«No alto, vermelho, heróico, nupcial
leito, de revoluções virgens éramos.
Mas, sob a pele, queima, ardente, já nosso
sangue, triste e pesado até aqui.
Faz silêncio, qual se não tremêssemos,
e precipitamo-nos prà revolução.»
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 135
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segunda-feira, 7 de março de 2011
domingo, 6 de março de 2011
(...)
púrpura sobre o Diabo antigo.
Crucifixo, duas velas, dor.
Grande e sem fim triste torneio.
e o vinho espalha-se na mesa.
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 120
púrpura sobre o Diabo antigo.
Crucifixo, duas velas, dor.
Grande e sem fim triste torneio.
e o vinho espalha-se na mesa.
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 120
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sábado, 5 de março de 2011
«Sentado, batem ondas, vento frio,
nas águas da Babilónia, sombrias.»
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 118
nas águas da Babilónia, sombrias.»
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 118
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O POETA DO HORTOBÁGY
Era um rapaz de olhos grandes, sangue
cumano, ferido de tristes quereres:
a manada guardava e corria
através do célebre Hortobágy húngaro.
Crepúsculos e miragens cem vezes
a alma lhe tomaram; se uma flor,
porém, no coração lhe crescia,
nele pastava manada de povos.
Mil vezes pensou em maravilhas,
pensou na morte, em vinho, mulheres;
em qualquer outro sítio do mundo
teriam feito dele cantor sacro.
Mas se olhava os companheiros, sujos,
tolos, calças largas, e a manada,
logo enterrava sua canção:
e praguejava ou assobiava.
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 106
cumano, ferido de tristes quereres:
a manada guardava e corria
através do célebre Hortobágy húngaro.
Crepúsculos e miragens cem vezes
a alma lhe tomaram; se uma flor,
porém, no coração lhe crescia,
nele pastava manada de povos.
Mil vezes pensou em maravilhas,
pensou na morte, em vinho, mulheres;
em qualquer outro sítio do mundo
teriam feito dele cantor sacro.
Mas se olhava os companheiros, sujos,
tolos, calças largas, e a manada,
logo enterrava sua canção:
e praguejava ou assobiava.
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 106
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NÚPCIAS DE FALCÕES NA FOLHAGEM
Partimos. Vamos para o Outono,
uivando, chorando, perseguindo-nos,
dois falcões de asas desfalecidas.
Traz novos ladrões consigo Verão,
batem asas novas de falcão,
assanham-se combates de beijos.
Voamos do Verão, acossados voamos,
paramos, algures, no Outono,
penas eriçadas, com amor.
Estas as nossas últimas núpcias:
laceramos a carne um ao outro
e caímos nas folhas de Outono.
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 105
uivando, chorando, perseguindo-nos,
dois falcões de asas desfalecidas.
Traz novos ladrões consigo Verão,
batem asas novas de falcão,
assanham-se combates de beijos.
Voamos do Verão, acossados voamos,
paramos, algures, no Outono,
penas eriçadas, com amor.
Estas as nossas últimas núpcias:
laceramos a carne um ao outro
e caímos nas folhas de Outono.
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 105
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