«Sobre a memória do seu rosto de então foram-se depositando, com o passar dos anos, os seus outros rostos. Quando a tenho diante dos olhos como ela era então, vejo-a sem rosto. Tenho de o reconstruir. Testa alta, maxilares salientes, olhos azul-pálidos, lábios grossos bem desenhados e sem sinuosidades, queixo enérgico. Um rosto largo, áspero, de uma mulher adulta. Sei que era bonito. Mas não consigo lembrar-me da sua beleza.»
Bernhard Schlink. O Leitor. Traduzido do alemão por Fátima Freire de Andrade. Edições ASA., p.9
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