sexta-feira, 27 de agosto de 2010

PÉGASO

À saída do estádio
pressentimos na brisa
a chegada dos signos da noite

Indeciso, o cavalo
transpõe o fosso do horizonte,
sob a lua e um alto
expoente de pó

Inverte-se o casco percussor
à beira da fonte de Hélicon,
e o cavalo grego
deita-se para morrer

Um frémito distende-lhe as asas;
no olhar anterior ao mito,
aflui agora
a mais pura estância
das lágrimas.

Sebastião Alba. A noite dividida. Lisboa, Assírio & Alvim, 1996.,p.75

4 comentários:

  1. este é, para mim, um dos seus mais belos poemas.

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  2. Não me envolvi muito com a escrita do poeta, mas, sim, gostei disto:

    «e o cavalo grego
    deita-se para morrer»

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  3. Não me envolvi muito com a escrita do poeta, mas, sim, gostei disto:

    «e o cavalo grego
    deita-se para morrer»

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  4. sim... eu pela minha parte gosto muito dele.

    " Indeciso, o cavalo
    transpõe o fosso do horizonte,
    sob a lua e um alto
    expoente de pó "

    isto é a meu ver excelente. Em todo o poema encontro um ritmo leve, mas intenso.

    Para além disso, agrada-me a maneira como ele viveu a poesia.

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