''Polir o coração para reverdecer.''
Fiama Hasse Pais Brandão
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segunda-feira, 29 de junho de 2015
quinta-feira, 31 de março de 2011
Som do cavalo
Na vila implanto o som,
o sibilino trote segue os silvos
no ocaso. Vê-se o amor eclode
em casas onde emergem
os fumos
que o outono exuma.
Os alimentos fervem
o seu escasso paladar sobre os feixes.
E são excessivos os óleos e os panos
de envolver os mortos deste dia. O ocaso
que é na vila, e nós
a percorrer no som que a percorria
o amor, tersos lajedos
onde o cavalo freme, os fumos
se degradam,
e lhe desfaz o homem o freio tenso
e ali recolhe
o seu repouso o medo.
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p. 82
o sibilino trote segue os silvos
no ocaso. Vê-se o amor eclode
em casas onde emergem
os fumos
que o outono exuma.
Os alimentos fervem
o seu escasso paladar sobre os feixes.
E são excessivos os óleos e os panos
de envolver os mortos deste dia. O ocaso
que é na vila, e nós
a percorrer no som que a percorria
o amor, tersos lajedos
onde o cavalo freme, os fumos
se degradam,
e lhe desfaz o homem o freio tenso
e ali recolhe
o seu repouso o medo.
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p. 82
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Sesta IV
Perdura a imagem
do mar
visto dúctil
o senso suave
de a profunda
água ser mutável.
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p. 66
do mar
visto dúctil
o senso suave
de a profunda
água ser mutável.
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p. 66
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Ante - Sesta
Dos tempos e os fios
de águas naturais
só restam os mais
doridos deleites
duradouros
Como se fossem só
dias transitórios
e o homem
não pudesse ao ódio
o ar acrescentar-lhes.
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p. 65
de águas naturais
só restam os mais
doridos deleites
duradouros
Como se fossem só
dias transitórios
e o homem
não pudesse ao ódio
o ar acrescentar-lhes.
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p. 65
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terça-feira, 29 de março de 2011
Poema para a padeira que estava a fazer pão enquanto se tratava a batalha de Aljubarrota
Está sobre a mesa e repousa
o pão
com uma arma de amor
em repouso
As armas guardam no campo
todo o campo
Já os mortos não aguardam
e repousam
Dentro de casa ela aguarda
abrir o forno
Ela tem mão que prepara
o amor
Pelos campos todos armas
não repousam
nem aguardam mais os mortos
ter amor
Sobre a mesa põe as mãos
pôs o pão
Fora de casa o rumor
sem repouso
Ela agora abre o fogo
pão
sem repouso ouve os mortos
lá de fora
Lá de fora entram armas
os homens
As mãos dela não repousam
acolhem
Sobre a mesa pôs o pão
arma de paz
Contra as armas da batalha
arma de mão
Contra a batalha das armas
não repousa
Caem contra a mesa os mortos
contra o forno
Outra paz não defende ela
que a do pão
Defende a paz que é da casa
e das mãos.
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p.26/7
o pão
com uma arma de amor
em repouso
As armas guardam no campo
todo o campo
Já os mortos não aguardam
e repousam
Dentro de casa ela aguarda
abrir o forno
Ela tem mão que prepara
o amor
Pelos campos todos armas
não repousam
nem aguardam mais os mortos
ter amor
Sobre a mesa põe as mãos
pôs o pão
Fora de casa o rumor
sem repouso
Ela agora abre o fogo
pão
sem repouso ouve os mortos
lá de fora
Lá de fora entram armas
os homens
As mãos dela não repousam
acolhem
Sobre a mesa pôs o pão
arma de paz
Contra as armas da batalha
arma de mão
Contra a batalha das armas
não repousa
Caem contra a mesa os mortos
contra o forno
Outra paz não defende ela
que a do pão
Defende a paz que é da casa
e das mãos.
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p.26/7
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Onda
Pois as coisas cedem e eu me peço
ao tamanho da onda por medida
Pois a causa do amor é a maior
figura que se aumenta por palavras
Também assim a ordem e o sentimento
designem a figura de uma onda
E pois a onda encurva enche solta
no exercício em si fechando a orla
Liberta se exorbita construída
no vidro cai a sua queda
Pois a vejo a ela e ela cedo
no movimento peço tamanho
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p.22
ao tamanho da onda por medida
Pois a causa do amor é a maior
figura que se aumenta por palavras
Também assim a ordem e o sentimento
designem a figura de uma onda
E pois a onda encurva enche solta
no exercício em si fechando a orla
Liberta se exorbita construída
no vidro cai a sua queda
Pois a vejo a ela e ela cedo
no movimento peço tamanho
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p.22
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«Aprendo o sangue e seu calor o fundo
a linha necessária e o sigilo»
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p.21
a linha necessária e o sigilo»
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p.21
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Verosímel
um rio se inclina
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p.13
um rio se inclina
Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p.13
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