quinta-feira, 10 de setembro de 2009

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Candeeiro da noite, meu tão sereno confidente,
que nunca me puseste a nu o coração;
(talvez essa nudez nos perdesse); mas o declive
da vertente sul ficou ligeiramente iluminado.

Permaneces, ó candeeiro de estudante,
quem faz o leitor, de tempos a tempos,
parar, admirado, e perturbar-se
com o seu livro, olhando-te.

(Tua simplicidade até pode diluir um Anjo.)

Rainer Maria Rilke
in Frutos e Apontamentos
Relógio D´Água, 1996

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