Mostrar mensagens com a etiqueta Fotografia Beatriz Agulha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fotografia Beatriz Agulha. Mostrar todas as mensagens

domingo, 8 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Papalagui nunca tem tempo


«O Papalagui adora o metal redondo e o papel forte, gosta de encher a barriga com uma série de líquidos provenientes de frutos mortes, e com carne de porco, boi e outros horríveis animais, mas acima de tudo gosta de uma coisa que não se pode agarrar e que no entanto existe: o tempo. Leva-o muito a sério e conta com toda a espécie de tolices acerca dele. Embora não possa haver mais tempo do que o medeia do nascer ao pôr do sol, isso para o Papalagui nunca é o bastante.» (pp.63)
«Dizia eu que se deve tratar de uma espécie de doença...Suponhamos, com efeito, que um Branco tem vontade de fazer qualquer coisa e que o seu coração arde em desejo por isso; que, por exemplo, lhe apetece ir deitar-se ao sol, ou andar de canoa no rio, ou ir ver a sua bem-amada. Que faz ele então? Na maior parte das vezes estraga o prazer com esta ideia fixa: « não tenho tempo para ser feliz». Mesmo dispondo de todo o tempo que queira, nem com a melhor boa vontade o reconhece. Acusa mil e uma coisas de lhe tomarem o tempo e, de mau grado e resmungando, debruça-se sobre o trabalho que não tem vontade nenhuma de fazer, que não lhe dá qualquer prazer e que ninguém, a não ser ele próprio, o obriga a fazer. Quando de repente se dá conta de que tem tempo, que tem realmente todo o tempo à sua frente, ou quando alguém lhe dá tempo - os Papalaguis dão frequentemente tempo uns aos outros, é mesmo a acção que mais apreciam -, nessa altura, ou já não tem vontade, ou já se cansou desse trabalho sem alegria. E geralmente deixa para o dia seguinte o que podia fazer no próprio dia.» (pp.65)

O Papalagui. Discursos de Tuiavii Chefe de tribo de Tiavéa nos mares do Sul. Recolhidos por Erich Scheurmann. Trad. Luiza Neto Jorge. 2ª. edição. Edições Antígona. Lisboa, 1983

domingo, 21 de março de 2010

Powered By Blogger