Do poema Canção do Passeio Alegre do livro Os Lugares do Lume:
«No inverno o vento está como deus/ em toda a parte: na cabeleira/ verde dos cometas, no
extenso/ e turbulento sono dos rapazes,/ nos cegos fundamentos da alegria./ Peço-lhe que
tenha piedade,/ que seja amável com os que não dormem/ debaixo de telha, que sorria a
quem/ regressa a casa a desoras – a boca/ amarga do fermento da tristeza./ À semelhança
de deus, o vento/ dança indiferente nas areias»
Eugénio de Andrade
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