sexta-feira, 17 de julho de 2015

«Ora Deus despejou sobre a Grécia as sete taças da sua cólera; a guerra fraticida rebentou. Padre Yannaros, entre os dois campos, não pôde decidir-se a tomar partido. Todos eram seus filhos, seus irmãos; distinguia em cada rosto a marca deixada pelos dedos de Deus.
Gritava-lhes:
-Amor! Amor! Concórdia!
Mas a sua voz perdia-se no abismo; e do abismo, à direita como à esquerda, subiam para ele injúrias e maldições:
-Búlgaro, traidor, bolchevista!
-Corvo, subornador do povo, fascista!»



Nikos Kazantzaki.
 Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 30

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