domingo, 7 de agosto de 2022


 


Quando você for convidado pra subir no adro da fundação
Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos, quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for

Pense no Haiti
Reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

E na TV se você vir um deputado em pânico
Mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção
Da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo
Do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

''um homem mesmo não querendo fere-o o desgosto''

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 306

« Esperei o que foi preciso, nunca se espera de mais nem de menos.»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 300

''artifícios de retórica''

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 293

Construção


Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
como se fosse o último
(Beijou sua mulher) como se fosse a única
(E cada filho seu) como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpinteira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague


 

''artifícios de retórica''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 293

''caules secos do trigo''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 283

 ''miséria sarnosa e febril''


José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 282

''são teimosias e determinações''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 281

«(...) entra-lhe no corpo uma fadiga repentina,»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 280

«Também por caminhos errados se acerta,»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 273


                                                                Dolores Ibárruri

 «(...) negros do alcatrão e sangrentos das esfoladelas, que custosa é a vida dos pobres.»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 272

«(...) são humilhações que depois ficam a queimar a memória por todo o resto da vida,»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 272

« Mas adivinhar que o tormento irá renovar-se, reencontrar a dor conhecida, (...)»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 269

'' quem dá o pão dá a criação''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 266

 «O coração mudou de lugar, é um martelo que golpeia e atordoa, que vai ressoar dentro da cabeça (...)»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 264


 

 


nome feminino
1.
feixe pequeno de palha ou de feno
2.
monte de mato roçado

«(...), povo sentimental a quem a quem ainda se não secaram essas fontes.»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 260

chupista; parasita

''gosto floreiro''

«Defende-te, minha alma, »

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 249

« deixem-me cá com a minha vida, com estas nuvens de pensamentos»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 248

 «(...) sabe-se lá que corações estarão batendo precipitados »

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 246

«Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos vivam um dia numa nação na qual não sejam julgados pela cor da sua pele mas pela verdade da sua personalidade.»


Martin Luther King. Eu Tenho um Sonho. Proferido em Washington DC, a 28 de Agosto de 1963

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 160

«Não nos deixemos cair no vale do desespero.»


Martin Luther King. Eu Tenho um Sonho. Proferido em Washington DC, a 28 de Agosto de 1963

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 160

terça-feira, 26 de julho de 2022


 

«Não vamos acabar com a nossa sede bebendo um copo de amargura e ódio.»


Martin Luther King. Eu Tenho um Sonho. Proferido em Washington DC, a 28 de Agosto de 1963

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 158

«Não é altura de nos darmos ao luxo de ter calma ou de tomarmos a droga tranquilizante do gradualismo.»


Martin Luther King. Eu Tenho um Sonho. Proferido em Washington DC, a 28 de Agosto de 1963

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 157

 «Temos perante nós muitos, muitos longos meses de luta e sofrimento.»

Winston Churchill

 «Não tenho nada a oferecer a não ser sangue, labuta, lágrimas e suor.»

Winston Churchill


 

« O fascismo não passará.»

 Dolores Ibárruri. Não Passarão! Proferido na rádio, a 18 de Julho de 1936

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 140

« A liberdade não é para os cobardes ou para os débeis de coração.»

 Mahatma Gandhi. «Abandonem a Índia». Excertos do discurso proferido em Bombaim, ao Comité Unificado do Congresso Indiano, a 8 de Agosto de 1942

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 131

 « A amarra do escravo é quebrada no momento em que ele se considera a si mesmo um ser livre.»


Mahatma Gandhi. «Abandonem a Índia». Excertos do discurso proferido em Bombaim, ao Comité Unificado do Congresso Indiano, a 8 de Agosto de 1942

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 130




 

« Não têm visão, e quando não há visão o povo perece.»

 Franklin D. Roosevelt

Discurso da Tomada de Posse, proferido em Washington DC, a 4 de Março de 1933

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 120

« a única coisa da qual devemos ter medo é do próprio medo.»


Franklin D. Roosevelt

Discurso da Tomada de Posse, proferido em Washington DC, a 4 de Março de 1933

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 118


«Os capitalistas chamam liberdade de imprensa à liberdade dos ricos subornarem a imprensa, à liberdade de utilizar a riqueza para fabricar e falsificar a dita opinião pública. Os defensores da «democracia pura» não são mais, de facto, do que defensores do mais sujo e corrupto sistema de domínio dos ricos sobre os meios de educação das massas, e revelam-se também impostores que enganam o povo e que, com bonitas frases, grandiloquentes e mentirosas até à medula, o desviam da concreta tarefa histórica de libertar a imprensa da sua subjugação ao capital.»

Lenine. Pela Ditadura do Proletariado.

Proferido em Moscovo no I Congresso da III Internacional a 4 de Março de 1919

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 113

figalgotes

''ditadura da classe oprimida''

 Lenine. Pela Ditadura do Proletariado.

Proferido em Moscovo no I Congresso da III Internacional a 4 de Março de 1919

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 111

«Porque em nenhum país capitalista civilizado existe a «democracia em geral».


Lenine. Pela Ditadura do Proletariado.

Proferido em Moscovo no I Congresso da III Internacional a 4 de Março de 1919

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 111

«Aquele que não carrega a cruz e me segue não é digno de Mim.»


 

indulgências

 « Não queirais julgar, para que não sejais julgados. Pois com o juízo com que julgardes, sereis julgados: e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós.»


Jesus de Nazaré. Sermão da Montanha.

Excerto Segundo São Mateus

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p. 67

«Vós sóis o sal da terra.»

Jesus de Nazaré. Sermão da Montanha.

Excerto Segundo São Mateus

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 63


« Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.»


«Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão Deus.»


Jesus de Nazaré. Sermão da Montanha.

Excerto Segundo São Mateus

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 562

«bem-aventurados os pobres de espírito»

domingo, 17 de julho de 2022

BACH - "ERBARME DICH, MEIN GOTT" - MAGDALENA KOZENÁ - SAINT MATTHEW PASSION

 

Marco António

Que sigam, pois! Malignidade humana

Já estás de pé. Caminha a teu capricho.




Marco António

Elogio Fúnebre a Júlio César

Excerto da peça A Tragédia de Júlio César, de Shakespeare, Acto III, Cena II

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 59

''retórica emocional''

 «(...), sempre tive a convicção de que a impopularidade ganha por virtude não é impopularidade, é glória.»


Cícero. Primeiro Discurso Contra Catilina

Proferido no Senado Romano, em 63 a.C

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 45

« Tens medo da impopularidade na posteridade?»


Cícero. Primeiro Discurso Contra Catilina

Proferido no Senado Romano, em 63 a.C

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 45


 

« E agora, depois de devidamente chorardes cada um dos vossos próprios mortos, podeis partir.»


Péricles. Oração fúnebre

Proferido em Atenas, durante a Guerra do Peloponeso, 430 a.C.


Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 31

 «(...), lembrai-vos que a vossa mágoa não será eterna,»


Péricles. Oração fúnebre

Proferido em Atenas, durante a Guerra do Peloponeso, 430 a.C.


Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 30

« A tristeza não vem daquilo que nunca se teve, mas daquilo que lhe é retirado.»

 Péricles. Oração fúnebre

Proferido em Atenas, durante a Guerra do Peloponeso, 430 a.C.


Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 30

«Possuímos o poder peculiar de pensar antes de agir, e reflectimos durante a acção, enquanto outros homens são corajosos através da ignorância, mas hesitam ao reflectirem.»


Péricles. Oração fúnebre

Proferido em Atenas, durante a Guerra do Peloponeso, 430 a.C.

Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 27

«Não nos esquecemos de alimentar os nossos espíritos cansados;»


Péricles. Oração fúnebre

Proferido em Atenas, durante a Guerra do Peloponeso, 430 a.C.


Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 26

«(...); ou se eles fingirem serem alguém quando não são nada - neste caso reprovem-nos, como eu vos reprovei, por não se importarem com o que se deveriam importar, e por pensarem que são alguém quando na realidade nada são.»


Platão. Apologia de Sócrates

Excerto da defesa apresentada por Sócrates no seu julgamento em Atenas, a 399 a.C


Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 21

 « Se achais que basta matar um homem para impedir que censurem a vossa forma errada de viver, estais enganados; não é essa a maneira honrada ou possível de escapar; a mais fácil e nobre maneira não é esmagar outros, mas sim aperfeiçoar-vos.»

Platão. Apologia de Sócrates
Excerto da defesa apresentada por Sócrates no seu julgamento em Atenas, a 399 a.C


Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 18


 « A hora de partida chegou, e é tempo de seguirmos aos nossos caminhos - eu para morrer, vós para viver. Qual desses é o melhor destino? Só Deus pode, com clareza, sabê-lo.»


Platão. Apologia de Sócrates
Excerto da defesa apresentada por Sócrates no seu julgamento em Atenas, a 399 a.C


Henrique Monteiro. Grandes Discursos da História. Guerra e Paz, Editores, 2017., p 15.

Politician Man - Betty Davis

sexta-feira, 8 de julho de 2022

quarta-feira, 6 de julho de 2022

que a nossa fome é uma fome limpa

 «(...), que a nossa fome é uma fome limpa, e os cardos que temos de ripar, ripam-nos as nossas mãos, que mesmo quando estão sujas, limpas são, não há mãos mais limpas que as nossas,»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 238

''burro com fome cardos come''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 237


 

''açafates de rosas''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 235

 «(...), mas qualquer de nós conhece bastante as fraquezas humanas, e portanto as nossas próprias, para perdoar as alheias.»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 234

«porque nenhum deus é digno do seu criador»


 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 233

«(...), é como um cantar de água entre pedras»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 230

Mercedes Sosa-Alfonsina y el mar


Por la blanda arena que lame el mar
Su pequeña huella no vuelve más
Un sendero solo de pena y silencio llegó
Hasta el agua profunda
Un sendero solo de penas mudas llegó
Hasta la espuma
Sabe Dios qué angustia te acompañó
Qué dolores viejos calló tu voz
Para recostarte arrullada en el canto de las
caracolas marinas
La canción que canta en el fondo oscuro del mar
La caracola
Te vas Alfonsina con tu soledad
¿Qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
Te requiebra el alma y la está llevando
Y te vas hacia allá como en sueños
Dormida, Alfonsina, vestida de mar
Cinco sirenitas te llevarán
Por caminos de algas y de coral
Y fosforescentes caballos marinos harán
Una ronda a tu lado
Y los habitantes del agua van a jugar
Pronto a tu lado
Bájame la lámpara un poco más
Déjame que duerma nodriza, en paz
Y si llama él no le digas que estoy
Dile que Alfonsina no vuelve
Y si llama él no le digas nunca que estoy
Di que me he ido
Te vas Alfonsina con tu soledad
¿Qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
Te requiebra el alma y la está llevando
Y te vas hacia allá como en sueños
Dormida, Alfonsina, vestida de mar

«, Minha mãe, se não me casar irei deitar-me sobre os fetos da fonte do Amieiro ou no meio duma seara e ali esperarei por Manuel Espada para que ele venha romper este meu corpo, e depois levantarei o meu vestido e na ribeira me lavarei, sangue de mim que irá correndo até não se saber onde está, mas sabendo eu quem sou.»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 228

«(...), cresce o estômago para ficar à medida da fome, o sexo à medida do desejo, »

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 227

«Cansamo-nos a trabalhar de noite e de dia, quando há trabalho, e não aliviamos o nosso castigo na vida faminta, cavo uns bocaditos de terra quando mos dão para cultivar, e até altas horas, e agora é um geral desemprego, o que eu queria era saber porque são estas coisas assim e se vai ser assim até morrermos todos, não há justiça se uns têm tudo e os outros nada, e eu só queria dizer que os camaradas podem contar comigo, é só isto e nada mais.»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 225

 

assistir de palanque
assistir de longe, sem se envolver

terça-feira, 5 de julho de 2022


 

José Afonso - Venham Mais Cinco

''cantar friorento de pássaro esquecido''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 217

«Tentações, tem cada um as que pode e aprendeu.»

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 211

''maviosas histórias da carochinha''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 210

 

maré do carvoeiro
ocasião propícia, oportunidade

''o mato é um jardim sem rega nem jardineiro''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 205

 «habituou-se a ver Deus na pastilha de farinha triga e nunca foi capaz de o inventar doutra maneira»


José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 198


 

 


verbo intransitivo
estar fora de sidelirardisparatar

''não fosse ter acontecido o milagre das rosas''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 197

'' com o tempo até as fontes confundem as memórias''

 José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 195

 


adjetivo, nome masculino
1.
mandrião, preguiçoso
2.
vadio, parasita

«, é só para ver se um dia a sua consciência lhe põe os cornos,»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 187

 «(...), e é sabido que as paisagens morrem porque as matam, não porque se suicidem.»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 185

 «(...), porque a vista delas ofende os sentimentos que nos ensinaste a sentir,»

José Saramago. levantado do chão. 20ª Edição. p. 174

segunda-feira, 4 de julho de 2022


 

açodadamente

''que mentis pela gorja''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 311

Preso por mil, preso por mil e quinhentas.

 - diz o velho adágio

 « Então o luar batendo nos lanços dos seus muros, dava um reflexo de luz suavíssima, mais rica da saudade que os próprios raios daquele planeta guardador dos segredos de tantas almas, que só nele crêem que exista alguma inteligência que as perceba.»

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 303

''parecias hoje desacostumadamente triste''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 296

«(...), vira este homem rodeado de pergaminhos e livros»

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 290

«(...), e não pensemos agora no que vai pelo mundo das letras, tão baralhado e revolto, como o mundo da política.»

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 290


 

''reflexões tristíssimas''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 290

« Hoje a ciência desbaratou todas as ilusões »

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 289

 «(...), ou algumas casas, góticas, negras, e arruinadas, só povoadas de ratos e osgas.»

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 284

''honra literária''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 262


 


nome feminino
pedra lavrada ou simplesmente aparelhada, geralmente em paralelepípedos, para construções

''ataviados de seda''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 259

domingo, 3 de julho de 2022


 

Chico Buarque

« - Capaz és tu de nos matar com latins de frades;»

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 246

Recideret omne quod ultra perfectum traheretur

 Poderemos fazer a poda a tudo o que for demais.

« - bom seria que vós nos lêsseis alguma coisa do vosso roteiro »

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 246

« - Em verdade - replicou João de Sá - ; porque ouviste falar em Maria, crestes logo que era a Virgem; porque viste meia dúzia de demónios pintados pelas paredes com muitos braços e grandes dentes, tiveste-los em conta de santos; a uma pouca de água sem sal chamaste água benta, e um pouco de barro, que vos deram para pôr na testa, tomaste-o por cinza de defuntos ! Eu serei sandeu, mas certo que há aí quem o seja mais do que eu o sou.»

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 244

Credat judaeus Apella, non ego

 Creia-o o judeu; não eu.

''superstição da chusma''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 243


 

«, ajoelhou, e beijou a mão do cadáver''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 230

''indizível desesperação''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 230

''tinha os olhos abertos e envidraçados''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 229

''quem salva traidores é traidor como eles''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 229

amiudar


                                                                Torso / Maryanne, 1990


 

Elis Regina

Si Deus pro nobis, qui contra nos?

 Se Deus é por nós, quem prevalecerá contra nós?

desassombradamente

 «(...), com um metal de voz adocicado, como o miar de um gato, quando quer pilhar a alguém um bocado de pão.»

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 228

sábado, 2 de julho de 2022

'' dizei-o só a ele''

 Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 226

«Era a última viagem que fazia neste mundo: passados alguns dias um pouco de veneno o levou ao sítio para onde todos nós caminhamos, e donde ninguém ainda voltou - para o cemitério.»

 Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 225/6

 « Soldados, as vossas cabeças cairão se tiverem orelhas para ouvirem promessas de sua reverência; as vossas mãos serão decepadas, se as folhas das árvores sentirem, por essa estrada, tinir o seu ouro dentro de vossas manoplas.


 Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 225


 

''sempre anda a sonhar com almas de outro mundo''

 Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 224

«(...) que para revelar o maior segredo não precisava senão da mínima contradição, ou de ver que desse segredo se fazia pouco cabedal.»

 Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 224

''trevas espessíssimas''

 

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 218

''não viu por lá viva alma''

 Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 217

'' era preciso morrer ou matar''

Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 215

«As ruas estavam ermas; porque era a hora, em que costumamos, nós os Portugueses, repousar depois de comer: costume santo, que nossos avós guardavam à risca, e de que já hoje alguém se envergonha, porque meia dúzia de franchinotes literários, franceses e ingleses, tiraram daí argumento para nos tacharem de preguiçosos; (...)»

 Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 213

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Lord Huron - The Night We Met (A noite que nos conhecemos)

''pasmaceira popular''

 Alexandre Herculano. Obras Completas. Lendas e Narrativas. Tomo II. Livraria Bertrand. 2ª Edição, 1974., p. 210

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