«Seguimos, portanto, para o Leste, eu mais arruinado do que revigorado pela satisfação da minha paixão e ela respirando saúde e com a estrutura ilíaca ainda tão escorrida como a de um rapaz, embora tivesse aumentado cinco centímetros à altura e três quilos e meio ao peso. Estivéramos em toda a parte. Na realidade, não víramos nada. E hoje dou comigo a pensar que a nossa longa viagem serviu apenas para macular, com um longo rasto de logo, o encantador, confiante e sonhador país que então, em retrospectiva, não era mais para nós do que um amontoado de mapas muito usados, guias de viagens desfeitos, pneus velhos e os soluços dela na noite - todas as noites, todas -, assim que eu fingia adormecer.»
Vladimir Nabakov. Lolita. Livros de bolso europa-américa. Trad. Fernanda Pinto Rodrigues, 1995., p.182
Sem comentários:
Enviar um comentário