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domingo, 15 de abril de 2012

«Vossas lágrimas são lágrimas dos olhos, nada mais, e as minhas virão, quando eu estiver só, das plantas dos meus pés, de minhas raízes, e serão mais ardentes do que o sangue.»



Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 150/1
LEONARDO

Que vidros cravam minha língua
                                              (presa!)
Porque eu te quis esquecer,
e pus um muro de pedra
entre a tua casa e a minha.
É verdade. - Não te lembras?
E quando te vi de longe,
enchi meus olhos de areia.
Mas, se montava a cavalo,
em tua porta me achava -
Tornou-se-me o sangue negro,
com alfinetes de prata.
E o sonho me foi cobrindo
as carnes da erva daninha.
Pois a culpa não é minha.
A culpa, a culpa é a terra
e do cheiro que desprendem
teus peitos e tuas tranças.




Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 137
MÃE

Enquanto se vive, luta-se.

Noivo

Sempre te obedecerei.

MÃE

  Com a tua mulher procura ser carinhoso e, se te parecer preocupada ou arisca, faz-lhe uma carícia que a magoe um pouco: um abraço forte, uma mordida - e logo um beijo suave.Que ela não se aborreça, mas sinta que tu és o macho, o amo, o que manda. Assim aprendi com o teu pai. E como não o tens, sou eu que tenho de te ensinar essas valentias.»




Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 112

« Pois sou louca por não ter gritado tanto quanto o meu coração precisa.»


Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 92
MULHER

«Porque me olhas assim? Tens um espinho em cada olho.»



Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 87
LEONARDO

«Calar e consumir-se, é o maior castigo a que nos podemos condenar. De que me serviu a mim o orgulho, e o não te olhar, e o deixar-te acordada noites e noites? De nada! Serviu para abrasar-me. Porque tu acreditas que o tempo cura e as paredes tapam, e não é verdade, não é verdade! Quando as coisas chegam ao fundo, não há quem as arranque!»




Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 73/4
«Que os rios do mundo
Levem a tua coroa!»



Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 66
(...)

CRIADA

«Será que não te queres casar? Fala. Ainda estás em tempo de te arrepender. (Levanta-se)

Noiva

São nuvens. Um mal-estar por dentro.
Quem não o tem?»





Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 64/5
SOGRA

Dorme, meu rosal,
que o cavalo se põe a chorar.
As patas, feridas,
as crinas, geladas,
e dentro dos olhos
um punhal de prata.
Entravam no rio,
ai, ai, como entravam!
O sangue corria
mais forte do que a água.



Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960., p. 28
«Meus mortos, cheios de erva, sem fala, reduzidos a pó.»



Frederico Garcia Lorca. Bodas de Sangue. Teatro Moderno. Tradução de Cecília Meireles. AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960
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