sexta-feira, 29 de novembro de 2019
I walk along the street of sorrow
The boulevard of broken dreams
Where gigolo and gigolette
Can take a kiss without regret
So they forget their broken dreams
The boulevard of broken dreams
Where gigolo and gigolette
Can take a kiss without regret
So they forget their broken dreams
You laugh tonight and cry tomorrow
When you behold your shattered schemes
And gigolo and gigolette
Wake up to find their eyes are wet
With tears that tell of broken dreams
When you behold your shattered schemes
And gigolo and gigolette
Wake up to find their eyes are wet
With tears that tell of broken dreams
Here is where you'll always find me
Always walking up and down
But I left my soul behind me
In an old cathedral town
Always walking up and down
But I left my soul behind me
In an old cathedral town
The joy that you find here, you borrow
You cannot keep it long, it seems
But gigolo and gigolette
Still sing a song and dance along
The boulevard of broken dreams
You cannot keep it long, it seems
But gigolo and gigolette
Still sing a song and dance along
The boulevard of broken dreams
Da, da, da, da, da, da, da
Da, da, da, da, da, da, da
Da, da, da, da, da, da, da
Da, da, da, da, da, da, da
Da, da, da, da, da, da, da
Da, da, da, da, da, da, da
Da, da, da, da, da, da, da
The joy that you find here, you borrow
You cannot keep it long, it seems
But gigolo and gigolette
Still sing a song and dance along
The boulevard of broken dreams
You cannot keep it long, it seems
But gigolo and gigolette
Still sing a song and dance along
The boulevard of broken dreams
Fonte: LyricFind
Compositores: Al Dubin / Harry Warren
Letras de Boulevard Of Broken Dreams
Com uma pergunta, o Zaratustra de Nietzsche
(2011, p. 46) pode ainda nos perturbar e inquietar,
provocando a reflexão: “[e] também vós, para quem
a vida é furioso trabalho e desassossego: não estais
muito cansados da vida?”
Nietzsche, Friedrich. (2011), Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. São Paulo, Companhia das Letras.
Nietzsche, Friedrich. (2011), Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. São Paulo, Companhia das Letras.
''dialogando
com obras de escritores e artistas diversos – entre os
quais despontam não apenas os já citados (Nietzsche,
Melville, Handke, Agamben), mas também Kafka,
Maurice Blanchot, Cézanne, Merleau-Ponty, Walter
Benjamin, Theodor Adorno, Hannah Arendt, Jean
Baudrillard e Roberto Esposito –, Byung-Chul Han
apresenta em seu Sociedade do cansaço uma reflexão
percuciente para o público leitor compreender melhor o modo de funcionamento da sociedade capitalista contemporânea. ''
''(...)para Han, o estado de esgotamento na sociedade atual não provém desse tipo de
potência, mas do excesso de positividade (leia-se:
estímulos). A leitura de 24/7 – Capitalismo tardio e
os fins do sono pode ratificar o sentido da experiência
social analisado por Byung-Chul Han. Nesse livro, o
professor de história da arte Jonathan Crary (2016)
evidencia de que forma a presença constante de estímulos tende a impedir o desligamento do indivíduo,
que dorme hoje em sleep mode. Inspirada nas máquinas, essa expressão recorrente e apenas aparentemente inócua dá a ver a ideia de que o indivíduo
está em “modo de consumo reduzido”, à disposição,
superando a lógica “desligado/ligado”, “de maneira que nada está de fato ‘desligado’ e nunca há um
estado real de repouso” (Crary, 2016, pp. 22-23).
Trazendo à tona projetos científicos, tecnológicos
e laboratoriais cujo objetivo consiste em reduzir ou
eliminar o sono, o norte-americano mostra que tais
empreendimentos – supostamente inacreditáveis –
são consonantes à cultura moderna ocidental que
deprecia o sono desde a estimação positiva de conceitos e valores como produtividade, racionalidade,
consciência, vontade, objetividade, ação, desempenho. Na cultura ocidental contemporânea “24/7”,
na qual impera o regime de trabalho non-stop, o
sono se apresenta como a única dimensão existencial
ainda não colonizada pelo capitalismo.''
Han, Byung-Chul
''O sistema capitalista mudou o registro da exploração
estranha para a exploração própria, a fim de acelerar o processo. […] Hoje, vivemos numa época pós-marxista. No
regime neoliberal a exploração tem lugar não mais como
alienação e autodesrealização, mas como liberdade e autorrealização. Aqui não entra o outro como explorador,
que me obriga a trabalhar e me explora. Ao contrário, eu
próprio exploro a mim mesmo de boa vontade na fé de
que possa me realizar. E me realizo na direção da morte.
Otimizo a mim mesmo para a morte (pp. 105 e 116).''
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
''Experimenta-se o “tempo de trabalho total” – expressão que nos remete, às avessas da suposta liberdade
individual sustentada pelos arautos do neoliberalismo, à noção de um “trabalho totalitário”. “A própria
pausa se conserva implícita no tempo de trabalho.
Ela serve apenas para nos recuperar do trabalho,
para poder continuar funcionando” (p. 113)''
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
''(...)sociedade pós-disciplinar que
absolutiza desempenho e produção. “O excesso de
trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexplo-
338 Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 30, n. 3
Resenhas, pp. 335-342
ração. […] Os adoecimentos psíquicos da sociedade
de desempenho são precisamente as manifestações
patológicas dessa liberdade paradoxal” (p. 30).''
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
''mensagens da indústria cultural''
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
A coação de desempenho força-o [o sujeito narcísico
de desempenho] a produzir cada vez mais. Assim, jamais
alcança um ponto de repouso da gratificação. Vive constantemente num sentimento de carência e de culpa. E visto
que, em última instância, está concorrendo consigo mesmo, procura superar a si mesmo até sucumbir. Sofre um
colapso psíquico, que se chama de burnout (esgotamento).
O sujeito de desempenho se realiza na morte. Realizar-se e
autodestruir-se, aqui, coincidem (pp. 85-86).
''(...)para as relações
sociais de produção capitalista contemporânea, o sujeito de desempenho pode explorar-se a si próprio de
modo ainda mais efetivo “quando se mantém aberto
para tudo” (p. 96).''
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
“sociedade do desempenho”
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp.
“violência neuronal”.
Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução
de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes,
2017. 128 pp.
terça-feira, 26 de novembro de 2019
''O autor Byung-Chul Han na obra "A sociedade do cansaço" refere que "A sociedade disciplinar, tal como Foucault a concebe, formada por hospitais, manicómios, prisões, quartéis e fábricas, já não corresponde à sociedade dos nossos dias. Há muito tempo que ela foi substituída por uma sociedade completamente distinta, uma sociedade de ginásios, torres de escritórios, bancos, aeroportos, centros comerciais e laboratórios genéticos. A sociedade do século XXI já não é uma sociedade disciplinar, mas, sim, uma sociedade de produção". Para além desta obra transporto comigo textos/ensaios fundamentais tais como “Elogio ao Ócio” de Russell, a ”sociedade do espetáculo” de Guy Debord e alguns textos de Fredy Perlman e Ernst Lohoff.''
Flávio Rodrigues
domingo, 24 de novembro de 2019
''A vida é um labirinto que,
na morte, encontramos a saída.
Nas esquinas do labirinto,
há a tristeza.''
Ariel Camargo Gris da Silva
9 anos
Porto Alegre, Brasil
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 93
na morte, encontramos a saída.
Nas esquinas do labirinto,
há a tristeza.''
Ariel Camargo Gris da Silva
9 anos
Porto Alegre, Brasil
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 93
A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda
Compositores: José Mário Branco
''A lua da noite parece um botão''
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 86
''Belo é o abismo''
Caroline Pereira Masson
8 anos
Altinópolis, Brasil
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 83
8 anos
Altinópolis, Brasil
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 83
Bem-te-vi
ou grande-kiskadi é uma ave passeriforme da família dos tiranídeos de nome científico Pitangus sulphuratus.
'' às vezes faço maldades...''
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 64
Space Oddity
Ground control to Major Tom
Ground control to Major Tom
Take your protein pills and put your helmet on
Ground control to Major Tom
(10, 9, 8, 7)
Commencing countdown, engines on
(6, 5, 4, 3)
Check ignition, and may God's love be with you
(2, 1, liftoff)
This is ground control to Major Tom,
You've really made the grade
And the papers want to know whose shirts you wear
Now it's time to leave the capsule if you dare
This is Major Tom to ground control
I'm stepping through the door
And I'm floating in the most peculiar way
And the stars look very different today
For here am I sitting in a tin can
Far above the world
Planet Earth is blue, and there's nothing I can do
Though I'm past 100,000 miles
I'm feeling very still
And I think my spaceship knows which way to go
Tell my wife I love her very much, she knows
Ground control to Major Tom,
Your circuit's dead, there's something wrong
Can you hear me Major Tom?
Can you hear me Major Tom?
Can you hear me Major Tom?
Can you...
Here am I floating round my tin can
Far above the moon
Planet Earth is blue, and there's nothing I can do...
''As árvores faziam vento.''
Colectivo
5 anos
Jardim de Infância Social e Paroquial de Nossa Senhora de Oliveira do Tramagal
Tramagal, Abrantes, Portugal
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 41
5 anos
Jardim de Infância Social e Paroquial de Nossa Senhora de Oliveira do Tramagal
Tramagal, Abrantes, Portugal
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 41
'' - ... E a galinha vermelha estava muito velhinha, muito velhinha!''
Ana Bruno
4 anos
Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Atouguia da Baleia, Peniche, Portugal
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 39
4 anos
Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Atouguia da Baleia, Peniche, Portugal
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 39
''Sonho a pensar nas flores.''
Joana Gomes
4 anos
Jardim de Infância ''Aquário'', Setúbal, Portugal
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 30
4 anos
Jardim de Infância ''Aquário'', Setúbal, Portugal
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 2º Concurso Poético. Vol.IV O Sonho Vem Pela Cabeça. Instituto Piaget, Lisboa, 1992., p. 30
terça-feira, 19 de novembro de 2019
[João P. Miranda] Happiness
You came to me for a sing along
We ended in the backseat of a car
The melody just melted on my tongue
And so, we kissed by the first note
Your love was greater than your voice
I guess you know that
But you shot me down
Our souls hanging in the sky
Like birds
Or bats
Chorus
Happiness has never been my greatest hit
Well, angels don't pray for those who live
Their life riding from god to god
Calling them lover by mistake
You came to me for a drive along
The track i haven´t always kept my eyes
But the road led me to your words
And I got lost in your lullabies
Your love was greater than this world
Like the angels
Whom never blessed it
Our souls hanging on a tree
Like fruits
Or dead leaves
Chorus
Hapiness has never been my greatest hit
Well, angels don't pray for those who live
Their life riding from god to god
Calling them lover by mistake
(Instrumental)
Chorus
Hapiness has never been my greatest hit
Well, angels don't pray for those who live
Their life riding from god to god
Calling them lover by mistake
We ended in the backseat of a car
The melody just melted on my tongue
And so, we kissed by the first note
Your love was greater than your voice
I guess you know that
But you shot me down
Our souls hanging in the sky
Like birds
Or bats
Chorus
Happiness has never been my greatest hit
Well, angels don't pray for those who live
Their life riding from god to god
Calling them lover by mistake
You came to me for a drive along
The track i haven´t always kept my eyes
But the road led me to your words
And I got lost in your lullabies
Your love was greater than this world
Like the angels
Whom never blessed it
Our souls hanging on a tree
Like fruits
Or dead leaves
Chorus
Hapiness has never been my greatest hit
Well, angels don't pray for those who live
Their life riding from god to god
Calling them lover by mistake
(Instrumental)
Chorus
Hapiness has never been my greatest hit
Well, angels don't pray for those who live
Their life riding from god to god
Calling them lover by mistake
credits
released April 5, 2019
domingo, 17 de novembro de 2019
''Um poeta agnóstico dá conta de que o
homem é um escutador e bebedor do próprio Deus, que se afigura como silêncio, e tudo
isto chega ao leitor com as palavras com que o próprio poeta se dirige ao Inominável.''
RICARDO ÁLVARO AGUIAR RIBEIRO. O Inominável Silêncio: Uma audição teológica da poesia de Eugénio de Andrade
RICARDO ÁLVARO AGUIAR RIBEIRO. O Inominável Silêncio: Uma audição teológica da poesia de Eugénio de Andrade
«Este Deus discreto colocou uma aparência de probabilidade nas nossas dúvidas sobre a
sua existência. Envolveu-se em sombras para tornar a nossa fé mais amorosa e, sem
dúvida, também para se atribuir o direito de perdoar a nossa contestação. É preciso que a solução contrária à fé tenha uma plausibilidade para deixar todo o seu jogo à
misericórdia»
GUITTON, Jean – As minhas razões de crer. Lisboa: Âncora Editora, 2000. Espiritualidades. 5, p. 85.
GUITTON, Jean – As minhas razões de crer. Lisboa: Âncora Editora, 2000. Espiritualidades. 5, p. 85.
«Deus cala-se, e este silêncio dilacera a alma do orante, que chama incessantemente, mas
sem encontrar uma resposta. Os dias e as noites sucedem-se, numa busca incansável de
uma palavra, de uma ajuda que não chega; Deus parece tão distante, tão esquecido, tão
ausente! A oração pede escuta e resposta, solicita um contacto, procura uma relação que
possa conferir conforto e salvação. Mas se Deus não responde, o grito de ajuda perde-se no
vazio e a solidão torna-se insustentável»
1IGREJA CATÓLICA. Papa, 2005- (Bento XVI) – O Clamor da angústia que descerra os céus. L’Osservatore Romano: edição semanal em Português. Cidade do Vaticano. 38 (17 de Setembro 2011) 3.
1IGREJA CATÓLICA. Papa, 2005- (Bento XVI) – O Clamor da angústia que descerra os céus. L’Osservatore Romano: edição semanal em Português. Cidade do Vaticano. 38 (17 de Setembro 2011) 3.
De dia, sofria por não receber resposta alguma ao meu grito, sofria pelo silêncio. De noite,
o meu sofrimento faz-se mais atroz, pois o silêncio leva-me consigo ao reino do nada. De
dia, o silêncio entra na dialéctica do ser, como uma pausa ou suspensão; de noite, o silêncio
apõe ao ser a opacidade do seu nada. De dia, o Deus invocado pelo Salmista não formula a
Palavra que o Salmista espera recolher dos seus lábios: Sou Aquele que sou. De noite, pelo
encurvamento fugidio do seu Silêncio, Deus parece dizer (não o dizendo): Sou Aquele que
não Sou. O Silêncio opõe ao homem o Deus oculto. O Não-Silêncio opõe um Deus cujo
Ser só pode ser captado desde as raízes fugidias do Nada»
NEHER – El exilio de la palabra, p. 136
NEHER – El exilio de la palabra, p. 136
«O Deus do outro lado, do lado inacessível, o Deus que escapa à criação, à revelação, à
comunicação. Esse Deus basta-se a si mesmo, basta-se a Si mesmo com a sua Palavra: é o
Deus metadialogal; não necessita de nenhum interlocutor, nem para dirigir a Palavra nem
para ouvir dele uma resposta. É o Deus sem eco, sem véspera e sem manhã; é o Deus do
silêncio absoluto. O facto teológico grave, que enfrentamos agora, é que esse Deus do
Silêncio absoluto se obstina em falar, ainda que fosse por meio desse Silêncio; que esse
Deus metadialogal provoca o homem e o provoca ao diálogo; que esse Deus sem eco, sem
véspera e sem manhã, impõe a sua intolerável presença no instante, hic et nunc»
NEHER – El exilio de la palabra, p. 136.
NEHER – El exilio de la palabra, p. 136.
«A indiferença, a ambiguidade e a neutralidade de uma noite e uma morte cujo silêncio
pode ser degustado pelo próprio homem como um copo de champanhe ou como um copo
de cicuta. E é também isto que nos parece sugerir quando, ao lado da noite e da morte, [a
bíblia] coloca, como categorias do silêncio, os elementos mais característicos da
negatividade, os temas que a consciência humana vincula de forma privilegiada a noção de nada: o inferno, o mal, o demónio, todos os sem boca, ou, possuindo boca, não sabem falar,
ou ainda, se falam, devem contar com que a sua palavra seja amordaçada».
NEHER – El exilio de la palabra, p. 40.
NEHER – El exilio de la palabra, p. 40.
(ab)usos históricos
José Eduardo Borges de Pinho reflectindo nesta linha de pensamento afirma: «importante é sobretudo
reter que os abusos do passado podem sempre de novo repetir-se, ainda que sob formas categoriais diferentes.
Mais ainda: há que ter uma consciência viva e permanente de que, na verdade esses abusos acontecem na
nossa vida actual […] a tendência a construir um Deus à nossa imagem e semelhança e o uso do nome de Deus em vão são realidades bem mais presentes na vida diária do que estamos dispostos a admitir»
- PINHO, José Eduardo Borges de – A questão de Deus e a consciência crítica dos fieis. Didaskalia. Lisboa: 32:2 (2002) 35.
- PINHO, José Eduardo Borges de – A questão de Deus e a consciência crítica dos fieis. Didaskalia. Lisboa: 32:2 (2002) 35.
«-És um homem muito estranho, não concordas?
- Talvez, sim. Mas… não fui eu que me transformei. Foi o meu compromisso com Deus.
- Ouve lá, não serás capaz de acabar com essa palavra “Deus”? Pões-me nervosa; não consigo relacioná-la com nada. Não me diz nada. Desde os meus tempos de colégio que me sinto totalmente alheia a essa palavra que os padres estrangeiros trazem constantemente na boca.
- Perdão. Se não te agrada, podemos trocá-la por outra. Podemos chamar-lhe, sei lá, Tomate, ou Cebola, se achares preferível.
- Está bem. Diz-me então, quem é esse Cebola para ti? Disseste na universidade, quando alguém te perguntou se Deus existe, que não o podias compreender muito bem.
- Perdão… falando honradamente, nessa altura não o compreendia. Mas agora, embora à minha maneira, sei quem é.
- Explica-te. - Mais do que uma existência, Deus é uma força. Esse Cebola é alguém que se exprime e comunica em gestos de amor.
- Pior! Mais repulsivo ainda! Como podes usar essa palavra amor, que não liga puto com a cara de aço que lhe vi na Kultur Heim? E o que entendes por gestos?
- Supõe, por exemplo, que o Cebola me encontrou abandonado em qualquer sítio e, estendendo-me a mão, fez de mim alguém. Mitsuku riu-se abertamente.
- O que é que isso tem a ver com o poder do teu Cebola? Foram só os teus sentimentos que te levaram nessa direcção.
- Não é verdade. Foi um gesto do Cebola acima da minha vontade. – Pela primeira vez, Otsu falou com decisão e levantou os olhos para a enfrentar»
ENDO, Shusaku – Rio profundo. Porto: ASA, 1997, p. 98-100
- Talvez, sim. Mas… não fui eu que me transformei. Foi o meu compromisso com Deus.
- Ouve lá, não serás capaz de acabar com essa palavra “Deus”? Pões-me nervosa; não consigo relacioná-la com nada. Não me diz nada. Desde os meus tempos de colégio que me sinto totalmente alheia a essa palavra que os padres estrangeiros trazem constantemente na boca.
- Perdão. Se não te agrada, podemos trocá-la por outra. Podemos chamar-lhe, sei lá, Tomate, ou Cebola, se achares preferível.
- Está bem. Diz-me então, quem é esse Cebola para ti? Disseste na universidade, quando alguém te perguntou se Deus existe, que não o podias compreender muito bem.
- Perdão… falando honradamente, nessa altura não o compreendia. Mas agora, embora à minha maneira, sei quem é.
- Explica-te. - Mais do que uma existência, Deus é uma força. Esse Cebola é alguém que se exprime e comunica em gestos de amor.
- Pior! Mais repulsivo ainda! Como podes usar essa palavra amor, que não liga puto com a cara de aço que lhe vi na Kultur Heim? E o que entendes por gestos?
- Supõe, por exemplo, que o Cebola me encontrou abandonado em qualquer sítio e, estendendo-me a mão, fez de mim alguém. Mitsuku riu-se abertamente.
- O que é que isso tem a ver com o poder do teu Cebola? Foram só os teus sentimentos que te levaram nessa direcção.
- Não é verdade. Foi um gesto do Cebola acima da minha vontade. – Pela primeira vez, Otsu falou com decisão e levantou os olhos para a enfrentar»
ENDO, Shusaku – Rio profundo. Porto: ASA, 1997, p. 98-100
Walter Kasper falava da experiência que fazemos com a nossa experiência. Segundo o
teólogo, a experiência da finitude e do carácter misterioso da nossa experiência coloca-nos atentos à
dimensão da experiência religiosa, que não é imediata mas mediada.
Cf. KASPER, Walter – Le Dieu des Chrétiens. Paris : Les Éditions du Cerf, 1985, p. 134.
Cf. KASPER, Walter – Le Dieu des Chrétiens. Paris : Les Éditions du Cerf, 1985, p. 134.
«Também eu já me sentei algumas vezes às portas do crepúsculo, mas quero dizer-te que o
meu comércio não é o da alma, há igrejas de sobra e ninguém te impede de entrar. Morre se
quiseres por um deus ou pela pátria, isso é contigo; pode até acontecer que morras por
qualquer coisa que te pertença, pois sempre pátrias e deuses foram propriedade apenas de
alguns, mas não me peças a mim, que só conheço os caminhos da sede, que te mostre a
direcção das nascentes»
Eugénio de Andrade
Eugénio de Andrade
Do poema Canção do Passeio Alegre do livro Os Lugares do Lume:
«No inverno o vento está como deus/ em toda a parte: na cabeleira/ verde dos cometas, no extenso/ e turbulento sono dos rapazes,/ nos cegos fundamentos da alegria./ Peço-lhe que tenha piedade,/ que seja amável com os que não dormem/ debaixo de telha, que sorria a quem/ regressa a casa a desoras – a boca/ amarga do fermento da tristeza./ À semelhança de deus, o vento/ dança indiferente nas areias»
Eugénio de Andrade
«No inverno o vento está como deus/ em toda a parte: na cabeleira/ verde dos cometas, no extenso/ e turbulento sono dos rapazes,/ nos cegos fundamentos da alegria./ Peço-lhe que tenha piedade,/ que seja amável com os que não dormem/ debaixo de telha, que sorria a quem/ regressa a casa a desoras – a boca/ amarga do fermento da tristeza./ À semelhança de deus, o vento/ dança indiferente nas areias»
Eugénio de Andrade
Do poema Green God do livro As Mãos e os Frutos:
Eugénio de Andrade
«Trazia consigo a graça /das fontes quando anoitece./ Era um corpo como um rio/ em
sereno desafio/ com as margens quando desce.//Andava como quem passa/ sem ter tempo
de parar./ Ervas nasciam dos passos,/cresciam troncos dos braços/quando os erguia no ar.//
Sorria como quem dança./E desfolhava ao dançar/o corpo, que lhe tremia/num ritmo que
ele sabia/que os deuses devem usar.//E seguia o seu caminho,/porque era um deus que
passava./Alheio a tudo o que via,/enleado na melodia duma flauta que tocava»
O silêncio de Deus fere o homem. O homem
bíblico também sentiu o seu silêncio. O homem de hoje também o experimenta. Deus é
uma questão para crentes e não-crentes, e ninguém está isento da prova do silêncio. «Deus
cala-se, e este silêncio dilacera a alma do orante, que chama incessantemente, mas sem
encontrar uma resposta»
IGREJA CATÓLICA. Papa, 2005- (Bento XVI) – O Clamor da angústia que descerra os céus. L’Osservatore Romano: edição semanal em Português. Cidade do Vaticano. 38 (17 de Setembro 2011) 3.
IGREJA CATÓLICA. Papa, 2005- (Bento XVI) – O Clamor da angústia que descerra os céus. L’Osservatore Romano: edição semanal em Português. Cidade do Vaticano. 38 (17 de Setembro 2011) 3.
''A minha sede estava com a tua, embrulhada pelas margens,''
Pedro Tamen. Tábua das Matérias. Poesia - 1956/1991. Editora Tertúlia, 1ª Edição, Lisboa., p. 17
'' o rio que fosse a cama da chuva,''
Pedro Tamen. Tábua das Matérias. Poesia - 1956/1991. Editora Tertúlia, 1ª Edição, Lisboa., p. 13
'' - cada riso dela era a rua inteira''
Pedro Tamen. Tábua das Matérias. Poesia - 1956/1991. Editora Tertúlia, 1ª Edição, Lisboa., p. 13
''regressos perdidos de todas as sombras.''
Pedro Tamen. Tábua das Matérias. Poesia - 1956/1991. Editora Tertúlia, 1ª Edição, Lisboa., p. 13
''Fresco era o dia, plantado na chuva,''
Pedro Tamen. Tábua das Matérias. Poesia - 1956/1991. Editora Tertúlia, 1ª Edição, Lisboa., p. 13
sábado, 16 de novembro de 2019
A História da Lobotomia
As origens da moderna psicocirurgia podem ser achadas nas últimas décadas do século XIX, quando a ciência estava começando a entender como o comportamento e a mente humana podia ser mapeada nas estruturas anatômicas do cérebro. Um cientista alemão chamado Friederich Golz fez experimentos de ablação cirúrgica do neocórtex em cães, e relatou em 1890 que, quando os lobos temporais eram removidos, os animais ficavam mais dóceis do que os não operados.
Essas descobertas inspiraram Gottlieb Burkhardt, um médico e diretor de um asilo mental na Suiça, a operar em 1892 seis de seus pacientes esquizofrênicos, que tinham alucinações e ficavam muito agitados em conseqüência. Alguns dos pacientes realmente ficaram mais calmos, mas não seria possível dizer se isso foi resultado da operação (dois deles morreram). Burkhardt sofreu forte oposição e críticas de seus contemporâneos, por isso psicocirurgias desse tipo foram raramente realizadas nos 40 anos seguintes,
A situação começou a mudar quando na década dos 30s, vários laboratórios experimentais nos Estados Unidos fizeram várias descobertas impressionantes sobre o papel dos lobos frontais e temporais do cérebro no controle do comportamento emocional e agressividade. Na Universidade de Yale, em 1935, um cientista chamado Carlyle Jacobsen fez observações sobre o comportamento de chimpanzés após a destruição do córtex frontal e pré-frontal por meio de uma lobotomia. Um dos animais, que ficava muito agressivo em certas situações, ficou calmo e fácil de manejar depois da operação; sem que isso aparentemente causasse alterações em outras esferas mentais, como na memória e na inteligência. Um dos neurologistas experimentais de Yale, o Dr. John Fulton também comrpovou o efeito da remoção completa dos lobos frontais em dois chimpanzés, com os quais posteriormente não conseguia induzir mais um tipo de neurose experimental.
Em virtude disso, Fulton se tornaria um dos pilares científicos dos defensores da lobotomia nos Estados Unidos.
John Fulton
Tendo ouvido esses fatos relatados por Fulton em um congresso internacional em Londres, um neuropsiquiatra português, o Dr. Antônio Egas Moniz, professor de neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, teve a idéia de realizar uma operação semelhante de modo a aliviar os sintomas mentais severos em pacientes com psicoses intratáveis. Egas Moniz sabia que certas psicoses, tais como a síndrome paranóide e as desordens obssessivo-compulsivas, envolvem pensamentos repetitivos, que dominam todos os processos psicológicos. Baseado nos resultados de Fulton, ele raciocinou que se cortasse as fibras nervosas que unem o córtex frontal e pré-frontal ao tálamo (uma estrutura localizada no meio do cérebro, e responsável por transmitir as informações sensoriais para o neocórtex. Este modo, ele achava que poderia ocorrer uma interrupção nos pensamentos repetitivos, permitindo que o paciente psicótico levasse uma vida mais normal.
Antônio Egas Moniz
Moniz, trabalhando com um colega neurocirurgião, Dr. Almeida Lima, desenvolveu então uma abordagem cirúrgica que ele denominou de leucotomia ("corte da substância branca"). Ele abria uma série de orifícios no crânio, por onde passava um instrumento chamado leucótomo de fio, Realizando movimentos de lateralidade, ele cortava as fibras, e o paciente podia se recuperar rapidamente. Moniz relatou os resultados com alguns poucos pacientes. Pacientes que eram gravemente agitados, ansiosos ou deprimidos tinham mostrado bons resultados em alguns casos, enquanto que em outros não se obtivera sucesso. Moniz foi cauteloso em propor que a leucotomia deveria ser utilizada somente quando o caso não tivesse mais nenhuma esperança de tratamento por outros meios.
Depois que Egas Moniz e seus colegas relataram seus resultados ao mundo (simultaneamente em seis países), em 1936; vários centros começaram a tentar a nova cirurgia. No Brasil, o notável cirurgião Mattos Pimenta, da Escola Paulista de Medicina, em São Paulo, foi um dos que realizou a nova cirurgia de Moniz, com resultados duvidosos.
Dias de Glória para a Lobotomia
Assim, provavelmente a leucotomia prefrontal provavelmente se extinguiria por si só como procedimento médico (Moniz se aposentaria cedo, devido ao fato de ter levado um tiro na espinha de um ex-paciente, tendo ficado paraplégico), poucos anos depois de ter sido inventada. Muitos psiquiatras eram terminantemente contra ela, principalmente os psicanalistas.
No entanto, um neurologista clínico americano muito ambicioso, chamado Walter Freeman, compareceu ao mesmo congresso de Londres que Egas Moniz, e posteriormente leu seus resultados em uma publicação. Fascinado coma idéia e os resultados obtidos, ele se uniu a um neurocirurgião, James Watts, para aplicar a nova técnica a pacientes americanos. Eles operaram pela primeira vez em setembro de 1936. Após alguns casos, eles estavam convencidos que a leucotomia funcionava, e começaram a fazer uma intensa propaganda da mesma. Freeman encontrou suspeição e resistência por parte de seus colegas, no início, mas ele insistiu muito, e eventualmente ganhou a aprovação relutante da elite dos neurologistas americanos. Ele e Watts aperfeiçoaram a técnica cirúrgica, chegando ao que eles denominaram "Procedimento Padronizado de Freeman-Watts", que continha um conjunto preciso de orientações para melhorar a inserção do leucótomo.
Walter Freeman
Freeman era muito bom no que tange a convencer a imprensa e o público em geral sobre o potencial da lobotomia prefrontal (como ele achou melhor denominar), e quase que sozinho foi responsável por estabelecê-la como um procedimento terapêutico válido, visitando, dando aulas e operando em centenas de sanatórios mentais, hospitais e clínicas psiquiátricas em todo o país. No entanto, insatisfeito com a duração excessiva e a complexidade da cirurgia padrão, Freeman inventou em 1945 uma técnica desenvolvida por um italiano, que consistia em realizar um acesso ao lobo prefrontal através da órbita do olho, que era trepanada e depois inserido o leucótomo. Freeman inventou uma forma muito mais rápida e simples, usando um quebra-gelo, um instrumento pontiagudo, ao invés de um leucótomo, que necessitava da trepanação. Sob anestesia local, o quebra-gelo era apoiado no teto da órbita, e com uma leve pancada de um martelo, atravessava pele, tecido subcutâneo, osso e meninges, chegando ao lobo prefrontal. Com um movimento lateral de 30 graus, as fibras eram desconectadas. Isto não tomava mais do que alguns minutos, e não era nem mesmo necessário internar o paciente em um hospital. O procedimento era tão impressionante, no entanto, que mesmos neurocirurgiões veteranos não agüentavam observar, e alguns chegavam a desmaiar ao testemunhar a verdadeira "linha de produção" montada por Freeman em alguns hospitais. Watts ficou agastado com o novo tipo de operação e rompeu com Freeman.
A lobotomia invadiu os Estados Unidos como uma enchente, assim como alguns outros países. Ela foi realizada em larga escala nos anos 40, devido ao grande número de casos psiquiátricos trazidos pela II Guerra Mundial. Entre 1939 e 1951 foram realizadas mais de 18,000 lobotomias nos EUA, e dezenas de milhares mais em outros países. Ela foi amplamente abusada, na forma de um instrumento para controlar o comportamento indesejável e para esvaziar os hospitais superlotados (fazia sentido econômico, pois custava uns 250 dólares, contra um custo de 35.000 dólares ou mais, por ano, para cada paciente internado). Assim, traiu-se a recomendaçào de Egas Moniz, de usá-la apenas em casos desesperantes, como um último recurso. No Japão, por exemplo, a lobotomia foi muito usada com crianças com problemas de conduta ou de mau desempenho escolar. Prisioneiros em hospícios judiciais foram operados em grande quantidade. Famílias que queriam se livrar de parentes incômodos, eram submetidos à lobotomia. Dissidentes políticos e oponentes eram tratados como doentes mentais pelas autoridades, e operados. Apareceram até cirurgiões amadores, que realizavam centenas de lobotomias sem sequer fazer um exame psiquiátrico antes.
Em 1949, o Dr. Antônio Egas Moniz recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, por sua contribuição à leucotomia prefrontal. Isso teve um efeito enorme sobre o procedimento, tornando-o internacionalmente respeitável. Nos três anos seguintes ao Nobel, foram realizadas mais lobotomias que em todos os anos anteriores.
A Morte da Lobotomia
Finalmente, no começo dos anos 50, começaram a se ouvir as primeiras vozes discordantes contra a loucura lobotomizante. Não estavam sendo apresentadas evidências científicas sérias sobre a eficácia real da lobotomia. Até mesmo os defensores da lobotomia admitiam que apenas um terço dos pacientes melhoravam. Outro terço ficava na mesma, enquanto o terço final piorava ! (considerando-se que de 25 a 30 % dos casos psiquiátricos melhoram espontaneamente, uma grande proporção dos lobotomizados poderia ter se recuperado sem ela). A única avaliação de larga escala foi feita nos EUA apenas em 1947 (o projeto Columbia-Greystone) e não demonstrou efeitos positivos claros da lobotomia. A maioria das vezes, os trabalhos publicados eram muito falhos, pois a avaliação era feita pelos próprios cirurgiões que operavam, sem nenhum tipo de controle científico.
As objeções éticas começaram a se acumular, devido ao dano irreversível causado ao cérebro, e tambem devido aos sérios efeitos colaterais sobre a personalidade e a vida emocional dos pacientes, que começaram a ser relatados. Além disso, o aparecimento de novas e eficazes drogas antipsicóticas e antidepressivas, como a torazina, nos anos 50, estava tornando possível o combate aos sintomas mais sérios das psicoses em pacientes agitados e incontroláveis. Os neurocirurgiões abandonaram a lobotomia a favor de métodos mais humanos de tratamento.
As preocupações com respeito à proteção dos pacientes contra a lobotomia e terapias radicais semelhantes, particularmente em prisioneiros cuja libertação era trocada pela concordância em ser operados (uma oferta extremante convertida, injusta e desbalançada), traduziu-se no surgimento de leis nos Estados Unidos e em outros paises, nos anos 70. A psicocirurgia passou a ser considerada um tratamento experimental, e como tal, sujeita a muitas restrições e salvaguardas com relação aos direitos dos pacientes.
A operação original de lobotomia não é mais realizada. embora muitos países ainda aceitem a psicocirurgia como uma forma de controle radical do comportamento violento patológico, entre os quais o Japão, a Austrália, a Suécia e a Índia. Até mesmo na ex-União Soviética, a terra do abuso psiquiátrico, a lobotomia foi proibida, não porque não fosse útil para controlar os oponentes do regime comunista (eles usavam outros métodos, como o confinamento compulsório), mas devido a um posicionamento ideológico contra a mesma.
http://www.cerebromente.org.br/n02/historia/lobotomy_p.htm
Lobotomia Trans-Orbitária: O Testemunho de um Paciente
Interessantissima a entrevista com Howard Dully, um paciente lobotomizado pelo Dr. Walter Freeman aos 12 anos de idade (atualmente ele está com 56 anos).
A lobotomia pré-frontal foi inventada por um neurocirurgião português, o Dr. Egas Moniz, e popularizada nos Estados Unidos pelo Dr. Walter Freeman, que a modificou para que pudesse ser feita no consultório (lobotomia trans-orbitária ou "ice-pick lobotomy"), em menos de 10 minutos, com uma incisão através da órbita, como na figura acima, que mostra Howard Dully sendo lobotomizado aos 12 anos de idade.
Essa psico-cirurgia era a única terapêutica disponível para alguns casos de psicopatias, e foi abandonada com o advento das drogas neurolépticas. Infelizmente, o Dr. Freeman abusou das potencialidades dessa cirurgia e menosprezou as suas potenciais complicações, encerrando a sua carreira depois que uma paciente morreu de hemorragia cerebral.
http://sadato.hypermart.net/weblog/lobotomia_prefrontal_o_testemu.html/02/2007
Ao ver tantos energumenos no mundo, penso se talvez não fosse bem aplicada em alguns casos...
De repente 'lobotomizar' certos tipos de bandidos, já que não querem mata-los poderiam matar a mente assassina deles...:lol[kdesconfia]
As origens da moderna psicocirurgia podem ser achadas nas últimas décadas do século XIX, quando a ciência estava começando a entender como o comportamento e a mente humana podia ser mapeada nas estruturas anatômicas do cérebro. Um cientista alemão chamado Friederich Golz fez experimentos de ablação cirúrgica do neocórtex em cães, e relatou em 1890 que, quando os lobos temporais eram removidos, os animais ficavam mais dóceis do que os não operados.
Essas descobertas inspiraram Gottlieb Burkhardt, um médico e diretor de um asilo mental na Suiça, a operar em 1892 seis de seus pacientes esquizofrênicos, que tinham alucinações e ficavam muito agitados em conseqüência. Alguns dos pacientes realmente ficaram mais calmos, mas não seria possível dizer se isso foi resultado da operação (dois deles morreram). Burkhardt sofreu forte oposição e críticas de seus contemporâneos, por isso psicocirurgias desse tipo foram raramente realizadas nos 40 anos seguintes,
A situação começou a mudar quando na década dos 30s, vários laboratórios experimentais nos Estados Unidos fizeram várias descobertas impressionantes sobre o papel dos lobos frontais e temporais do cérebro no controle do comportamento emocional e agressividade. Na Universidade de Yale, em 1935, um cientista chamado Carlyle Jacobsen fez observações sobre o comportamento de chimpanzés após a destruição do córtex frontal e pré-frontal por meio de uma lobotomia. Um dos animais, que ficava muito agressivo em certas situações, ficou calmo e fácil de manejar depois da operação; sem que isso aparentemente causasse alterações em outras esferas mentais, como na memória e na inteligência. Um dos neurologistas experimentais de Yale, o Dr. John Fulton também comrpovou o efeito da remoção completa dos lobos frontais em dois chimpanzés, com os quais posteriormente não conseguia induzir mais um tipo de neurose experimental.
Em virtude disso, Fulton se tornaria um dos pilares científicos dos defensores da lobotomia nos Estados Unidos.
John Fulton
Tendo ouvido esses fatos relatados por Fulton em um congresso internacional em Londres, um neuropsiquiatra português, o Dr. Antônio Egas Moniz, professor de neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, teve a idéia de realizar uma operação semelhante de modo a aliviar os sintomas mentais severos em pacientes com psicoses intratáveis. Egas Moniz sabia que certas psicoses, tais como a síndrome paranóide e as desordens obssessivo-compulsivas, envolvem pensamentos repetitivos, que dominam todos os processos psicológicos. Baseado nos resultados de Fulton, ele raciocinou que se cortasse as fibras nervosas que unem o córtex frontal e pré-frontal ao tálamo (uma estrutura localizada no meio do cérebro, e responsável por transmitir as informações sensoriais para o neocórtex. Este modo, ele achava que poderia ocorrer uma interrupção nos pensamentos repetitivos, permitindo que o paciente psicótico levasse uma vida mais normal.
Antônio Egas Moniz
Moniz, trabalhando com um colega neurocirurgião, Dr. Almeida Lima, desenvolveu então uma abordagem cirúrgica que ele denominou de leucotomia ("corte da substância branca"). Ele abria uma série de orifícios no crânio, por onde passava um instrumento chamado leucótomo de fio, Realizando movimentos de lateralidade, ele cortava as fibras, e o paciente podia se recuperar rapidamente. Moniz relatou os resultados com alguns poucos pacientes. Pacientes que eram gravemente agitados, ansiosos ou deprimidos tinham mostrado bons resultados em alguns casos, enquanto que em outros não se obtivera sucesso. Moniz foi cauteloso em propor que a leucotomia deveria ser utilizada somente quando o caso não tivesse mais nenhuma esperança de tratamento por outros meios.
Depois que Egas Moniz e seus colegas relataram seus resultados ao mundo (simultaneamente em seis países), em 1936; vários centros começaram a tentar a nova cirurgia. No Brasil, o notável cirurgião Mattos Pimenta, da Escola Paulista de Medicina, em São Paulo, foi um dos que realizou a nova cirurgia de Moniz, com resultados duvidosos.
Dias de Glória para a Lobotomia
Assim, provavelmente a leucotomia prefrontal provavelmente se extinguiria por si só como procedimento médico (Moniz se aposentaria cedo, devido ao fato de ter levado um tiro na espinha de um ex-paciente, tendo ficado paraplégico), poucos anos depois de ter sido inventada. Muitos psiquiatras eram terminantemente contra ela, principalmente os psicanalistas.
No entanto, um neurologista clínico americano muito ambicioso, chamado Walter Freeman, compareceu ao mesmo congresso de Londres que Egas Moniz, e posteriormente leu seus resultados em uma publicação. Fascinado coma idéia e os resultados obtidos, ele se uniu a um neurocirurgião, James Watts, para aplicar a nova técnica a pacientes americanos. Eles operaram pela primeira vez em setembro de 1936. Após alguns casos, eles estavam convencidos que a leucotomia funcionava, e começaram a fazer uma intensa propaganda da mesma. Freeman encontrou suspeição e resistência por parte de seus colegas, no início, mas ele insistiu muito, e eventualmente ganhou a aprovação relutante da elite dos neurologistas americanos. Ele e Watts aperfeiçoaram a técnica cirúrgica, chegando ao que eles denominaram "Procedimento Padronizado de Freeman-Watts", que continha um conjunto preciso de orientações para melhorar a inserção do leucótomo.
Walter Freeman
Freeman era muito bom no que tange a convencer a imprensa e o público em geral sobre o potencial da lobotomia prefrontal (como ele achou melhor denominar), e quase que sozinho foi responsável por estabelecê-la como um procedimento terapêutico válido, visitando, dando aulas e operando em centenas de sanatórios mentais, hospitais e clínicas psiquiátricas em todo o país. No entanto, insatisfeito com a duração excessiva e a complexidade da cirurgia padrão, Freeman inventou em 1945 uma técnica desenvolvida por um italiano, que consistia em realizar um acesso ao lobo prefrontal através da órbita do olho, que era trepanada e depois inserido o leucótomo. Freeman inventou uma forma muito mais rápida e simples, usando um quebra-gelo, um instrumento pontiagudo, ao invés de um leucótomo, que necessitava da trepanação. Sob anestesia local, o quebra-gelo era apoiado no teto da órbita, e com uma leve pancada de um martelo, atravessava pele, tecido subcutâneo, osso e meninges, chegando ao lobo prefrontal. Com um movimento lateral de 30 graus, as fibras eram desconectadas. Isto não tomava mais do que alguns minutos, e não era nem mesmo necessário internar o paciente em um hospital. O procedimento era tão impressionante, no entanto, que mesmos neurocirurgiões veteranos não agüentavam observar, e alguns chegavam a desmaiar ao testemunhar a verdadeira "linha de produção" montada por Freeman em alguns hospitais. Watts ficou agastado com o novo tipo de operação e rompeu com Freeman.
A lobotomia invadiu os Estados Unidos como uma enchente, assim como alguns outros países. Ela foi realizada em larga escala nos anos 40, devido ao grande número de casos psiquiátricos trazidos pela II Guerra Mundial. Entre 1939 e 1951 foram realizadas mais de 18,000 lobotomias nos EUA, e dezenas de milhares mais em outros países. Ela foi amplamente abusada, na forma de um instrumento para controlar o comportamento indesejável e para esvaziar os hospitais superlotados (fazia sentido econômico, pois custava uns 250 dólares, contra um custo de 35.000 dólares ou mais, por ano, para cada paciente internado). Assim, traiu-se a recomendaçào de Egas Moniz, de usá-la apenas em casos desesperantes, como um último recurso. No Japão, por exemplo, a lobotomia foi muito usada com crianças com problemas de conduta ou de mau desempenho escolar. Prisioneiros em hospícios judiciais foram operados em grande quantidade. Famílias que queriam se livrar de parentes incômodos, eram submetidos à lobotomia. Dissidentes políticos e oponentes eram tratados como doentes mentais pelas autoridades, e operados. Apareceram até cirurgiões amadores, que realizavam centenas de lobotomias sem sequer fazer um exame psiquiátrico antes.
Em 1949, o Dr. Antônio Egas Moniz recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, por sua contribuição à leucotomia prefrontal. Isso teve um efeito enorme sobre o procedimento, tornando-o internacionalmente respeitável. Nos três anos seguintes ao Nobel, foram realizadas mais lobotomias que em todos os anos anteriores.
A Morte da Lobotomia
Finalmente, no começo dos anos 50, começaram a se ouvir as primeiras vozes discordantes contra a loucura lobotomizante. Não estavam sendo apresentadas evidências científicas sérias sobre a eficácia real da lobotomia. Até mesmo os defensores da lobotomia admitiam que apenas um terço dos pacientes melhoravam. Outro terço ficava na mesma, enquanto o terço final piorava ! (considerando-se que de 25 a 30 % dos casos psiquiátricos melhoram espontaneamente, uma grande proporção dos lobotomizados poderia ter se recuperado sem ela). A única avaliação de larga escala foi feita nos EUA apenas em 1947 (o projeto Columbia-Greystone) e não demonstrou efeitos positivos claros da lobotomia. A maioria das vezes, os trabalhos publicados eram muito falhos, pois a avaliação era feita pelos próprios cirurgiões que operavam, sem nenhum tipo de controle científico.
As objeções éticas começaram a se acumular, devido ao dano irreversível causado ao cérebro, e tambem devido aos sérios efeitos colaterais sobre a personalidade e a vida emocional dos pacientes, que começaram a ser relatados. Além disso, o aparecimento de novas e eficazes drogas antipsicóticas e antidepressivas, como a torazina, nos anos 50, estava tornando possível o combate aos sintomas mais sérios das psicoses em pacientes agitados e incontroláveis. Os neurocirurgiões abandonaram a lobotomia a favor de métodos mais humanos de tratamento.
As preocupações com respeito à proteção dos pacientes contra a lobotomia e terapias radicais semelhantes, particularmente em prisioneiros cuja libertação era trocada pela concordância em ser operados (uma oferta extremante convertida, injusta e desbalançada), traduziu-se no surgimento de leis nos Estados Unidos e em outros paises, nos anos 70. A psicocirurgia passou a ser considerada um tratamento experimental, e como tal, sujeita a muitas restrições e salvaguardas com relação aos direitos dos pacientes.
A operação original de lobotomia não é mais realizada. embora muitos países ainda aceitem a psicocirurgia como uma forma de controle radical do comportamento violento patológico, entre os quais o Japão, a Austrália, a Suécia e a Índia. Até mesmo na ex-União Soviética, a terra do abuso psiquiátrico, a lobotomia foi proibida, não porque não fosse útil para controlar os oponentes do regime comunista (eles usavam outros métodos, como o confinamento compulsório), mas devido a um posicionamento ideológico contra a mesma.
http://www.cerebromente.org.br/n02/historia/lobotomy_p.htm
Lobotomia Trans-Orbitária: O Testemunho de um Paciente
Interessantissima a entrevista com Howard Dully, um paciente lobotomizado pelo Dr. Walter Freeman aos 12 anos de idade (atualmente ele está com 56 anos).
A lobotomia pré-frontal foi inventada por um neurocirurgião português, o Dr. Egas Moniz, e popularizada nos Estados Unidos pelo Dr. Walter Freeman, que a modificou para que pudesse ser feita no consultório (lobotomia trans-orbitária ou "ice-pick lobotomy"), em menos de 10 minutos, com uma incisão através da órbita, como na figura acima, que mostra Howard Dully sendo lobotomizado aos 12 anos de idade.
Essa psico-cirurgia era a única terapêutica disponível para alguns casos de psicopatias, e foi abandonada com o advento das drogas neurolépticas. Infelizmente, o Dr. Freeman abusou das potencialidades dessa cirurgia e menosprezou as suas potenciais complicações, encerrando a sua carreira depois que uma paciente morreu de hemorragia cerebral.
http://sadato.hypermart.net/weblog/lobotomia_prefrontal_o_testemu.html/02/2007
Ao ver tantos energumenos no mundo, penso se talvez não fosse bem aplicada em alguns casos...
De repente 'lobotomizar' certos tipos de bandidos, já que não querem mata-los poderiam matar a mente assassina deles...:lol[kdesconfia]