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domingo, 8 de novembro de 2015

"Não é fácil resistir a tudo
o que nos roubam.
Tempo, memória, mundo.
Toleramos o intolerável
com insuportáveis venenos.
Até melhor ordem, se houver.


Noutras casas (lembro-me)
éramos mais, bebíamos
apressadamente a juventude.
Mas a vida - chamemos-lhe
assim - separa os que se juntam,
gosta de abismos fáceis.

Ao quinto ou sexto gin
(lembras-te?) deitávamo-nos
a sorrir para as estrelas,
sobre o pano gasto do bilhar.

A música era esta.
Perdemos quase tudo."

-"A Última Porta" (Antologia)
- Manuel de Freitas
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