A lua sai de dentro da montanha,
eleva-se, devagar, sobre o portão da casa.
Mil árvores perfuram a humidade do céu,
nuvens negras voam no espaço.
De súbito, o luar embranquece a floresta,
a terra respira no orvalho frio.
Águas de Outono cantam nas cascatas,
uma névoa azul paira sobre as rochas,
sombras partidas abraçam cumes vazios.
Como num sonho, tudo é transparente, puro.
De pé, à janela, diante do rio.
de madrugada, sonolento, sem pensar.
Clássicos Chineses. Poemas de Wang Wei. Tradução, prefácio e notas de António Graça de Abreu. Instituto Cultural de Macau, 1993, p. 63
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