«À noite, em sociedade, se os presentes lhe são inferiores, Prometeu continua a ser Prometeu, mas se encontra alguém duma categoria ligeiramente superior, o nosso Prometeu sofre uma metamorfose tão completa como o próprio Ovídio não seria capaz de imaginar: transforma-se em mosca, ou em menos do que mosca, num grão de areia...''Este não é Ivan Petrovich!'', dirá quem o vir. ''Ivan Petrovich é alto e este é um João-ninguém; Ivan Petrovich nunca ri, tem voz forte, um ar imponente e este ri por tudo e por nada e pipila como um passarinho...'' Mas se se aproximar um pouco mais, acabam-se as dúvidas, e exclamará então: ''Afinal, sempre é Ivan Petrovich! Quem haveria de dizer!''»
Nikolai Gógol. Almas Mortas. Círculo de Leitores, 1ª Edição, 1977, p. 51
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