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segunda-feira, 8 de junho de 2015

«É possível que tenhas esquecido
quem sou
e quais são
os meus tormentos.»

Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 211

«O homem que guarda um segredo no seu coração é maior do que aquele que por toda a parte o conta, gerando a infelicidade.»


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 194

«Mas não deixes que os outros leiam à sua vontade no teu coração e nunca te separes da tua dignidade.

Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 194
«Não separes o teu coração da tua língua, e todos os teus projectos serão bem sucedidos: o teu próximo atribuir-te-á boa reputação e Deus proteger-te-á com a sua mão.»


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 194
«Sê, portanto, calmo na presença dos teus adversários e inclina-te diante de quem te ofende. Deixa passar uma noite antes de falares, porque o ódio é como a tempestade: avança como o fogo na palha.»


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 193

«Quando falo em matar-me, contenta-se em perguntar:
''E quem cuidará das tuas rosas?''


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 176

«atirei-me sobre a sua boca como quem se mata,»


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 176

«Tínha-me dito que esperaria naquele lugar
onde nos havíamos amado tanto.»


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 172

Os assaltos de um mesmo vento
dão à árvore mais robusta uma inclinação definitiva.
Como a árvore se defende das rajadas,
tenho resistido à dor; mas conservo desta luta
uma tristeza que só Ela poderia curar.


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 170
A que foi Daula repousa aqui.
Morreu na terceira noite do mês de Djemazi-el-Akhir,
que é o mês funesto para as flores.
Nós amámo-la.
Seus lábios eram saborosos. A sua alma, tenra.
Se o seu nome te recorda tê-la também acariciado,
evoca pelos dois essa antiga felicidade,
porque a noite dos mortos não conhece o ciúme.


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 168

«Ainda ontem nasci, mas o tempo
corre tão depressa que estou no fim da vida.»


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 155

sábado, 6 de junho de 2015


(...)

«Os braços rasgaram-se em bocados de seda e osso,
espalharam-se pelo chão como velhas fotografias.»



Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 49

O ÚLTIMO CASO DO INSPECTOR


O lugar do crime
não é ainda o lugar do crime:
é por enquanto um quarto cheio de penumbra
onde duas sombras nuas se beijam.

O assassino
não é ainda o assassino:
é só um homem cansado
que chega a casa um dia antes do previsto
depois de uma longa viagem.

A vítima
ainda não é a vítima:
é somente uma mulher ardendo
noutros braços.

A testemunha de excepção
não é ainda a testemunha da excepção:
apenas um inspector espadaúdo
que se goza da mulher do próximo.


A arma do crime
ainda não é a arma do crime:
é apenas um candeeiro de bronze apagado,
tranquilo, inocente
sobre uma mesa de cabeceira.


Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 49

(...)

Entre o sangue e as balas
escreveu um poema de amor,

um poema de amor para ninguém
para uma mulher que não existia.»



Joaquim Pessoa. Os Herdeiros do Vento. Antologia Apocrifa.  LITEXA Portugal, 1984., p. 37
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