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quarta-feira, 14 de julho de 2010

O Tanque de Bashô

O tanque junto a que o crepúsculo mo traz é o de
Bashô.
A água maravilha-se.

Inquinam-se as imagens, a pequena rotação do outono,
o dia decompõe-se, o sangue explode contra a claridade.

Um nó de leite a nudez cresce pela água.


Luís Miguel Nava. Poesia Completa 1979-1994. Prefácio de Fernando Pinto do Amaral e Org. e Posfácio de Gastão Cruz. Publicações Dom Quixote, Porto, 1ª ed. 2002., p. 40

domingo, 21 de fevereiro de 2010

'Depressa se vai a primavera
Choram os pássaros e há lágrimas
nos olhos dos peixes' (pp.31)


'As cigarras cantam
sem saberem que é a morte
que as escuta' (pp.40)


'Crepúsculo:
as ervas parecem seguir
os rebanhos que recolhem. (pp.48)



Matsuo Bashô in O gosto solitário do orvalho. Antologia Poética.
Versões de Jorge de Sousa Braga. Assírio & Alvim, 1986

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sensação de vazio
Ao despedir-me colhi
uma espiga de trigo (pp.39)


Admirável aquele
cuja vida é um contínuo
relâmpago (pp.51)


Tendo adoecido em viagem
em sonhos vagueio agora
na planície deserta


Matsuo Bashô in O gosto solitário do orvalho. Antologia Poética. Versões de Jorge de Sousa Braga. Assírio & Alvim, 1986
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