos de Africa. Mas não puderam. Em seus formais e rendilhados cantos, ausentes de emoção e sinceridade, quedas-te longínqua, inatingível, virgem de contactos mais fundos. E te mascararam de esfinge de ébano, amante sensual, jarra etrusca, exotismo tropical, demência, atracção, crueldade, animalidade, magia... e não sabemos quantas outras palavras vistosas e vazias. Em seus formais cantos rendilhados foste tudo, negra... menos tu. E ainda bem. Ainda bem que nos deixaram a nós, do mesmo sangue, mesmos nervos, carne, alma, sofrimento, a glória única e sentida de te cantar com emoção verdadeira e radical, a glória comovida de te cantar, toda amassada, moldada, vazada nesta sílaba imensa e luminosa: MÃE
Era de noite e no quarto aprisionado em escuridão apenas o luar entrara, sorrateiramente, e fora derramar-se no chão. Solidão. Solidão. Solidão.
E então, tua voz, minha irmã americana, veio do ar, do nada nascida da própria escuridão... Estranha, profunda, quente, vazada em solidão.
E começava assim a canção: “Into each heart some rain must fall...” Começava assim e era só melancolia do princípio ao fim, como se teus dias fossem sem sol e a tua alma aí, sem alegria...
Tua voz irmã, no seu trágico sentimentalismo, descendo e subindo, chorando para logo, ainda trémula, começar rindo, cantando no teu arrastado inglês crioulo esses singulares “blues”, dum fatalismo rácico que faz doer tua voz, não sei porque estranha magia, arrastou para longe a minha solidão...
No quarto às escuras, eu já não estava só! Com a tua voz, irmã americana, veio todo o meu povo escravizado sem dó por esse mundo fora, vivendo no medo, no receio de tudo e de todos... O meu povo ajudando a erguer impérios e a ser excluído na vitória... A viver, segregado, uma vida inglória, de proscrito, de criminoso...
O meu povo transportando para a música, para a poesia, os seus complexos, a sua tristeza inata, a sua insatisfação...
Billie Holiday, minha irmã americana, continua cantando sempre, no teu jeito magoado os “blues” eternos do nosso povo desgraçado... Continua cantando, cantando, sempre cantando, até que a humanidade egoísta ouça em ti a nossa voz,
e se volte enfim para nós, mas com olhos de fraternidade e compreensão!
(Fonte: borboletasdejade.blogspot.com, onde o poema é empregado para uma homenagem a Billie Holiday) B. Holiday: "One for My Baby (and One More for the Road)"
Este objeto artístico parte dos registos vídeo e áudio realizados para as instalações apresentadas em LU.GAR.OCULTO [2018], neste caso, # 1 "Ilusões de futuro, pesadelos do presente" e # 2 "Memórias das águas", alem do uso dos arquivos realizados em 2018 prevêem-se ainda novas recolhas de som, foley's a ser produzidos no decurso deste trabalho, agora centrado na montagem. Partindo do tema "água", dos conhecimentos da natureza e memoria dos lugares este trabalho propõe, essencialmente, uma experiência imersiva e sensorial a partir do vídeo numa abordagem formal exploratória em torno da ideia dos "estados da matéria" procurando para além das "forças de coesão" sugeridas pelas formas e escuta atenta, o resgate da "memória" e "consciência ecológica", discussões/experiências que ambas instalações já propunham.
''Passamos pelas coisas sem as habitar, falamos com os outros sem os ouvir, juntamos informação que nunca chegamos a aprofundar. Tudo transita num galope ruidoso, veemente e efémero. Na verdade, a velocidade com que vivemos impede-nos de viver. Uma alternativa será resgatar a nossa relação com o tempo. Por tentativas, por pequenos passos. Ora isso não acontece sem um abrandamento interno. Precisamente porque a pressão de decidir é enorme, necessitamos de uma lentidão que nos proteja das precipitações mecânicas, dos gestos cegamente compulsivos, das palavras repetidas e banais.
Precisamente porque temos de nos desdobrar e multiplicar, necessitamos de reaprender o aqui e o agora da presença, de reaprender o inteiro, o intacto, o concentrado, o atento e o uno. Mesmo tendo perdido o estatuto nas nossas sociedades modernas e ocidentais, a lentidão continua a ser um antídoto contra a rasura normalizadora. A lentidão ensaia uma fuga ao quadriculado; ousa transcender o meramente funcional e utilitário; escolhe mais vezes conviver com a vida silenciosa; anota os pequenos tráficos de sentido, as trocas de sabor e as suas fascinantes minúcias, o manuseamento diversificado e tão íntimo.''
José Tolentino Mendonça, in 'O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas'
''É que não se envelhece para morrer. Penso no modo extraordinário e preciso como o livro do Génesis descreve a caminhada do patriarca Abraão. “Abraão expirou... velho e saciado de dias” (Gen 25:8). Sim, não se envelhece para morrer. Envelhecemos para nos saciarmos de vida e desse modo sentir que, mesmo escassa ou vacilante, a vida é o milagre mais espantoso, mais indescritível e pródigo que nos tocou em sorte. Com razão, James Hilmann escreveu: “Envelhecendo eu revelo o meu carácter, não a minha morte.” A velhice é um laboratório de vida presente e não só passada, uma escola onde se aprofunda o significado da esperança e do amor. Quando estes sentimentos, despidos já das contaminações do cálculo, distantes do enganador afã dos objetivos que lhe colocámos, revelam finalmente a sua natureza. O que é o amor em si, o que é a esperança sem mais — os velhos sabem-no melhor.''
''When day comes we ask ourselves, where can we find light in this never-ending shade? The loss we carry, a sea we must wade. We’ve braved the belly of the beast, we’ve learned that quiet isn’t always peace and the norms and notions of what just is, isn’t always justice. And yet the dawn is ours before we knew it, somehow we do it, somehow we’ve weathered and witnessed a nation that isn’t broken but simply unfinished.
We, the successors of a country and a time where a skinny black girl descended from slaves and raised by a single mother can dream of becoming president only to find herself reciting for one. And, yes, we are far from polished, far from pristine, but that doesn’t mean we are striving to form a union that is perfect, we are striving to forge a union with purpose, to compose a country committed to all cultures, colors, characters and conditions of man.
So we lift our gazes not to what stands between us, but what stands before us. We close the divide because we know to put our future first, we must first put our differences aside. We lay down our arms so we can reach out our arms to one another, we seek harm to none and harmony for all.
Let the globe, if nothing else, say this is true: that even as we grieved, we grew, even as we hurt, we hoped, that even as we tired, we tried, that we’ll forever be tied together victorious, not because we will never again know defeat but because we will never again sow division.
Scripture tells us to envision that everyone shall sit under their own vine and fig tree and no one should make them afraid. If we’re to live up to our own time, then victory won’t lie in the blade, but in in all of the bridges we’ve made.
That is the promise to glade, the hill we climb if only we dare it because being American is more than a pride we inherit, it’s the past we step into and how we repair it. We’ve seen a force that would shatter our nation rather than share it. That would destroy our country if it meant delaying democracy, and this effort very nearly succeeded. But while democracy can periodically be delayed, but it can never be permanently defeated.
In this truth, in this faith, we trust, for while we have our eyes on the future, history has its eyes on us, this is the era of just redemption we feared in its inception we did not feel prepared to be the heirs of such a terrifying hour but within it we found the power to author a new chapter, to offer hope and laughter to ourselves, so while once we asked how can we possibly prevail over catastrophe, now we assert how could catastrophe possibly prevail over us.
We will not march back to what was but move to what shall be, a country that is bruised but whole, benevolent but bold, fierce and free, we will not be turned around or interrupted by intimidation because we know our inaction and inertia will be the inheritance of the next generation, our blunders become their burden. But one thing is certain: if we merge mercy with might and might with right, then love becomes our legacy and change our children’s birthright.
So let us leave behind a country better than the one we were left, with every breath from my bronze, pounded chest, we will raise this wounded world into a wondrous one, we will rise from the golden hills of the West, we will rise from the windswept Northeast where our forefathers first realized revolution, we will rise from the lake-rimmed cities of the Midwestern states, we will rise from the sunbaked South, we will rebuild, reconcile, and recover in every known nook of our nation in every corner called our country our people diverse and beautiful will emerge battered and beautiful, when the day comes we step out of the shade aflame and unafraid, the new dawn blooms as we free it, for there is always light if only we’re brave enough to see it, if only we’re brave enough to be it.''
« Ela diz que não sonha. Mas, no entanto, deve sonhar. O que sucede é que os sonhos não a perturbam, ou então perturbam-na de tal maneira que os esquece antes de acordar. Gosta de dormir, e o sono faz-lhe bem. Queria ser como ela. Luto contra o sono e desejo-o com ânsia.»
John Steinbeck. O Inverno do Nosso Descontentamento. Tradução de João Belchior Viegas. Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1962., p. 47
The weather was fine The sailors were drinking American wine And I wished I could go back to spring again
Now they're all gone That's life moving on Some stay behind to get drunk on the sun They wish they could go back to spring again Oh, such a spring Oh, such a spring Oh, such a spring
The noise of the town The salt in the air It plays all around But I no longer care And I wish I could go back to spring again Oh, such a spring Oh, such a spring Oh, such a spring
They try words And down through the years It all turns to tears They don't know But they try anyway
The clouds cleared up The sun hit the sky I watched all the folks go to work Just to die And I wished I could go back to spring again
Compositores: Grian Alexander Chatten / Carlos Ramos O'Connell / Conor Patrick Deegan / Conor Patrick Curley / Thomas Patrick Coll
The bride: Lana Del ReyThe video: “Ultraviolence,” 2014
''Um panchão é um cartucho de pólvora, revestido por papel vermelho. É um elemento típico da China, sendo tradicionalmente queimado para cumprir um dos rituais do Ano Novo Chinês.''
« - O dia está sombrio.
- Não. As cortinas é que estão caídas.»
John Steinbeck. O Inverno do Nosso Descontentamento. Tradução de João Belchior Viegas. Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1962., p. 34
Obituário | José Dinis, o dentista da carrinha Gulbenkian que pôs várias gerações a ler (1933-2021)
''José Joaquim Cesar da Cruz Dinis, figura marcante da cultura na região na última metade do século XX, morreu no passado dia 11 de janeiro, aos 87 anos, em Coimbra, mas só hoje a sua morte foi revelada publicamente. Dentista de profissão num consultório que herdou do pai, ficou conhecido para lá das fronteiras do concelho de Abrantes, onde nasceu e viveu, por ser encarregado de uma biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian durante mais de 30 anos.
A sua carrinha Citroën tinha o número 32 e ficou gravada na memória de várias gerações de Abrantes, Sardoal, Mação, Vila de Rei, Ponte de Sor e Gavião, que começou a visitar a partir de 1963. O percurso que fazia todos os meses por vários concelhos da região era decorado pelos miúdos e ansiado de igual forma pelos mais velhos. Quando a carrinha da Gulbenkian estacionava tinha sempre já uma fila de gente à espera. Era o mundo que chegava sobre rodas, sobretudo nos anos 60, 70 e 80, quando a televisão só tinha dois canais, a oferta cultural era escassa e os livros um bem raro na maioria das casas portuguesas.
Muita gente aprendeu a ler com os livros recomendados por José Dinis, centenas de crianças descobriram as bandas desenhadas e as histórias de aventuras que iriam moldar a sua infância, jovens namoradeiros trocaram os primeiros bilhetinhos dentro dos livros que ele passava de mão em mão, cúmplice desses amores.
José Luís Peixoto foi um dos seus fiéis “clientes” quando aprendia as primeiras letras no concelho de Ponte de Sor, onde nasceu. “Uma vez por mês, ao fim da tarde, a carrinha Citroën chegava ao terreiro de Galveias, calhava-nos as quartas-feiras. Ficava estacionada em frente da cooperativa. Depois do 25 de Abril, o clube dos ricos passou a sede da cooperativa. Quando eu chegava, vindo dos lados do São João, já havia outros rapazes e raparigas à volta da carrinha”, recordou num artigo publicado na revista Visão, em 2014. “Impressionava-me a quantidade de livros. Precisava de me esticar para chegar às prateleiras mais altas e, por isso, parecia-me que não tinham fim. O senhor Dinis conduzia a carrinha, recebia os papéis preenchidos com os códigos dos livros que requisitávamos. Levávamos sempre a quantidade máxima de livros. Líamos muito depressa os que tínhamos e, depois, íamos trocando entre nós até ao regresso da biblioteca no mês seguinte.”
O leitor tornou-se escritor, e muito por “culpa” daquele homem, que lhe aguçou a curiosidade pelas emoções que vivem escondidas em cada página. “Às vezes dou por mim a falar nisso perante uma plateia que me olha como se estivesse a dar notícias de um mundo meio real, meio imaginário”, diz Peixoto. Mas sim, a realidade mágica das bibliotecas itinerantes foi palpável durante quase 50 anos – e ainda perdura na memória de todos os que se cruzavam com elas.
A Fundação Calouste Gulbenkian criou o programa em 1958, para “promover e desenvolver o gosto pela leitura e elevar o nível cultural dos cidadãos, assentando a sua prática no princípio do livre acesso às estantes, empréstimo domiciliário e gratuitidade do serviço”. Poetas como Herberto Hélder e Alexandre O’Neill trabalharam nas bibliotecas itinerantes enquanto jovens – o nível de cultura exigido aos encarregados era bastante elevado, e muitos recordam precisamente a imensa cultura de José Dinis, que tinha sempre resposta pronta para as muitas perguntas que lhe faziam (quase como se fosse um “petite Larousse”).
Carismático e sempre gentil, é como muitos o recordam. Ninguém se sentia menorizado perante as prateleiras da sua pequena-grande biblioteca, e todos respeitavam o livro emprestado de forma quase reverencial, manuseando-os com cuidado para os poder devolver sem qualquer estrago adicional.
“Os livros saíam como pão quente, e qual milagre da multiplicação dos pães, voltavam intactos como se não tivessem sido comidos. Os livros saíam e entravam, e isso era o nascimento, o sangue de um novo Portugal, amassado com um fermento, a curiosidade.” Quem o diz é José Tavares, médico abrantino que entrevistou José Dinis por diversas vezes, ao longo dos anos, para escrever um livro que fixasse a memória que aquele homem tinha das gentes e das terras por onde passou. A obra “A Biblioteca Ambulante” recebeu uma menção honrosa no Prémio Literário do Médio Tejo em 2017, na categoria de não-ficção, mas a edição é garantida apenas ao primeiro classificado – no caso, “O Arneiro, 100 anos depois da guerra”, um ensaio fotográfico de Paulo Jorge de Sousa –, tendo havido posteriores tentativas de avançar com a publicação, travadas entretanto pela chegada da pandemia de covid-19.
“Não seria maravilhoso o mundo se as bibliotecas fossem mais importantes do que os bancos?”, perguntou um dia Felipe à revolucionária Mafalda desenhada por Quino. Sim, seria. Nesse mundo haveria livros sem fim, e filas de gente a encher de vida as livrarias e as bibliotecas, sempre com um José Dinis à porta, a sorrir-nos e a dar-nos um bom conselho.
“O Sr. Dinis representou para mim a primeira ideia do que era um sábio. Ele conhecia os autores e até as personagens de todos os livros no ventre mágico da carrinha. As leituras que me recomendou ampliaram o meu mundo e acabaram-me com muitos medos. Na verdade, sem elas eu não era o mesmo.” Francisco Lopes, diretor da Biblioteca Municipal António Botto, em Abrantes
“Passados estes anos, acho que a primeira pessoa sábia e muito culta que conheci nesta terra que piso [Abrantes] foi o senhor José Dinis, quando a seguir a 74 nos levava os livros a trote numa biblioteca itinerante da Gulbenkian. Parava ali em Santo António e tinha leituras para sugerir a todos os meninos e meninas que acorriam à carrinha dos livros uma vez por semana. Ainda não tínhamos consciência de que a liberdade estava a passar por ali e muitos de nós só conhecíamos os livros da escola. O senhor Dinis nunca esboçava um sorriso, mas falava. Falava que se desunhava a ensinar-nos outras coisas que não aprendíamos nem na escola, nem em casa. Deu-nos mundo através dos livros que levávamos para casa.” Fernanda Mendes, técnica de comunicação na Câmara Municipal de Abrantes
“Até sempre, GRANDE ZÉ DINIS! Quando me juntar a ti já nao vou ter vergonha de te pedir livros para levar para casa, do teu enorme CITROEN, em Cardigos, de onde me lembro de ti. OBRIGADO pela tua grande INSATISFAÇÃO. Pegou-se, fica descansado.” António Colaço, artista plástico, ex-assessor de imprensa do grupo parlamentar do Partido Socialista''
''Tomai e recebei, as horas do meu dia Alegrias e dores, penas e trabalhos. Fora eu rico, Senhor, e muito Vos daria, Mas sei que nada valho.
Que tenho eu, meu Deus, p'ra pôr sobre a patena Que as mãos do sacerdote elevam no altar? A não ser esta imensa, esta infinita pena, De nada ter p'ra dar.
Com o trigo loiro deponho, na patena, A minha vida inteira, of'reço-a no altar. Mas ainda me fica esta infinita pena, De nada ter p'ra dar.
Em cada hóstia, imaculada e pura, Quantos os grãozinhos do nosso trigo loiro? Mas, para ser hóstia, sofre sob a mó dura Cada baguinho de oiro.''
MEDICINA, ANTROPOLOGIA processo de interação sinérgica entre duas ou mais doenças que se desenvolvem em simultâneo em indivíduos de um dado grupo populacional marcado por certas condições socioeconómicas específicas, afetando negativamente a evolução de cada uma dessas doenças
O (des)Lugar da Ética Na Obra Eternidade de Ferreira de Castro
Encontrar o caminho ético, o fio da eticidade do autor e, porventura, dizer qual a sua compleição e estrutura ética, em Eternidade, é nosso desafio. O pensamento intuitivo de Ferreira de Castro antecipa aquilo que a ciência iria mostrar como verdade. A sua atenção para desconcerto social em Eternidade é o grito da vida, enquanto existência e o grito humano, enquanto comportamento. Ao falar de morte, contrariamente àquilo que pudemos pensar – que a morte está à nossa frente –, vemos, nesta obra, que na verdade grande parte da nossa morte está atrás de nós, porque toda a existência que deixamos para trás pertence já à eternidade. Eternidade é, na sua essência, um grito bioético, porque é um grito pela vida, sempre.
misoginia
mi.so.gi.ni.a
mizɔʒiˈniɐ
nome feminino
1.
aversão ou desprezo pelos indivíduos do sexo feminino