“You come and see me among flowers and pictures, and think me mysterious, romantic, and all the rest of it. Being yourself very inexperienced and very emotional, you go home and invent a story about me, and now you can't separate me from the person you've imagined me to be. You call that, I suppose, being in love; as a matter of fact it's being in delusion.”
domingo, 1 de dezembro de 2024
''É tarde demais e minhas pálpebras estão agitadas. Sinto-me muito sensível e sinto que tudo vive. Cada coisa grita o seu ser. Vou fazer um balanço. Individualidade exalta minha caneta. Eu. Eu. Eu. Eu. Sou a mulher mais egoísta do mundo. Não só vivo por e por mim, mas exijo dos outros que dêem elementos que em mim não encontro, elementos que se referem a mim, sempre a mim.''
PEDRO HOMEM DE MELLO
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
terça-feira, 26 de novembro de 2024
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
“A IMPOSTURA DA LÍNGUA É PRETENDER QUE SE DIZ O QUE NÃO SE ESTÁ A DIZER”
domingo, 24 de novembro de 2024
'' o voo das garças contra a neve''
José Tolentino Mendonça. A Noite Abre Meus Olhos. 4ª Edição, Assírio&Alvim, Porto, 2021. p. 373
«Tinha sujidade à volta dos mamilos.»
Yasunari Kawabata. O Som da Montanha. Tradução de Francisco Agarez. D. Quixote., p. 77
''abluções matinais''
Yasunari Kawabata. O Som da Montanha. Tradução de Francisco Agarez. D. Quixote., p. 72
''desilusão carnal''
Yasunari Kawabata. O Som da Montanha. Tradução de Francisco Agarez. D. Quixote., p. 36
sábado, 23 de novembro de 2024
'' o prado em flor''
José Tolentino Mendonça. A Noite Abre Meus Olhos. 4ª Edição, Assírio&Alvim, Porto, 2021. p. 310
''flores ainda sem nome''
José Tolentino Mendonça. A Noite Abre Meus Olhos. 4ª Edição, Assírio&Alvim, Porto, 2021. p. 298
''Eu sou contra a segregação, sou contra a marginalização, sou contra o desemprego, sou contra a concentração de renda. Sou contra todas as coisas que não deem possibilidade ao ser humano de se desenvolver normalmente e poder chegar a ser, em estado de pessoa adulta, um ser bom. Em cima disso que está a minha cabeça hoje em dia. Quer dizer, cada dia que passa, mais para perto das pessoas. Tentando auxiliar, sensibilizar. Mostrar que viver vale a pena. Realmente, vale a pena.''
'' desmedidos e vazios''
José Tolentino Mendonça. A Noite Abre Meus Olhos. 4ª Edição, Assírio&Alvim, Porto, 2021. p. 282
ADÍLIA LOPES
sou a casa-insecto
a mulher-osga
uma colher transformada em faca
para minúsculos riscos
sou uma constante cosmológica
de acelerar galáxias
um telegrama sinfónico
na ausência de tudo
sou a verdade que prefere não sair
do bairro
A RONDA DOS ELEITOS
para aperfeiçoar os ofícios
Apanham pedras e atiram-nas para longe
em silêncio sempre na mesma direção
Os seus cântaros regam o infortúnio
a semente que caiu à beira do caminho
o som vazio do vento
as poças de água onde, às vezes, um peixe se debate
Para si mesmos repetem:
salvam-se apenas os que recusam tudo
até mesmo a salvação
UM CIGARRO A ARDER
José Tolentino Mendonça. A Noite Abre Meus Olhos. 4ª Edição, Assírio&Alvim, Porto, 2021. p. 246
''O poema devolve o inexprimível.''
José Tolentino Mendonça. A Noite Abre Meus Olhos. 4ª Edição, Assírio&Alvim, Porto, 2021. p. 200
'' o que dissemos sem uma palavra''
José Tolentino Mendonça. A Noite Abre Meus Olhos. 4ª Edição, Assírio&Alvim, Porto, 2021. p. 198
«Gosto do modo como as andorinhas esperam.»
José Tolentino Mendonça. A Noite Abre Meus Olhos. 4ª Edição, Assírio&Alvim, Porto, 2021. p. 197
Cisne
Amei-te? Sim. Doidamente!
Amei-te com esse amorQue traz vida e foi doente...
À beira de ti, as horas
Não eram horas: paravam.
E, longe de ti, o tempo
Era tempo, infelizmente...
Ai! esse amor que traz vida,
Cor, saúde... e foi doente!
Porém, voltavas e, então,
Os cardos davam camélias,
Os alecrins, açucenas,
As aves, brancos lilases,
E as ruas, todas morenas,
Eram tapetes de flores
Onde havia musgo, apenas...
E, enquanto subia a Lua,
Nas asas do vento brando,
O meu sangue ia passando
Da minha mão para a tua!
Por que te amei?
— Ninguém sabe
A causa daquele amor
Que traz vida e foi doente.
Talvez viesse da terra,
Quando a terra lembra a carne.
Talvez viesse da carne
Quando a carne lembra a alma!
Talvez viesse da noite
Quando a noite lembra o dia.
— Talvez viesse de mim.
E da minha poesia...
Povo
Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!
Meu cravo branco na orelha!
Minha camélia vermelha!
Meu verde manjericão!
Ó natureza vadia!
Vejo uma fotografia...
Mas a tua vida, não!
Fui ter à mesa redonda,
Bebendo em malga que esconda
O beijo, de mão em mão...
Água pura, fruto agreste,
Fora o vinho que me deste,
Mas a tua vida, não!
Procissões de praia e monte,
Areais, píncaros, passos
Atrás dos quais os meus vão!
Que é dos cântaros da fonte?
Guardo o jeito desses braços...
Mas a tua vida, não!
Aromas de urze e de lama!
Dormi com eles na cama...
Tive a mesma condição.
Bruxas e lobas, estrelas!
Tive o dom de conhecê-las...
Mas a tua vida, não!
Subi às frias montanhas,
Pelas veredas estranhas
Onde os meus olhos estão.
Rasguei certo corpo ao meio...
Vi certa curva em teu seio...
Mas a tua vida, não!
Só tu! Só tu és verdade!
Quando o remorso me invade
E me leva à confissão...
Povo! Povo! eu te pertenço.
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida, não!
Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado,
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!