segunda-feira, 7 de março de 2011

«Negar a sucessão temporal, negar o eu, negar o Universo dos astros, são parentes desesperos e secretas consolações. O nosso destino (ao contrário do inferno de Swedenborg e do inferno da mitologia tibetana)não é extraordinário por ser irreal; é extraordinário por ser irreversível e de ferro. O tempo é a substância de que sou feito. O tempo é um rio que me arrasta, mas eu sou o rio; é um tigre que me destroça, mas eu sou o tigre; é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo. O mundo, desgraçadamente, é real. Eu, desgraçadamente, sou Borges.»


Borges. Novas Inquirições, pg. 218.

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