«Um olhar experimentado nunca se engana ali. Nesses traços, rígidos ou abatidos; nesses olhos profundos e ternos, ou brilhantes dos últimos relâmpagos da luta, nessas rugas fundas e numerosas, nesses passos tão lentos ou tão sacudidos, ele decifra imediatamente as inúmeras legendas do amor enganado, da devoção mal correspondida, dos esforços recompensados, da fome e do frio humildemente, silenciosamente suportados.»
Charles Baudelaire. O Spleen de Paris. Pequenos poemas em prosa. Tradução de António Pinheiro Guimarães. Relógio D'Água, Lisboa, 1991.,p.37/8
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