quarta-feira, 5 de outubro de 2011


«(...)     - nó das solidões
do eu que se sente morrer
e não quer aparecer nu perante Deus:


assumo tudo, para poder compreender,
de dentro, o fruto dessa ambiguidade:
um homem adorável, de quem, neste Abril


incalculado, mil jovens descidos do Além,
esperam confiantes um sinal que tenha
a força da fé sem piedade,


para lhes consagrar a raiva humilde.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 485-487

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