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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

NÓS DESAPRENDEMOS DE DAR AOS MENDIGOS

 
Nós desaprendemos de dar aos mendigos,
De inspirar sobre o mar o ar salgado.
De saudar o dia e de comprar na loja
Por tuta e meia o ouro dos limões.
 
É por acaso que até nós vêm os barcos
E os railes levam a sua carga habitual,
Vá, conta aos homens na minha terra -
E verás quantos mortos se erguerão ao apelo!
 
Mas tudo solenemente desprezamos.
Faca partida não é boa para o trabalho,
Mas esta faca negra e partida
Terá cortado páginas imortais.
 
 
 
Nikolai Tikhonov. Antologia da Poesia Soviética. Trad. de Manuel Seabra. Editorial Futura, Lisboa, 1973, p. 87
(...)
 
«E o mais jovem de todos, o mais impetuoso
Olhou para o sol que batia na água.
 
Que importa, de facto, ' disse ele, 'o lugar?
No fundo do mar repousa-se ainda mais tranquilamente.'»
 
 
 
 
Nikolai Tikhonov. Antologia da Poesia Soviética. Trad. de Manuel Seabra. Editorial Futura, Lisboa, 1973, p. 86
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