sábado, 24 de fevereiro de 2018

«Eu era um poeta animado pela filosofia, não um filósofo com faculdades poéticas. Eu adorava admirar a beleza das coisas, delinear – imperceptivelmente através do assombrosamente pequeno - a alma poética do universo.

A poesia está em tudo – no mar e na terra, no lago e na margem do rio. Está na cidade também – não o neguem – isto é evidente para mim, aqui sentado: há poesia nesta mesa, neste papel, neste tinteiro; há poesia no ruído dos carros nas ruas, em cada minuto, cada momento comum, no movimento ridículo do trabalhador, que, no lado oposto da rua pinta a placa do talho.»

 (PESSOA; F., 1906: 22)8

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