sexta-feira, 21 de agosto de 2015
«Os loucos da casa exageram no volume de seus discos,
gritam para além dos sacos
de lixo, esbofeteiam-se, fun-
dam paralelos lares de com-
panheiros sós e felizes.
Telefonam-se a altas horas, marcam encontros impos-
síveis, roem-se tranquila-
mente as unhas.
Mas o mar os conhece como ninguém, embate contra
seus quadris, fica sereno, e
é a noite acampada à beira
das marés.
Entre esmagar conchas ou beijar um pescoço húmido de
suor, só a história fica des-
ses, vomitando nos lugares
públicos as públicas e de
pasta mulheres dos profis-
sionais livres: virginsíssimas.»
Mário Cláudio. Terra Sigillata. Edição & etc, Lisboa., p. 31
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