Mostrar mensagens com a etiqueta Mário de Sá-Carneiro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mário de Sá-Carneiro. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 11 de abril de 2016

domingo, 21 de dezembro de 2014

"Eu não sou eu nem o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro"

 Mário de Sá-Carneiro, 7, Fevereiro de 1914.

domingo, 10 de julho de 2011

É no ar que ondeia tudo! É lá que tudo existe!...



Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 174
«Toda a beleza espectral, transferida, sucedânea,
Toda essa Beleza-sem-Suporte,
Desconjuntada, emersa, variável sempre
E livre - em mutações contínuas,
Em insondáveis divergências...»


Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 173
«Vou-me mais e mais enternecendo
Até chorar por Mim...»


Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 170

sábado, 9 de julho de 2011

«Que querem fazer de mim com estes enleios e medos?
Não fui feito para festas. Larguem-me! Deixem-me sosse-                                                               
[gar!...


Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 157
«Ah, que me metam entre cobertores,
E não me façam mais nada!...
Que a porta do meu quarto fique para sempre fechada,
Que não se abra mesmo para ti se tu lá fores!



Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 157

Último soneto

Que rosas fugitivas foste ali!
Requeriam-te os tapetes, e vieste...
 - Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.

Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste!
Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...

Pensei que fosse o meu o teu cansaço -
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...

E fugiste...Que importa? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava?...



Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 153/4
«Deram-me beijos sem os ter pedido...
Mas como sempre, ao fim -bandeiras pretas,
Tômbolas falsas, carroussel partido...»



Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 146

Ora amado ora traído...

«O grande doido, o varrido,
O perdulário do Instante -
O amante sem amante,
Ora amado ora traído...

Lançar os barcos ao Mar -
De névoa, em rumo de incerto...
 - Pra mim o longe é o mais perto
Do que o presente lugar.»



Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 120

A inigualável

«Queria-te nua e friorenta,
Aconchegando-te em zibelinas -
Sonolenta,
Ruiva de éteres e morfinas...»



Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 111

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Bárbaro

(...)


Mas ergues-te num espasmo - e às serpentes domas
Dando-lhes a trincar teu sexo nu, aberto...
As tranças desprendeste...O teu cabelo, incerto,
Inflama agora um halo a crispações e aromas...

Embalde mando arder as mirras consagradas;
O ar apodreceu da tua perversão...
Tenho medo de ti num calafrio de espadas -
A minha carne soa a bronzes de prisão...

Arqueia-me o delírio - e sufoco, esbracejo...
A luz enrijeceu zebrada em planos de aço...
A sangue se virgula e de desdobra o espaço...
Tudo é loucura já quanto em redor alvejo!...

Traço o manto e, num salto, entre uma luz que corta,
Caio sobre a maldita...Apunhalo-a em estertor...

... ... ... .... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... ... ... ...
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .... ... ... ... ... ... ... ... ...

-Não sei quem tenho aos pés; se a dançarina morta,
Ou a minha Alma só que me explodiu de cor...





Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 107
E os meus remorsos são terraços sobre o mar...


Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 102

quinta-feira, 7 de julho de 2011

7

Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
       Pilar da ponte de tédio
        Que vai de mim para o Outro.


Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 94

CERTA VOZ NA NOITE RUIVANTE

Esquivo sortilégio o dessa voz, opiada
Em sons cor de amaranto, às noites de incerteza,
Que eu lembro não sei de Onde - a voz duma Princesa
Bailando meia nua entre clarões de espada.

Leonina, ela arremessa a carne arroxeada;
E bêbeda de Si, arfante de Beleza,
Acera os seios nus, descobre o sexo...Reza
O espasmo que a estrebucha em Alma copulada...

Entanto nunca a vi mesmo em visão. Somente
A sua voz a fulcra ao meu lembrar-me. Assim
Não lhe desejo a carne - a carne inexistente...

É só de voz-em-cio a bailadeira astral -
E nessa voz-Estátua, ah! nessa voz-total,
É que eu sonho esvair-me em vícios de marfim...


Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 92/3

Salomé

Insónia roxa. A luz a virgular-se em medo,
Luz morta de luar, mais Alma do que a lua...
Ela dança, ela range. A carne, álcool de nua,
Alastra-se pra mim num espasmo de segredo...

Tudo é capricho ao seu redor, em sombras fátuas...
O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou...
Tenho frio...Alabrasto!...A minha Alma parou...
E o seu corpo resvala a projectar estátuas...

Ela chamam-me em Íris. Nimba-se a perder-me,
Golfa-me os seios nus, ecoa-me em quebranto...
Timbres, elmos, punhais...A doida quer morrer-me:

Mordora-se a chorar - há sexos no seu pranto...
Ergo-me em som, oscilo, e parto, e vou arder-me
Na boca imperial que humanizou um Santo...

Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 86/7

Escureço-me em delírios

Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 85

domingo, 3 de julho de 2011

Olho em volta de mim. Todos possuem -
Um afecto, um sorriso ou um abraço.
Só para mim as ânsias se diluem
E não possuo mesmo quando enlaço.



Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 32

sábado, 2 de julho de 2011

Corro em volta de mim sem me encontrar...


Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 27
Powered By Blogger