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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

 If the development of civilization so much resembles that of the individual and operates with the same means, is not one entitled to proffer the diagnosis that some civilizations or cultural epochs – possibly the whole of humanity – have become ‘neurotic’ under the influence of cultural strivings? (Freud)


If, for a moment, we look at mankind as one individual, we see that it is like a man carried away by unconscious powers. He is dissociated like a neurotic, with the Iron Curtain marking the line of division. (…) Our times have demonstrated what it means when the gates of the psychic underworld are thrown open. Things whose enormity nobody could have imagined in the idyllic innocence of the first decade of our century have happened and have turned the world upside down. Ever since, the world has remained in a state of schizophrenia. (Jung 1990) 

''Quando se diz que a esquizofrenia é a nossa doença, a doença do nosso tempo, não se quer só dizer que a vida moderna enlouquece. Não se trata de um modo de vida, mas de um processo de produção. (…) De facto, o que queremos dizer é que o capitalismo, no seu processo de produção, produz uma formidável carga esquizofrénica sobre a qual faz incidir todo o peso da sua produção, mas que não deixa de se reproduzir como limite do processo. (Deleuze/Guattari 2004)

segunda-feira, 28 de março de 2016

A principal função do cinema é, para Deleuze, fazer pensar.

''Le cinéma ne met pas seulement le mouvement dans l’image, il le met aussi dans
l’esprit. La vie spirituelle, c’est le mouvement de l’esprit. On va naturellement de la
philosophie au cinéma, mais aussi du cinéma à la philosophie.'' (Deleuze 2003:264)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

« (...) em 1932 Michaux escreve a seu editor dizendo que não compreendia mais francês. Quase 20 anos depois, em 1950, o poeta escreve novamente: "Le français m'est devenu à moitié étranger, culotté, outrecuidant presque. Je ne suis plus à sa hauteur." (ROGER, 1998: 76)
Como sublinha Jérôme Roger, é contra o dogma da clareza da língua francesa, de sua sintaxe incorruptível, de sua lógica perfeita que Michaux pretende fazer dela um outro uso, instaurando um novo modo de estar na língua. O autor experimenta então uma sintaxe esgarçada, dilatada, e chega a criar um léxico próprio, tornando-se uma espécie de estrangeiro em sua própria língua. Pois não é exatamente isso que propõe Gilles Deleuze e Claire Parnet numa passagem muito comentada do livro Dialogues? "Nous devons être bilingues même en une seule langue, nous devons avoir une langue mineure à l'intérieur de notre langue, nous devons faire de notre propre langue un usage mineur." (Deleuze, 1977: 11)

Izabela Guimarães Guerra Leal. Doze nós num poema: Herberto Helder e as vozes comunicantes.Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2008., pp. 100
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