« - Aborreci-te, patrão? - disse, deixando de sorrir.
Tínhamos chegado à nossa choupana. Zorba olhou-me com ternura e inquietação.
Não respondi. Senti que o meu espírito estava de acordo com Zorba, mas o coração resistia, queria arremessar-se, romper a animalidade, abrir um caminho.
-Não tenho sono esta noite, Zorba - disse eu. - Vai deitar-te tu.
As estrelas cintilavam, o mar suspirava e beijava as conchas, um pirilampo acendeu sobre o ventre o seu pequeno farol erótico. Os cabelos da noite escorriam de orvalho.»
-Não tenho sono esta noite, Zorba - disse eu. - Vai deitar-te tu.
As estrelas cintilavam, o mar suspirava e beijava as conchas, um pirilampo acendeu sobre o ventre o seu pequeno farol erótico. Os cabelos da noite escorriam de orvalho.»
Nikos Kazantzaki. O Bom Demónio. Tradução de Fernando Soares. Editora Ulisseia, Lisboa,p. 64
Sem comentários:
Enviar um comentário