Para compreender toda a importância da Estação no Inferno de Rimbaud, que se prolongou por dezoito anos, é preciso ler as suas cartas. Grande parte deste período foi passado na Costa da Somália e alguns anos em Aden. Vejamos uma descrição desse inferno terreno, contida numa carta dirigida à mãe: 'Não se pode imaginar o lugar: não há uma árvore, nem sequer ressequida, não há um tufo de erva. Aden é a cratera de um vulcão extinto cheia de areia do mar. Apenas se vê a lava e areia por todo o lado, incapazes de produzir o mais pequeno vestígio de vegetação. Em volta, areias desérticas. Os lados da cratera do nosso vulcão extinto impedem o ar de entrar e somos assados como num forno de cal'.
Henry Miller in o Tempo dos Assassinos, Um estudo sobre Rimbaud. Trad. Manuela R. Miranda. Hiena Editora, 1985., pp.16/17
Henry Miller in o Tempo dos Assassinos, Um estudo sobre Rimbaud. Trad. Manuela R. Miranda. Hiena Editora, 1985., pp.16/17
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