segunda-feira, 19 de julho de 2010

«Estava de novo na estrada, de novo ao volante do velho sedan azul, de novo só. Rita estava morta para o mundo quando eu lera a carta e me debatera com as montanhas de angústia que se tinham levantado dentro de mim. Olhara para ela, que sorria adormecida, beijara-lhe a fronte húmida e deixara-a para sempre, com um bilhetinho de terno adieu que lhe colara ao umbigo, pois de contrário seria capaz de não o ver.»




Vladimir Nabakov. Lolita. Livros de bolso europa-américa. Trad. Fernanda Pinto Rodrigues, 1995., p.277.

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