quinta-feira, 9 de março de 2023

« Cada hora lhe desabotoava do coração rebentos novos a florir e a recender.»

Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 27

derruído

«aligeirando-lhes os aborrecimentos da solidão»

Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 25

loureiral

''fermento de vícios''

Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 22


 

ama-seca

chichisbéus

«(...) renque de faias entrelaçadas com olmeiros»

Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 21

 

casaco assertoado
casaco de trespasse

folgazã

« de rópia e chulice»

Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 18

«Ricardina era a mais doce alma que os anjos compuseram da graça e formosura do Céu.»

Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 18

Christina Vantzou ‎- No.1 (2011) FULL ALBUM

quarta-feira, 8 de março de 2023

Com licença poética


Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado 



« Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos
fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave»

Vinicius de Moraes

Ginarca

domingo, 5 de março de 2023

Assim como assim

 « (...) - Que sabes tu do coração desta rapariga?

- Nada.»


Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 13


 

«Ricardina, porém, se deu a ver nos olhos alguma coisa do que lhe ia na alma, era a resolução das lágrimas.»

Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 12

''repugnâncias do sangue''

Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 12

 

ter bojo para
ser capaz de admitir ou suportar

 «Toda a obra literária é assim feita de um misto de visão, lembrança e acto, de noções e de informações recebidas, no decorrer de uma vida, através da palavra ou dos livros, e de resquícios da nossa própria existência.»

Marguerite Yourcenar. Posfácios. Posfácio. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 222

''a inalterável fidelidade do coração''

Marguerite Yourcenar. Posfácios. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 214

 «(...) o adultério banalizado perdeu, além disso, muito do seu prestígio graças à facilidade do divórcio»

Marguerite Yourcenar. Posfácios. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 211

The Smiths - A Tale of a Wonderful Woman


 

admonição

''passiva por sageza e não por fraqueza''

Marguerite Yourcenar. Posfácios. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 208

alancear

''inconsolável luto''

Marguerite Yourcenar. Posfácios. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 208

'' exultação isenta de arrependimento''

Marguerite Yourcenar. Posfácios. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 208

''Virgens -das-Sete-Espadas''

Marguerite Yourcenar. Posfácios. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 207

Mescla

sábado, 4 de março de 2023

Para que serve a Filosofia...

 ''Para enriquecer. Para conhecer mulheres deslumbrantes (mesmo no sentido bíblico do verbo). Para viajar a mundos e locais fascinantes, na companhia de seres inteligentes e imortais. Para desprezar o trabalho e toda a forma de escravatura, encapsule-se ela em que supositório for. Para experimentar a verdadeira independência. Para esmerar a arte de transformar falsos amigos em fiéis inimigos.  Para andar na guerra sem medo e na paz sem arrogância. Para saber que o mais importante é também o mais simples: que o fim e o princípio coincidem. Para compreender, com clareza, para que serve a honestidade - a intelectual sobretodas. Para não perder tempo com ninharias e ninhacastas. Para, enfim, entre mil e muitas outras coisas maravilhosas (que ficaria aqui um ano a enumerar), ser um homem digno da sua ociosidade essencial, no que apenas honra o padroeiro-mor de todos os ociosos genuínos deste mundo: Deus.''




Dorothy Wilding

 

Quanto Mais Amada Mais Desisto

 


De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.

Natália Correia, in "O Dilúvio e a Pomba"

Cântico do País Emerso

 

Os previdentes e os presidentes tomam de ponta
Os inocentes que têm pressa de voar
Os revoltados fazem de conta fazem de conta...
Os revoltantes fazem as contas de somar.

Embebo-me na solidão como uma esponja
Por becos que me conduzem a hospitais.
O medo é um tenente que faz a ronda
E a ronda abre sepulcros fecha portais;

Os edifícios são malefícios da conjura
Municipal de um desalento e de uma Porta.
Salvo a ranhura para sair o funeral
Não há inquilinos nos edifícios vistos por fora

Que é dos meninos com cataventos na aérea
Arquitetura de gargalhadas em cornucópia?
Almas bovinas acomodadas à matéria
Pastam na erva entre as ruínas da memória,

Homens por dentro abandalhados em unhas sujas
Que desleixaram seu coração num bengaleiro;
Mulheres corujas seriam gregas não fossem as negras
Nódoas deixadas na sua carne pelo dinheiro;

Jovens alheios à pulcritude do corpo em festa
Passam por mim como alamedas de ciprestes
E a flor de cinza da juventude é uma aresta
Que me golpeia abrindo vácuos de flores silvestres

E essa ansidedade de mim mesma me virgula
Paula de pátria entressonhada. É um crisol.
E, o fruto agreste da linfa ardente que em mim circula
Sabe-me a sol. Sabe-me a pássaro. Pássaro ao sol.

Entre mim e a cidade se ateia a perspectiva
De uma angústia florida em narinas frementes.
Apalpo-me estou viva e o tacto subjectiva-me
a galope num sonho com espuma nos dentes.

E invoco-vos, irmãos, Capitães-Mores do Instinto!
Que me acenais do mar com um lenço cor da aurora
E com a tinta azulada desse aceno me pinto.
O cais é a urgência. O embarque é agora.

Cidadania

Buquê de ruídos úteis

o dia. O tom mais púrpura
do avião sobressai
locomovida rosa pública.

Entre os edifícios a acácia
de antigamente ainda ousa
trazer ao cimo a folhagem
sua dor de apertada coisa.

Um solo de saxofone excresce
mensagem que a morte adia
aflito pássaro que enrouquece
a garganta da telefonia.

Em cada bolso do cimento
uma lenta aranha de gás
manipula o dividendo
de um suicídio lilás.

Natália Correia, in "O Vinho e a Lira"

Balada para um Homem na Multidão


Este homem que entre a multidão
enternece por vezes destacar
é sempre o mesmo aqui ou no japão
a diferença é ele ignorar.

Muitos mortos foram necessários
para formar seus dentes um cabelo
vai movido por pés involuntários
e endoidece ser eu a percebê-lo.

Sentam-no à mesa de um café
num andaime ou sob um pinheiro
tanto faz desde que se esqueça
que é homem à espera que cresça
a árvore que dá dinheiro.

Alimentam-no do ar proibido
de um sonho que não é dele
não tem mais que esse frasco de vidro
para fechar a estrela do norte.
E só o seu corpo abolido
lhe pertence na hora da morte.

Natália Correia, in "O Vinho e a Lira"

Alípio de Freitas

borzeguins

Questões Escaldantes

  Margaret Atwood

«Miranda, a inocente, que se apaixona por um homem porque o acha belo.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 193

«Era bonito, ser-se cinquenta anos fiel.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 192

« Não, não era uma avó ruim. Mas ele não gostava suficientemente dela para lhe dizer que se ia embora.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 188

 

à sorrelfa
disfarçadamente, pela calada


 

infamante

 « - A minha mãe foi enforcada em público - respondeu com ostentação o garoto, que se vangloriava desse episódio. Parecia-lhe a ele que a mãe (de quem, de resto, se não lembrava, por ser muito pequeno nessa altura) morrera no palco de um grande teatro.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 185

 «(...), conseguia dar a sentir, por dentro, algo como três pessoas, que, por assim dizer, jogassem uma contra a outra.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 184

 « Um actor, contudo, não vale muito mais do que uma cabeça de gado, (...)»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 182

 «(...), comover pessoas incapazes de se comoverem»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 180

 

empunhar o ceptro
começar a reinarcomeçar a mandar

 «(...) as peias da civilização, que o atavam de pés e mãos.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.281

Planta arbustiva

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Way Early Subtone

'' a ansiedade pesou arrobas sobre o espírito de Huck ''

 Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.218

 «Esteve muito doente e desinteressou-se de tudo.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.179

''morto para o mundo''

 Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.179

 « A verdade acerca dos nossos é sempre desagradável.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.172

 « Era uma alma simples e honesta, e por isso uma vítima fácil.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.105


Anne Brigman

 

José Afonso - Teresa Torga


Mulher na democracia
Não é biombo de sala


«(...), e ficou a olhar para a parede com o ar daqueles cujos sofrimentos atingiram limites que já não podem ser excedidos.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.95

«Através de tudo isto, a sua expressão era a de alguém que tem desgostos grandes de mais para se preocupar com insignificâncias.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.95

Quietação

 « Teve de esconder o seu desgosto e calar os lamentos do seu coração, carregado com a cruz de uma triste e longa tarde entre estranhos, sem ninguém com quem desabafar a sua tristeza.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.69

'' UMA CARRAÇA CORREDORA E UM DESGOSTO''

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.63


 

'' A CAROCHA E A SUA PRESA''

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.43

''mordia-lhe a consciência''

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.38

« Descobrira, sem o saber, uma grande lei que rege a Humanidade e que é: para se conseguir que um homem ou um rapaz cobice uma coisa, basta tornar essa coisa difícil de obter.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.22

 « A vida parecia-lhe oca e a existência nada mais do que um fardo.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.15

« Mas quanto mais velha mais tola, é o caso.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p.6

domingo, 26 de fevereiro de 2023

'' a vida que ali estivera, já não estava.''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 169


 

'' para quem viver e morrer é igualmente difícil''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 167

'' a sua servidão em relação ao salário''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 165

« O tempo, então, deixou de existir.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 161

 

adjetivo
1.
sujeito a enfermidades contínuas, enfermiço
2.
de compleição fraca
3.
combalido
4.
inválido

'' o incêndio de uma meda de trigo''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 156

hebdomadário

''madeira roída pelos bichos do mar''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 154




 

''apresentadores de espectáculos''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 144

«Era-lhe de facto penoso pensar que Belmonte pudesse morrer. Algo nele ansiava por que aquele doente fosse imortal.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 139

 «(...), nessa profundidade que é Deus ... (Aut Nihil, aut forte Ego.) Porque o segredo está em eu cavar em mim,»


Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 137

''bastaria cavar em qualquer sítio para se chegar a Deus''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 137

 «Depois de haver, segundo alguns, homologado o universo, e segundo outros provado Deus, ou pelo contrário, a sua inutilidade ( tais zé-ninguéns devem ser rejeitados a par), eis-me de cu assente na terra nua e, pendurados por cima da minha cabeça, os meus silogismos perfeitos e as minhas incontroversas demonstrações, alto demais, contudo, para que eu, num golpe de rins, me consiga agarrar a eles.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 136/7


Actriz Anna May Wong

 

«(...) gostava de citar o seu poeta ou de falar das blandícias da cama»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 136

volições

« - Eu é que já não penso nada. Até é provável que pense mal.»

 Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 134

« E os sábios que me louvam ou me refutam em mais páginas do que as que contém o meu livro, aborrecem-me de morte.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 134

'' somítico de sentimentos''

 Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 134

 « - Mas eu sei de onde vos vêm esses vislumbres de compreensão. Já várias vezes vos ouvi tossir. Dentro de dois anos ireis estoirar, como eu.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 134

 « - Sois igual aos outros. Falaram-vos, na escola, de um Deus, sem mais, que depois viestes logicamente a desaprender.»

 Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 133


 

''livro subversivo''

 Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 131

« Como tantos outros grandes homens, paga o seu génio com a adversidade.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 131

«Bem sabia ele que todo o segredo, com o tempo, se torna difícil de guardar.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 130

adeuses

« Uma mulher de sumptuosos seios nus, ventre meio velado por uma gaze, sustentava nas mãos a cabeça de um decapitado.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 128

Petrea volúbilis

 

de cambulhada
1.
sem ordem, confusamente
2.
em conjunto com outro(s)


Nuvem, de Arminda Moisés Coelho

 

Politician Man

miudagem

 « Os remediados, esses, inquietavam-se com o vencimento das rendas ou dos contratos de arrendamento; um crédito não reavido equivalia, para Elias, a uma seara perdida.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 120

 ''cadáveres prontos a server de refeição pendiam dos ganchos do açougue''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 120

''as exacções e as astúcias''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 119

«Não se compreendia porque é que essas gentes se impunham ao nosso espírito, ocupavam a nossa imaginação, e até às vezes nos devoravam o coração, antes de se mostrarem o que eram: fantasmas.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 119

ignobilidade

 

domingo, 19 de fevereiro de 2023


 Dara Scully

 

É do tempo da Maria Cachucha

CARNAVAL


A vida é uma tremenda bebedeira.

Eu nunca tiro dela outra impressão.

Passo nas ruas, tenho a sensação

De um carnaval cheio de cor e poeira...

A cada hora tenho a dolorosa

Sensação, agradável todavia,

De ir aos encontrões atrás da alegria

Duma plebe farsante e copiosa...

Cada momento é um carnaval imenso

Em que ando misturado sem querer.

Se penso nisto maça-me viver

E eu, que amo a intensidade, acho isto intenso

De mais... Balbúrdia que entra pela cabeça

Dentro a quem quer parar um só momento

Em ver onde é que tem o pensamento

Antes que o ser e a lucidez lhe esqueça...

Automóveis, veículos, (...)

As ruas cheias, (...)

Fitas de cinema correndo sempre

E nunca tendo um sentido preciso.

Julgo-me bêbado, sinto-me confuso,

Cambaleio nas minhas sensações,

Sinto uma súbita falta de corrimões

No pleno dia da cidade (...)

Uma pândega esta existência toda...

Que embrulhada se mete por mim dentro

E sempre em mim desloca o crente centro

Do meu psiquismo, que anda sempre à roda...

E contudo eu estou como ninguém

De amoroso acordo com isto tudo...

Não encontro em mim, quando me estudo,

Diferença entre mim e isto que tem

Esta balbúrdia de carnaval tolo,

Esta mistura de europeu e zulu

Este batuque tremendo e chulo

E elegantemente em desconsolo...

Que tipos! Que agradáveis e antipáticos!

Como eu sou deles com um nojo a eles!

O mesmo tom europeu em nossas peles

E o mesmo ar conjuga-nos

Tenho às vezes o tédio de ser eu

Com esta forma de hoje e estas maneiras...

Gasto inúteis horas inteiras

A descobrir quem sou; e nunca deu

Resultado a pesquisa... Se há um plano

Que eu forme, na vida que talho para mim

Antes que eu chegue desse plano ao fim

Já estou como antes fora dele. É engano

A gente ter confiança em quem tem ser...

(...)

Olho p'ró tipo como eu que ai vem...

(...)

Como se veste (...) bem

Porque é uma necessidade que ele tem

Sem que ele tenha essa necessidade.

Ah, tudo isto é para dizer apenas

Que não estou bem na vida, e quero ir

Para um lugar mais sossegado, ouvir

Correr os rios e não ter mais penas.

Sim, estou farto do corpo e da alma

Que esse corpo contém, ou é, ou faz-se...

Cada momento é um corpo no que nasce...

Mas o que importa é que não tenho calma.

Não tenciono escrever outro poema

Tenciono só dizer que me aborreço.

A hora a hora minha vida meço

E acho-a um lamentável estratagema

De Deus para com o bocado de matéria

Que resolveu tomar para meu corpo...

Todo o conteúdo de mim é porco

E de uma chatíssima miséria.

Só é decente ser outra pessoa

Mas isso é porque a gente a vê por fora...

Qualquer coisa em mim parece agora

s.d.

“Carnaval” Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993. 

 - 7a.

lobo-do-mar

« A sua honestidade também não deixava de ter falhas.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 105

adeleiro

'' A negra melancolia ''

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 98

inepta


 

 

nome feminino
1.
manobra secretatramoiaardil
2.
prestidigitaçãomagia

 


nome feminino
advertência feita a alguém a propósito de uma falha, de um comportamento incorreto, etc.reprimendaadmoestação

« Era isso; e não mais do que isso.»

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 92

Salineiro

« o peixe a secar nas caniçadas »

Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 80

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023


 

''Escrever não é difícil. Basta sentarmo-nos em frente da máquina de escrever, abrir as veias e sangrar. ''

Walter “Red” Smith

Rezadeira

O povo e o poder

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

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