domingo, 14 de agosto de 2022
''evocações memorialísticas''
Organização e Prefácio de Carlos Mendes de Sousa.
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 19
''todas as fissuras e rasgões''
Organização e Prefácio de Carlos Mendes de Sousa.
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 13
quinta-feira, 11 de agosto de 2022
«Não podemos confundir absolutismo com princípio, ou substituir espectáculo por política, ou considerar insultos como um debate razoável.»
Barack Obama. Primeiro Discurso de Tomada de Posse. Proferido em Washington DC, a 20 de Janeiro de 2009
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 202
«Projectam uma democracia na qual o governo, seja ele qual for, esteja confinado a uma série de regras, incorporadas na constituição, para que não possa governar o país como lhe apetecer.»
Nelson Mandela. Primeiro Discurso de Tomada de Posse. Proferido na Cidade do Cabo, a 9 de Maio de 1994
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 178
''padrões de saúde em declínio''
nald Reagan. Derrube este muro! Proferido em Berlim Ocidental, a 12 de Junho de 1987
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 179
''não tenho perfil de apóstolo nem de messias''
Salvador Allende. Os últimos discursos. Proferidos na rádio, aquando do golpe militar, a 11 de Setembro de 1973
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 169
« Diz a morte no inferno, Tens foice à tua espera,»
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 325
domingo, 7 de agosto de 2022
'' um cordeiro cercado de serpentes''
Thomas Mann. O eleito. Publicações Europa-América. 1972., p. 10
Quando você for convidado pra subir no adro da fundação
Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos, quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico
Mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção
Da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo
Do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
quinta-feira, 4 de agosto de 2022
''um homem mesmo não querendo fere-o o desgosto''
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 306
Construção
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
(Beijou sua mulher) como se fosse a única
(E cada filho seu) como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela fumaça, desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague
« deixem-me cá com a minha vida, com estas nuvens de pensamentos»
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 248
«Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos vivam um dia numa nação na qual não sejam julgados pela cor da sua pele mas pela verdade da sua personalidade.»
Martin Luther King. Eu Tenho um Sonho. Proferido em Washington DC, a 28 de Agosto de 1963
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 160
terça-feira, 26 de julho de 2022
« O fascismo não passará.»
Dolores Ibárruri. Não Passarão! Proferido na rádio, a 18 de Julho de 1936
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 140
« A liberdade não é para os cobardes ou para os débeis de coração.»
Mahatma Gandhi. «Abandonem a Índia». Excertos do discurso proferido em Bombaim, ao Comité Unificado do Congresso Indiano, a 8 de Agosto de 1942
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 131« A amarra do escravo é quebrada no momento em que ele se considera a si mesmo um ser livre.»
Mahatma Gandhi. «Abandonem a Índia». Excertos do discurso proferido em Bombaim, ao Comité Unificado do Congresso Indiano, a 8 de Agosto de 1942
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 130« Não têm visão, e quando não há visão o povo perece.»
Franklin D. Roosevelt
Discurso da Tomada de Posse, proferido em Washington DC, a 4 de Março de 1933
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 120« a única coisa da qual devemos ter medo é do próprio medo.»
Franklin D. Roosevelt
Discurso da Tomada de Posse, proferido em Washington DC, a 4 de Março de 1933
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 118«Os capitalistas chamam liberdade de imprensa à liberdade dos ricos subornarem a imprensa, à liberdade de utilizar a riqueza para fabricar e falsificar a dita opinião pública. Os defensores da «democracia pura» não são mais, de facto, do que defensores do mais sujo e corrupto sistema de domínio dos ricos sobre os meios de educação das massas, e revelam-se também impostores que enganam o povo e que, com bonitas frases, grandiloquentes e mentirosas até à medula, o desviam da concreta tarefa histórica de libertar a imprensa da sua subjugação ao capital.»
Lenine. Pela Ditadura do Proletariado.
Proferido em Moscovo no I Congresso da III Internacional a 4 de Março de 1919
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 113''ditadura da classe oprimida''
Lenine. Pela Ditadura do Proletariado.
Proferido em Moscovo no I Congresso da III Internacional a 4 de Março de 1919
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 111« Não queirais julgar, para que não sejais julgados. Pois com o juízo com que julgardes, sereis julgados: e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós.»
Jesus de Nazaré. Sermão da Montanha.
Excerto Segundo São Mateus
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 67
«Vós sóis o sal da terra.»
Jesus de Nazaré. Sermão da Montanha.
Excerto Segundo São Mateus
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 63
« Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.»
«Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão Deus.»
Jesus de Nazaré. Sermão da Montanha.
Excerto Segundo São Mateus
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 562
domingo, 17 de julho de 2022
« A tristeza não vem daquilo que nunca se teve, mas daquilo que lhe é retirado.»
Péricles. Oração fúnebre
Proferido em Atenas, durante a Guerra do Peloponeso, 430 a.C.
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 30
«Possuímos o poder peculiar de pensar antes de agir, e reflectimos durante a acção, enquanto outros homens são corajosos através da ignorância, mas hesitam ao reflectirem.»
Péricles. Oração fúnebre
Proferido em Atenas, durante a Guerra do Peloponeso, 430 a.C.
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 27
«(...); ou se eles fingirem serem alguém quando não são nada - neste caso reprovem-nos, como eu vos reprovei, por não se importarem com o que se deveriam importar, e por pensarem que são alguém quando na realidade nada são.»
Platão. Apologia de Sócrates
Excerto da defesa apresentada por Sócrates no seu julgamento em Atenas, a 399 a.CHenrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 21
« Se achais que basta matar um homem para impedir que censurem a vossa forma errada de viver, estais enganados; não é essa a maneira honrada ou possível de escapar; a mais fácil e nobre maneira não é esmagar outros, mas sim aperfeiçoar-vos.»
Platão. Apologia de Sócrates
Excerto da defesa apresentada por Sócrates no seu julgamento em Atenas, a 399 a.C
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 18
« A hora de partida chegou, e é tempo de seguirmos aos nossos caminhos - eu para morrer, vós para viver. Qual desses é o melhor destino? Só Deus pode, com clareza, sabê-lo.»
Platão. Apologia de Sócrates
Excerto da defesa apresentada por Sócrates no seu julgamento em Atenas, a 399 a.C
Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 15.
sexta-feira, 8 de julho de 2022
quarta-feira, 6 de julho de 2022
que a nossa fome é uma fome limpa
«(...), que a nossa fome é uma fome limpa, e os cardos que temos de ripar, ripam-nos as nossas mãos, que mesmo quando estão sujas, limpas são, não há mãos mais limpas que as nossas,»
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 238
Mercedes Sosa-Alfonsina y el mar
Su pequeña huella no vuelve más
Un sendero solo de pena y silencio llegó
Hasta el agua profunda
Un sendero solo de penas mudas llegó
Hasta la espuma
Qué dolores viejos calló tu voz
Para recostarte arrullada en el canto de las
caracolas marinas
La canción que canta en el fondo oscuro del mar
La caracola
¿Qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
Te requiebra el alma y la está llevando
Y te vas hacia allá como en sueños
Dormida, Alfonsina, vestida de mar
Por caminos de algas y de coral
Y fosforescentes caballos marinos harán
Una ronda a tu lado
Y los habitantes del agua van a jugar
Pronto a tu lado
Déjame que duerma nodriza, en paz
Y si llama él no le digas que estoy
Dile que Alfonsina no vuelve
Y si llama él no le digas nunca que estoy
Di que me he ido
¿Qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
Te requiebra el alma y la está llevando
Y te vas hacia allá como en sueños
Dormida, Alfonsina, vestida de mar
«, Minha mãe, se não me casar irei deitar-me sobre os fetos da fonte do Amieiro ou no meio duma seara e ali esperarei por Manuel Espada para que ele venha romper este meu corpo, e depois levantarei o meu vestido e na ribeira me lavarei, sangue de mim que irá correndo até não se saber onde está, mas sabendo eu quem sou.»
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 228
«Cansamo-nos a trabalhar de noite e de dia, quando há trabalho, e não aliviamos o nosso castigo na vida faminta, cavo uns bocaditos de terra quando mos dão para cultivar, e até altas horas, e agora é um geral desemprego, o que eu queria era saber porque são estas coisas assim e se vai ser assim até morrermos todos, não há justiça se uns têm tudo e os outros nada, e eu só queria dizer que os camaradas podem contar comigo, é só isto e nada mais.»
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 225
terça-feira, 5 de julho de 2022
«Tentações, tem cada um as que pode e aprendeu.»
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 211
''não fosse ter acontecido o milagre das rosas''
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 197
'' com o tempo até as fontes confundem as memórias''
José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 195
segunda-feira, 4 de julho de 2022
''que mentis pela gorja''
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 311
« Então o luar batendo nos lanços dos seus muros, dava um reflexo de luz suavíssima, mais rica da saudade que os próprios raios daquele planeta guardador dos segredos de tantas almas, que só nele crêem que exista alguma inteligência que as perceba.»
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 303''parecias hoje desacostumadamente triste''
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 296
''reflexões tristíssimas''
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 290
« Hoje a ciência desbaratou todas as ilusões »
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 289
''honra literária''
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 262
''ataviados de seda''
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 259
domingo, 3 de julho de 2022
« - Capaz és tu de nos matar com latins de frades;»
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 246
« - Em verdade - replicou João de Sá - ; porque ouviste falar em Maria, crestes logo que era a Virgem; porque viste meia dúzia de demónios pintados pelas paredes com muitos braços e grandes dentes, tiveste-los em conta de santos; a uma pouca de água sem sal chamaste água benta, e um pouco de barro, que vos deram para pôr na testa, tomaste-o por cinza de defuntos ! Eu serei sandeu, mas certo que há aí quem o seja mais do que eu o sou.»
Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 244