«Não diz a história que os poetas românticos, esses que do amor parecem ter tido, todavia, uma concepção menos dramática que a nossa, não diz que eles tenham conseguido enfrentar a tempestade. Os exemplos de Shelley, de Nerval, de Arnim ilustram, pelo contrário, com impressionante rigor, o conflito que até hoje se tem vindo a agravar, industriando-se o espírito em apresentar o objecto do amor como um ser único quando, na maior parte das vezes, as condições sociais da vida destroem implacavelmente tal ilusão. É daí, a meu ver, que resulta, em grande parte, esse sentimento de maldição que hoje pesa sobre o homem e se exprime, com extrema acuidade, nas obras mais características destes últimos cem anos. »
André Breton. O Amor Louco. Trad. de Luiza Neto Jorge. Editorial Estampa, 1971., p.9
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