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sábado, 15 de fevereiro de 2014
A sua verdadeira tragédia
«A sua verdadeira tragédia (começava a entender) residia na incapacidade de comunicar aos outros o conhecimento que tinha da existência de um outro mundo, um mundo para além da ignorância e da fragilidade, para além do riso e das lágrimas.»
Henry Miller. O Sorriso aos Pés da Escada. Tradução de Célia Henriques e Vítor Silva Tavares. Literatura ASA, 1ª edição: Maio de 1992, p. 49
«Agora sei quem sou, o que sou, e o que devo fazer. É isto a realidade. O que vocês chama realidade não passa de serradura; esboroa-se, escapa-se entre os dedos.»
Henry Miller. O Sorriso aos Pés da Escada. Tradução de Célia Henriques e Vítor Silva Tavares. Literatura ASA, 1ª edição: Maio de 1992, p. 46/7
Henry Miller. O Sorriso aos Pés da Escada. Tradução de Célia Henriques e Vítor Silva Tavares. Literatura ASA, 1ª edição: Maio de 1992, p. 46/7
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Há, na obra de um autor, palavras obsessivas, repetitivas, que são mais reveladoras que todos os factos recolhidos pela paciência dos biógrafos. Eis algumas que aparecem em Rimbaud: éternité, infini, charité, solitude, angoisse, lumiére, aube, soleil, amour, beauté, inouî, pitié, démon, ange, ivresse, paradis, enfer, ennui...
Henry Miller in o Tempo dos Assassinos, Um estudo sobre Rimbaud. Trad. Manuela R. Miranda. Hiena Editora, 1985., pp.34
Henry Miller in o Tempo dos Assassinos, Um estudo sobre Rimbaud. Trad. Manuela R. Miranda. Hiena Editora, 1985., pp.34
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Para compreender toda a importância da Estação no Inferno de Rimbaud, que se prolongou por dezoito anos, é preciso ler as suas cartas. Grande parte deste período foi passado na Costa da Somália e alguns anos em Aden. Vejamos uma descrição desse inferno terreno, contida numa carta dirigida à mãe: 'Não se pode imaginar o lugar: não há uma árvore, nem sequer ressequida, não há um tufo de erva. Aden é a cratera de um vulcão extinto cheia de areia do mar. Apenas se vê a lava e areia por todo o lado, incapazes de produzir o mais pequeno vestígio de vegetação. Em volta, areias desérticas. Os lados da cratera do nosso vulcão extinto impedem o ar de entrar e somos assados como num forno de cal'.
Henry Miller in o Tempo dos Assassinos, Um estudo sobre Rimbaud. Trad. Manuela R. Miranda. Hiena Editora, 1985., pp.16/17
Henry Miller in o Tempo dos Assassinos, Um estudo sobre Rimbaud. Trad. Manuela R. Miranda. Hiena Editora, 1985., pp.16/17
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Hoje, o poeta é obrigado a renunciar à sua vocação porque se lhe evidenciou já o seu desespero, porque já reconheceu a sua incapacidade de comunicar. Tempo houve em que ser-se poeta era a mais elevada das vocações; hoje é a mais fútil. E é assim, não porque o mundo se tenha tornado imune à voz do poeta, mas porque ele próprio já não acredita na sua missão divina. Há mais de um século que os poetas andam a cantar fora de tom; chegámos finalmente ao ponto em que ninguém os consegue acompanhar. O berro da bomba continua a fazer sentido, mas os delírios do poeta parecem uma algaraviada. Parecem e são, se, dois biliões de pessoas que há no mundo, só alguns milhares fazem de conta que entendem o que um determinado poeta diz. O culto da arte chega ao fim no momento em que só existe um punhado de eleitos. Nesse momento já não se trata de arte, mas sim da linguagem cifrada duma sociedade secreta devotada à divulgação de um individualismo desprovido de sentido.
Henry Miller in o Tempo dos Assassinos, Um estudo sobre Rimbaud. Trad. Manuela R. Miranda. Hiena Editora, 1985., pp.38
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