Grave imobilidade do silêncio. Altera-o o cacarejo de um galo. Também a passada de um homem de trabalho. Mas o silêncio continua.
De repente, uma mão distraída no meu peito sentiu o latejo do meu coração. Não deixa de ser surpreendente.
E de novo - oh, os dias de outrora! -, as minhas recordações, as minhas dores, as minhas intenções caminham agachadas para se crucificarem nos caminhos de espaço e de tempo.
Assim, pode transitar-se com facilidade.
Pablo Neruda. Nasci para nascer. Publicações Europa-América. Trad de Eduardo Saló (texto em prosa), Dr. Mário Dionísio (poemas), 1878., p.20
sábado, 14 de agosto de 2010
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