Amo-te
porque a palavra correu entre a tua pele
e a minha. Amo-te porque nos olhámos
e me engoliste no teu olhar. Amo-te
porque ouvi a febre, esse todo em ti
inesgotável, essa humidade
que me devolve a seiva
mais antiga. Amo-te
porque me dás tudo o que me falta.
E amo-te porque me revelas
em cada momento
que precisas de mim. E agora sou eu
que não sei viver sem a tua constante
confirmação
de que o paraíso existe.
Casimiro de Brito. Euforia. Razões Poéticas, 2019., p. 8
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