domingo, 3 de março de 2024

 Penso no teu coração, como água
perdida num deserto
que em vão espera quem aí mate a sede.
Penso nele como uma árvore florida
em plena noite, que ninguém vê,
senão de vidros em fuga um viajante
que o tédio ou negócios levam para longe.

Como ave atemorizada
pelos lacunários de outrora
dos quais não encontra a saída e apenas cria
com o seu estridor uma solidão mais vasta.


Alessandro Parronchi [Itália]


Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 13

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