Hão-de encontrar-se num tempo mais puro
Agora beijam-se através dum muro
Crivado de balas de obscenidades
De lágrimas de sangue de verdades
Escritas depressa e onde é mais escuro
E por enquanto do amor futuro
Conhecemos os gestos das cidades
Nas mãos que se levantam desesperadas
Nos olhos cansados de não ver
E nas bocas fechadas e amargas
Há outros gestos prontos a romper
Palavras em silêncio acumuladas
Cidades e cidades por nascer.
Fevereiro de 1952
Alexandre O' Neill
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