NINGUÉM TINHA PÃO PARA A CRIANÇA
QUE QUERIA MAIS PÃO
O jornal dias depois
divulgou a notícia:
«Encontradas misteriosamente mortas, uma mulher e uma criança num quarto alugado de um terceiro andar da Avenida Almirante Reis. Estavam trancadas as portas. A Senhora Fulana de Tal moradora no segundo andar do mesmo prédio, deu pelo triste sucesso, ao atender de manhã no patamar da escada o padeiro, por sentir um cheiro nauseoso que vinha de cima. Preveniu imediatamente a esquadra. O Chefe Tal está procedendo a investigação para esclarecer a origem deste acto tão desumano e tresloucado.»
Ana Maria Botelho. Céu de Linho. Sociedade de Expansão Cultural, Lisboa, 1972., p. 83
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