(...)
Está sozinho, sonhando-se. (Que a glória
É uma das maneiras do olvido.)
Pelos vidros a iluminação
Duma tarde mais toca o livro de couro
E outra vez arde outra se gasta o ouro
Que envaidece a encardenação.
Na solitária sala o silencioso
Livro viaja no tempo. As auroras
Ficam p'ra trás e as nocturnas horas
E a minha vida, sonho pressuroso.
(excerto do poema Ariosto e os árabes)
Jorge Luis Borges in Poemas Escolhidos. Edição bilingue.
Selecção e Trad. Ruy Belo. Dom Quixote, Lisboa, 2003, pp.57
domingo, 21 de março de 2010
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