«Sinto», anotou, «algo em mim, e não sei ao certo o que é».
Depois riscou depressa a frase e em seu lugar escreveu:
«Devo estar doente...insano!»
Sentiu um calafrio, pois essa palavra era agradavelmente patética. «Insano - o que me faz estranhar mais as coisas que são normais para os outros? E porque é que esta estranheza me atormenta? E porque é que esta estranheza provoca em mim uma sensualidade carnal?»
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 153