quinta-feira, 5 de novembro de 2015

UM VENTO LEVE, UMA ESPUMA


Do beijo fica um sabor,
do sabor uma lembrança,
um vento leve, uma espuma.

Do beijo fica um sereno
olhar, o amor de coisas
minúsculas e humildes,
um pássaro que vai e vem
da nossa boca às palavras.
Do beijo fica, suprema,
a descoberta da morte.
Um vento leve, uma espuma
salgada, à flor dos lábios.


Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 14

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