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segunda-feira, 10 de março de 2014

«o valor da palavra que, eficazmente manipulada, fere mais do que espadas e mata mais do
que os venenos mais mortíferos.»
Coração, ó coração, por males sem remédio derrubado,
ergue-te! Defende-te dos inimigos, opondo-lhes um peito
adverso, firme suportando as ciladas dos que te são hostis!
Se venceres, em demasia não rejubiles,
nem, vencido, em casa te deites em pranto.
Alegra-te antes com as alegrias, dói-te com as tristezas,
sem exagero. Aprende bem o ritmo que domina os homens.



Arquíloco, (frg. 128 W.)

carpe diem

 «A solução única reservada aos homens é a fruição do momento – que Horácio haveria de formular magistralmente na máxima do carpe diem –, seja pelo envolvimento amoroso, pelo degustar de um bom vinho ou mesmo pelo prazer de uma borracheira menos contida.»
«Num epodo de Arquíloco, publicado apenas em 1973 (frg. 196a W.)7 o sujeito seduz uma jovem, comparada a uma cerva, em campos verdejantes e odoríferos, terminando por sossegá-la e quase consumar o acto sexual (vv. 42-53):

Tais foram as minhas palavras. Tomei então a donzela
            e num leito de flores
            a estendi. Com sedoso manto
a cobri e o seu colo rodeei com meus braços,
            acalmando o seu sobressalto,
            tal como uma cerva ...
Os seus seios gentis com as mãos acariciei:
            tenra brilhava a sua pele,
            feitiço da sua juventude .
Todo o seu belo corpo percorri
           e então libertei o branco vigor,
           ao toque dos seus louros cabelos?


Cântico dos Cânticos (II. 8-13)

«Na literatura grega, a imagem mais comum é a do homem (identificado com o poeta) que persegue a sua presa por campos verdejantes, desejando tão só a consumação do amor. Ela foge, mas sabem ambos que a própria fuga é um esquema para aumentar o desejo e dar mais prazer ao encontro, que no fim se revelará inevitável.»


J. Tolentino Mendonça 21999: 12 refere já o paralelo com os textos do Papiro Harris 500 e do Papiro Chester Beatty I.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Na literatura grega...



«Na literatura grega, a imagem mais comum é a do homem (identificado com o poeta) que persegue a sua presa por campos verdejantes, desejando tão só a consumação do amor. Ela foge, mas sabem ambos que a própria fuga é um esquema para aumentar o desejo e dar mais prazer ao encontro, que no fim se revelará inevitável.»
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