(...)
Mas ergues-te num espasmo - e às serpentes domas
Dando-lhes a trincar teu sexo nu, aberto...
As tranças desprendeste...O teu cabelo, incerto,
Inflama agora um halo a crispações e aromas...
Embalde mando arder as mirras consagradas;
O ar apodreceu da tua perversão...
Tenho medo de ti num calafrio de espadas -
A minha carne soa a bronzes de prisão...
Arqueia-me o delírio - e sufoco, esbracejo...
A luz enrijeceu zebrada em planos de aço...
A sangue se virgula e de desdobra o espaço...
Tudo é loucura já quanto em redor alvejo!...
Traço o manto e, num salto, entre uma luz que corta,
Caio sobre a maldita...Apunhalo-a em estertor...
... ... ... .... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... ... ... ...
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .... ... ... ... ... ... ... ... ...
-Não sei quem tenho aos pés; se a dançarina morta,
Ou a minha Alma só que me explodiu de cor...
Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 107
sexta-feira, 8 de julho de 2011
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